Irrelevâncias
Num daqueles impulsos que só um irreprimível anticomunismo explicará, a jornalista Clara de Sousa sentenciou, em comentário na SIC à noite eleitoral, que a CDU se havia tornado «uma força irrelevante». Dir-se-á, perante o primarismo da afirmação, e o que desvenda de irrelevância intelectual e indigência política, que o melhor é não ligar.
Não valerá a pena perder espaço a mostrar o óbvio: mesmo que se quisesse observar a importância da CDU apenas pela estreita e vesga medida do seu peso institucional não se percebe onde estaria a tal irrelevância de uma força política que acaba de eleger 15 deputados que não fosse identificada em outras que têm número idêntico de mandatos, que viu progredir o número de deputados da anterior para esta legislatura, que viu desaparecer a maioria absoluta de um só partido.
Não se dera o caso de tal frase ser apenas um exemplo, talvez mais grosseiro do que os que dia a dia inundam o comentário político sobre o PCP, adiante se passaria. Assim não é. O que ali se ouviu tão espontâneamente é tão só o que de outras bocas ou penas foi saindo, sob expressões diversas: subtis manipulações, elaboradas falsificações ou ardilosas construções destinadas a silenciar a proposta, deturpar a mensagem e induzir pela opinião abusiva, pré-estabelecidos objectivos políticos.
A citada afirmação no rescaldo das eleições veio evidenciar o quadro de comunicação que prevalece e o seu indisfarçável objectivo. Um mérito terá. O de tornar mais nítido o valor e importância do resultado obtido pela CDU face a uma bem montada linha de informação e comentário na comunicação social destinada a cumprir e servir os interesses de quem os paga e comanda – os grupos económicos seus proprietários – e a atingir aquela, e única força, que de facto temem e desejavam ver enfraquecida – o PCP e a CDU. Só uma força imensa, enraizada e organizada poderia neste quadro, não só resistir, como continuar a crescer.
Não valerá a pena perder espaço a mostrar o óbvio: mesmo que se quisesse observar a importância da CDU apenas pela estreita e vesga medida do seu peso institucional não se percebe onde estaria a tal irrelevância de uma força política que acaba de eleger 15 deputados que não fosse identificada em outras que têm número idêntico de mandatos, que viu progredir o número de deputados da anterior para esta legislatura, que viu desaparecer a maioria absoluta de um só partido.
Não se dera o caso de tal frase ser apenas um exemplo, talvez mais grosseiro do que os que dia a dia inundam o comentário político sobre o PCP, adiante se passaria. Assim não é. O que ali se ouviu tão espontâneamente é tão só o que de outras bocas ou penas foi saindo, sob expressões diversas: subtis manipulações, elaboradas falsificações ou ardilosas construções destinadas a silenciar a proposta, deturpar a mensagem e induzir pela opinião abusiva, pré-estabelecidos objectivos políticos.
A citada afirmação no rescaldo das eleições veio evidenciar o quadro de comunicação que prevalece e o seu indisfarçável objectivo. Um mérito terá. O de tornar mais nítido o valor e importância do resultado obtido pela CDU face a uma bem montada linha de informação e comentário na comunicação social destinada a cumprir e servir os interesses de quem os paga e comanda – os grupos económicos seus proprietários – e a atingir aquela, e única força, que de facto temem e desejavam ver enfraquecida – o PCP e a CDU. Só uma força imensa, enraizada e organizada poderia neste quadro, não só resistir, como continuar a crescer.