Faleceu Morais e Castro

José Morais e Castro faleceu no passado sábado, tendo o seu corpo sido cremado no dia seguinte, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. No funeral, estiveram presentes destacados nomes da cultura portuguesa, bem como vários dirigentes e militantes comunistas, entre os quais Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP. A urna esteve, sempre, coberta com a bandeira do Partido.
Como salientou, em comunicado, o Gabinete de Imprensa do PCP, Morais e Castro era um intelectual «ao serviço da cultura e do povo português». Perto de completar 70 anos, aderiu muito jovem ao PCP, tendo assumido altas responsabilidades de apoio à direcção do Partido, antes e depois do 25 de Abril.
Sócio-fundador do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, integrou desde a Revolução de Abril o Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa do PCP, de cuja direcção continuava a fazer parte. Candidato pelas listas da CDU a Lisboa nas próximas eleições autárquicas, era actualmente eleito na Assembleia de Freguesia dos Anjos.
Destacou-se pela sua actividade enquanto advogado e grande figura da cultura portuguesa. Nas artes do espectáculo, Morais e Castro estreou-se profissionalmente no Teatro do Gerifalto, tendo passado pelo grupo Cénico de Direito e pelo Teatro Moderno de Lisboa. Em 1968, é co-fundador do Grupo 4 no Teatro Aberto. Representou autores como Peter Weiss, Bertolt Brecht, Max Frisch, Peter Handke e Boris Vian. Contracenou com Mário Viegas na peça À espera de Godot, de Samuel Beckett. Já em 2004, interpretou O Fazedor de Teatro com Joaquim Benite na Companhia de Teatro de Almada que lhe valeu a Menção Honrosa da Crítica.
Estreou-se no cinema com Pássaros de Asas Cortadas, de Artur Ramos. Participou em programas de rádio e estreou-se na televisão em O Rei Veado de Carlo Gozzi, realizado também por Artur Ramos. Desde então, participou em novelas e séries televisivas com grande destaque para As Lições do Tonecas.
Morais e Castro era actualmente da Direcção da Casa do Artista, do qual foi sócio fundador.
Para o PCP, o seu desaparecimento «deixa a cultura portuguesa mais pobre». «A sua determinação e firmeza em defesa da classe operária e dos trabalhadores radicava no seu optimismo jovial e na confiança nos ideais que defendia», conclui-se no comunicado, considerando Morais e Castro um «imprescindível», pois lutou toda a vida.


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