Contestada «pressa» no SPGL

Professores por acção firme

Num momento em que é necessária uma intervenção sindical firme e determinada, os «professores unidos» criticam a revisão inoportuna e apressada dos Estatutos do SPGL.

Falta conhecer as orientações políticas do ME

O alerta foi dado no blogue mantido na Internet (professores-unidos.blogspot.com) pelos candidatos e eleitos que integraram a Lista B, nas eleições de Maio deste ano, para os corpos gerentes do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.
«Numa altura em que persistem a instabilidade e a injustiça, provocadas pelas medidas do anterior Governo, em que sobre os professores contratados paira a ameaça permanente de rescisão dos contratos individuais de trabalho, se agudizam as relações de trabalho entre colegas, devido à prepotência de muitos dos novos directores executivos, como se passa no caso dos professores que não foram ou não estão a ser avaliados porque não entregaram os objectivos individuais, a direcção do SPGL coloca como objectivo imediato da acção sindical uma nova revisão dos Estatutos internos, já desnecessariamente revistos em 2006» - refere-se num texto publicado na semana passada, sob o título «A luta dos professores e o novo quadro político - perspectivas de acção sindical».
Da leitura das propostas da direcção do SPGL sobressaem dois motivos para «esta revisão apressada e inoportuna dos Estatutos»:
- «consagrar estatutariamente uma concepção de sindicalismo em que os sócios só servem para pagar quotas».
- e «retirar ainda mais competências à Assembleia Geral de Sócios e à Assembleia de Delegados Sindicais, concretizando-se a transformação, iniciada em 2006, do SPGL num sindicato de dirigentes, fortemente centralizado, distante das escolas e, em consequência, enfraquecido e limitado na acção reivindicativa».
Defendendo «um sindicato mais forte, mais participado e mais presente nas escolas», os «professores unidos» alertam todos os docentes e, em particular, os sócios do SPGL, para a necessidade de «travar este processo de revisão estatutária, antidemocrático nos métodos e anti-sindical nos objectivos». A participação activa na vida do sindicato, a partir das escolas, evitando a saída de associados (que, «objectivamente, a direcção pretende provocar») e aumentando a sindicalização, elegendo delegados sindicais são passos concretos a dar «para impedir a descaracterização do SPGL», «antes que seja tarde de mais».

Face inédita

No documento, recorda-se que «a anterior legislatura abriu feridas profundas nas relações entre o Ministério da Educação e os professores» e que a luta nas escolas, as manifestações e as greves deram «um contributo decisivo para que o partido do Governo tenha perdido a maioria absoluta e se sinta obrigado a mostrar uma face dialogante e humanista, que nunca fez parte do seu reportório governativo durante a anterior legislatura».
Para os «professores unidos», a escolha da nova ministra enquadra-se nessa estratégia, mas «falta saber que orientações políticas receberá, como incumbência do primeiro-ministro». Assim sendo, «nas escolas, a par das legítimas expectativas de que sejam respeitados os compromissos, assumidos por todos os partidos da oposição, de suspender o actual modelo de avaliação e rever o Estatuto da Carreira Docente, existe a consciência de que é necessário continuar a estar muito atento e vigilante».


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