Honduras nas mãos do Lobo
Numa jornada marcada pela repressão e pelo boicote popular, o governo golpista das Honduras fez eleger um dos seus para a presidência do país. Com pouco mais de 60 por cento dos votos contados, Porfirio Lobo foi declarado vencedor. Os EUA elogiaram o «exercício democrático».
«Só os EUA dizem ser um exemplo de “exercício democrático”»
Reagindo ao anúncio da vitória de Lobo, candidato do Partido Nacional, o legítimo presidente das Honduras, Manuel Zelaya anunciou que não aceitará a sua recondução no cargo para legalizar um acto que considera fraudulento e apelou à anulação do sufrágio realizado domingo pelo governo golpista. Zelaya estima que a abstenção superou os 60 por cento, contestando, assim, a taxa de participação de 61,3 por cento divulgada pelo Supremo Tribunal Eleitoral (STE), controlado pelo executivo de facto.
A Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado também sublinha que o executivo golpista insuflou os resultados face à fraca participação popular, acusação que ganha consistência se se considerar que o STE prolongou por uma hora o acesso às assembleias de voto.
Acrescem as denúncias de coação por parte das autoridades para a assistência às urnas. Um dirigente do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas, citado pela Telesur, relatou que os patrões obrigaram os trabalhadores a votar ameaçando-os com despedimento. No aparelho do Estado, controlado pelos golpistas, o cenário repete-se, sobrando relatos que afirmam que o governo golpista de Roberto Micheletti ordenou a todos os funcionários da Administração Pública que não se abstivessem, prática que seria facilmente escrutinada nos registos eleitorais.
Para quem não acredita que tal esteja a acontecer nas Honduras – a cujas «eleições» a ONU e a Organização de Estados Americanos se recusaram enviar observadores, e que apenas os EUA, junto com os poucos governos vassalos da América Latina, reconhecem como um exemplo de «exercício democrático» -, basta informar que numa circular assinada pelo director-geral dos Serviços Civis instava-se todos os funcionários a comparecerem no comício de encerramento de Elvin Santos, candidato do Partido Liberal derrotado por Porfirio Lobo.
Repressão
Às provas de fraude eleitoral há que somar o clima repressivo no país. As rusgas a habitações de dirigentes da oposição sucedem-se. Nas ruas, os militares interrogam os transeuntes e fecham os olhos aos grupos armados que levam hondurenhos a votar na ponta das espingardas. Informações divulgadas pela Telesur confirmam a situação.
No domingo, em São Pedro de Zula, um protesto pacífico foi desmobilizado com recurso a gás lacrimogéneo, bastonada e fogo real. Os populares não contiveram a revolta e não acatam o apelo da Frente de Resistência para um recolher obrigatório, simultaneamente de boicote às urnas e de protecção da integridade física dos que se opõem ao regime.
A Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado também sublinha que o executivo golpista insuflou os resultados face à fraca participação popular, acusação que ganha consistência se se considerar que o STE prolongou por uma hora o acesso às assembleias de voto.
Acrescem as denúncias de coação por parte das autoridades para a assistência às urnas. Um dirigente do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas, citado pela Telesur, relatou que os patrões obrigaram os trabalhadores a votar ameaçando-os com despedimento. No aparelho do Estado, controlado pelos golpistas, o cenário repete-se, sobrando relatos que afirmam que o governo golpista de Roberto Micheletti ordenou a todos os funcionários da Administração Pública que não se abstivessem, prática que seria facilmente escrutinada nos registos eleitorais.
Para quem não acredita que tal esteja a acontecer nas Honduras – a cujas «eleições» a ONU e a Organização de Estados Americanos se recusaram enviar observadores, e que apenas os EUA, junto com os poucos governos vassalos da América Latina, reconhecem como um exemplo de «exercício democrático» -, basta informar que numa circular assinada pelo director-geral dos Serviços Civis instava-se todos os funcionários a comparecerem no comício de encerramento de Elvin Santos, candidato do Partido Liberal derrotado por Porfirio Lobo.
Repressão
Às provas de fraude eleitoral há que somar o clima repressivo no país. As rusgas a habitações de dirigentes da oposição sucedem-se. Nas ruas, os militares interrogam os transeuntes e fecham os olhos aos grupos armados que levam hondurenhos a votar na ponta das espingardas. Informações divulgadas pela Telesur confirmam a situação.
No domingo, em São Pedro de Zula, um protesto pacífico foi desmobilizado com recurso a gás lacrimogéneo, bastonada e fogo real. Os populares não contiveram a revolta e não acatam o apelo da Frente de Resistência para um recolher obrigatório, simultaneamente de boicote às urnas e de protecção da integridade física dos que se opõem ao regime.