Comunicado das FARC

Só a luta pode travar a campanha suja

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) consideram que o governo do presidente Álvaro Uribe e os EUA pretendem impor aos demais governos os seus critérios bélicos, difundem falsidades contra o presidente Hugo Chávez, e acusam o juiz espanhol Eloy Velasco de responder às ordens de Washington e Bogotá ao iniciar um processo no qual procura vincular as FARC e a ETA com o governo da República Bolivariana da Venezuela.
Em comunicado divulgado pela agência de notícias colombiana Ancol, datado de Abril, o Secretariado do Estado-Maior Central das FARC sublinha que «o inaudito ataque político e jurídico que o juiz espanhol Eloy Velasco lançou contra o governo da Venezuela é a continuação, através de terceiros, da guerra suja que o governo de extrema-direita colombiano, seguindo ordens da Casa Branca, declarou à revolução bolivariana por razões ideológicas e geoestratégicas».
Para as FARC, o magistrado «fanático do franquista Partido Popular» montou a acusação com base em falsos testemunhos, parentes próximos dos falsos positivos colombianos – casos de jovens trabalhadores aliciados por falsos recrutadores de mão-de-obra, executados e, posteriormente, apresentados pelas Forças Armadas da Colômbia como guerrilheiros abatidos em combate – e, acicatado por Uribe, demonstra o desespero de um governo que não conseguiu impor aos vizinhos latino-americanos os seus critérios sobre o conflito militar na Colômbia.
«A resistência colombiana é um acto legítimo amparado pelos direitos universais. Nem Uribe, Nem Mariano Rajoy [presidente do Partido Popular de Espanha], alucinados na sua ideologia de direita podem criminalizar o pensamento e o direito dos povos à oposição política», argumenta a organização revolucionária no texto.
«Se Rajoy e o seu juiz de bolso não querem ver os crimes de lesa humanidade que envolvem Uribe, ao menos deixem-no tranquilo no seu caminho até aos tribunais. Só a acção do povo espanhol, e a luta dos filhos de Bolívar poderão travar os abusos da extrema-direita de lá e de cá», concluem as FARC.

Recrutados à força

Entretanto, a Unidade de Justiça e Paz do Ministério Público colombiano já terá identificado 236 menores de idade recrutados pelos esquadrões da morte paramilitares. De acordo com informações reveladas domingo pelo jornal El Tiempo, as autoridades procuram agora proteger os jovens dos grupos armados ilegais e das quadrilhas criminosas formadas após a desmobilização das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).
Dados oficiais indicam que ao longo da sua existência as AUC forçaram a integração de cerca de 1500 jovens menores de idade nas suas fileiras.
Dezenas de políticos ligados a partidos que sustentam o regime de Álvaro Uribe estão indiciados pela justiça por vínculos com o paramilitarismo e o narcotráfico.


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