O descaramento
As especulações acerca de uma eventual «aliança» entre o PS e o PCP na sequência do esperado mau resultado do partido de Sócrates nas eleições legislativas – que se destina porventura a colorir de esquerda a bandeira rosa da política de direita em vias de tropeção – roça o descaramento.
Já nem falamos do antigo arguido no processo da Casa Pia, Paulo Pedroso que, recebido na Assembleia com palmas dos seus correligionários, após ter ganho a sorte grande no segundo recurso para a Relação, vem agora, qual galinho da Índia, dar conselhos ao seu partido. «Se», diz ele, o eleitorado «votar à esquerda», então o PS, o PCP e o BE não poderão «ignorar» tal postura. E se não «votar à esquerda»? Pedroso que, em Almada elege o PCP e a CDU como inimigo principal, não tem estatura suficiente para estas propostas.
Mas o pior são as palavras de Ferro Rodrigues – também procedente do mesmo saco da antigos suspeitos no caso da Casa Pia. «Se o PS vencer as eleições sem maioria absoluta, deve desafiar o PCP e o BE. E no caso dessas negociações não conduzirem a nenhum resultado, deverá voltar-se para o PSD.»
Estas declarações são o maior atestado de oportunismo político que Ferro Rodrigues poderia passar a si próprio. É que ele não fala de políticas de esquerda, apenas se refere à pedinchice de apoios para que o PS – com o seu trem de tacharia – pudesse conservar-se no poder. Se a coisa não der – e Ferro Rodrigues deveria saber que não dá, por nossa parte – então o PS, partido ambidestro, virar-se-ia para o PSD, seu aliado natural em toda a história dos últimos trinta e três anos de política de direita.
É claro que não pomos as mãos no fogo no que toca às tentações do Bloco de Esquerda, tão guloso de um lugarzito e tão condescendente em variados aspectos da política de direita. Nem nos permitiríamos colocar-nos no lugar dos bloquistas, partido sem ideologia e sem projecto, que tem vindo a crescer ao colo da comunicação social comandada pela direita económica e política.
O descaramento de Ferro Rodrigues, porém, faz um favor a Sócrates. Primeiro, diz ele, vira-te para a esquerda. Depois dá a mão à direita e culpa os comunistas por essa preferência.
Por nossa parte, não jogamos esse jogo. Temos uma só palavra. E essa já a disse Jerónimo de Sousa ao apresentar o Programa do Partido: «Não contem com o PCP para subscrever uma política desta natureza.»
Já nem falamos do antigo arguido no processo da Casa Pia, Paulo Pedroso que, recebido na Assembleia com palmas dos seus correligionários, após ter ganho a sorte grande no segundo recurso para a Relação, vem agora, qual galinho da Índia, dar conselhos ao seu partido. «Se», diz ele, o eleitorado «votar à esquerda», então o PS, o PCP e o BE não poderão «ignorar» tal postura. E se não «votar à esquerda»? Pedroso que, em Almada elege o PCP e a CDU como inimigo principal, não tem estatura suficiente para estas propostas.
Mas o pior são as palavras de Ferro Rodrigues – também procedente do mesmo saco da antigos suspeitos no caso da Casa Pia. «Se o PS vencer as eleições sem maioria absoluta, deve desafiar o PCP e o BE. E no caso dessas negociações não conduzirem a nenhum resultado, deverá voltar-se para o PSD.»
Estas declarações são o maior atestado de oportunismo político que Ferro Rodrigues poderia passar a si próprio. É que ele não fala de políticas de esquerda, apenas se refere à pedinchice de apoios para que o PS – com o seu trem de tacharia – pudesse conservar-se no poder. Se a coisa não der – e Ferro Rodrigues deveria saber que não dá, por nossa parte – então o PS, partido ambidestro, virar-se-ia para o PSD, seu aliado natural em toda a história dos últimos trinta e três anos de política de direita.
É claro que não pomos as mãos no fogo no que toca às tentações do Bloco de Esquerda, tão guloso de um lugarzito e tão condescendente em variados aspectos da política de direita. Nem nos permitiríamos colocar-nos no lugar dos bloquistas, partido sem ideologia e sem projecto, que tem vindo a crescer ao colo da comunicação social comandada pela direita económica e política.
O descaramento de Ferro Rodrigues, porém, faz um favor a Sócrates. Primeiro, diz ele, vira-te para a esquerda. Depois dá a mão à direita e culpa os comunistas por essa preferência.
Por nossa parte, não jogamos esse jogo. Temos uma só palavra. E essa já a disse Jerónimo de Sousa ao apresentar o Programa do Partido: «Não contem com o PCP para subscrever uma política desta natureza.»