Segurança e saúde no trabalho

Causas de sofrimento

O stress está na origem de mais de metade do total de dias de trabalho perdidos por motivo de doença relacionada com a profissão, afirma um estudo da OIT.

Vínculos precários e ritmos intensos são factor de risco

O stress é a segunda causa mais frequente dos problemas de saúde relacionados com o trabalho, tendo atingindo 22 por cento dos trabalhadores da União Europeia em 2005, lê-se no relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), preparado para assinalar o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, que se comemorou ontem, dia 28.
Baseando-se em estudos realizados em países europeus e noutros países desenvolvidos, a organização conclui que o stress está na origem de 50 a 60 por cento do total de dias de trabalho perdidos.
«Tudo isso representa um custo que pode ser considerável do ponto de vista do sofrimento humano e do peso económico que este [o stress] representa para o indivíduo e para sociedade», refere o relatório, citado na terça-feira, 27, pela Agência Lusa..
A longo prazo o stress relacionado com o trabalho pode originar lesões músculo-esqueléticas, hipertensão, úlceras digestivas e doenças cardiovasculares. Pode ainda contribuir para uma incapacidade de fazer face às exigências do trabalho e pode ser um factor de depressão ou até de suicídio.
Segundo a OIT, os factores psicossociais são já reconhecidos como sendo problemas de dimensão mundial que afectam todos os países, todas as profissões e todos os trabalhadores.

Precariedade e stress

O aumento da flexibilidade e da precariedade do emprego, a intensificação dos ritmos de trabalho e os problemas relacionais no meio laboral são alguns dos factores que estão na origem do aumento do stress no trabalho.
Para pôr cobro à situação, a OIT defende a necessidade de melhorar as medidas de prevenção e dos processos de diagnóstico para as doenças profissionais e para os sistemas nacionais de vigilância da saúde dos trabalhadores.
Defende, em particular, a necessidade de introduzir medidas de prevenção específicas com vista à redução das potenciais consequências do stress relacionado com o trabalho.
Segundo a OIT os novos riscos profissionais e os riscos emergentes podem ser causados por inovações técnicas ou por mudanças sociais ou organizacionais como as novas tecnologias e os novos processos de produção.


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