Relatório sobre a zona Euro

Desgraça social ignorada

O Relatório Anual sobre a zona euro 2009 constitui «mais uma peça de uma campanha de mistificação, acusam os deputados do PCP ao Parlamento Europeu.

O Relatório aponta para o aprofundamento do carácter federalista da UE

Isto, porque, de acordo com estes deputados, o Relatório ignora «a situação de desgraça social em que se encontram milhões de trabalhadores e cidadãos» e foge «ao reconhecimento da tendência de aprofundamento da crise social na zona Euro». Mais, o relatório «escamoteia as verdadeiras causas e o papel negativo das políticas que presidem à União Económica e Monetária (UEM), ao Pacto de Estabilidade e à Estratégia de Lisboa» em diversos Estados-Membros»; aponta para o aprofundamento do carácter federalista da UE, com novos ataques à soberania dos Estados; e reafirma a intenção da União Europeia de, no âmbito das relações económicas internacionais, aprofundar as causas centrais da crise económica e financeira internacional, caso da transferência de capital dos sectores produtivos para a especulação financeira, do reforço do papel do FMI e Banco Mundial, das políticas de liberalização do comércio mundial e da chamada «competitividade». Para o PCP, estas políticas «são tanto mais graves quanto se insiste numa perigosa política monetária de sobrevalorização artificial do Euro».

A realidade

Aliás, o regozijo da Comissão em torno dos eixos centrais da sua política neoliberal «contrasta escandalosamente» com os mais de 22 milhões de pessoas desempregadas na UE-27, com os cerca de 625 mil portugueses actualmente sem emprego – dos quais quase metade (300 mil) sem acesso ao subsídio de desemprego –, com a crescente desregulação das relações laborais ou com o alastramento da pobreza.
Enfim, o Relatório tenta lançar a ideia de uma crise já ultrapassada quando várias vozes e relatórios alertam para o «carácter altamente volátil e frágil» de alguns «sinais de estabilização» do sistema financeiro internacional.
A realidade, dizem os deputados comunistas, é que a «crise» há muito se vinha a sentir, sendo que a actual apenas expôs todas as vulnerabilidades nos diferentes Estados Membros, resultantes de políticas alicerçadas nas orientações do Pacto de Estabilidade e Estratégia de Lisboa. Vulnerabilidade que, em Portugal, «é resultado directo da continuada fragilização dos sectores económicos, particularmente dos sectores produtivos, do ataque aos serviços públicos, das políticas de baixos salários e reformas, da desigual distribuição do rendimento, do endividamento e do brutal défice e dívida externos que a política de direita vem impondo ao País».
Qualquer real solução para a presente crise, dizem por fim estes deputados, «passaria obrigatoriamente pela ruptura com as políticas que enformam o actual rumo neoliberal da União Europeia».


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