Orgulho PS
Maria de Lurdes Rodrigues afirmou há dias que os resultados dos exames nacionais do 9.º ano devem «encher de orgulho» o País, considerando ser «muito positivo e muito bom» o facto de a maioria dos alunos ter tido «nota positiva» a Português e a Matemática. Postas as coisas desta forma até parece que a ministra tem razão, mas esmiuçando um pouco mais os dados dá que pensar que a principal responsável por um sector tão importante como o da Educação considere motivo de «orgulho» uma realidade marcada por 30 por cento de negativas a Português e 36 por cento de negativas a Matemática.
Não se trata aqui, obviamente, de esgrimir a velha imagem do copo meio cheio ou meio vazio. Trata-se, isso sim, de olhar para os resultados de provas nacionais de capital importância para a preparação dos alunos e encontrar motivos de satisfação e normalidade onde persistem nuvens negras a justificar acrescidas preocupações.
Sabendo-se, como se sabe, que a prova de Matemática era «demasiado elementar», como a classificou a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM); ou «escandalosamente fácil», nas palavras do professor Nuno Crato (também da SPM); e que a nível europeu o mínimo que se exige é 80 por cento de positivas, cabe perguntar onde está o mérito de ter havido apenas menos 8,6 pontos percentuais de notas negativas do que em 2008.
Sabendo-se, como se sabe, que as notas a Português abaixo de três quase duplicaram em relação ao ano passado, subindo de 16,7 para 30,1 por cento, de acordo com os próprios números do Ministério; e que continua por explicar o facto de em 2006 as negativas nesta disciplina terem triplicado, passando de 15 para 45 por cento, cabe perguntar como pode o secretário de Estado da Educação Valter Lemos afirmar que estamos perante «variações perfeitamente normais».
A menos que a ministra e o seu secretário sejam totalmente irresponsáveis, a reacção aos resultados dos exames só pode ser interpretada como uma manobra demagógica (mais uma) do Governo PS, que não hesita em apresentar como vitórias os mais clamorosos desastres da sua governação.
Pretender fazer crer que tais resultados são motivo de «orgulho» não é uma piada de mau gosto. É um retrato de corpo inteiro do Governo PS.
Não se trata aqui, obviamente, de esgrimir a velha imagem do copo meio cheio ou meio vazio. Trata-se, isso sim, de olhar para os resultados de provas nacionais de capital importância para a preparação dos alunos e encontrar motivos de satisfação e normalidade onde persistem nuvens negras a justificar acrescidas preocupações.
Sabendo-se, como se sabe, que a prova de Matemática era «demasiado elementar», como a classificou a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM); ou «escandalosamente fácil», nas palavras do professor Nuno Crato (também da SPM); e que a nível europeu o mínimo que se exige é 80 por cento de positivas, cabe perguntar onde está o mérito de ter havido apenas menos 8,6 pontos percentuais de notas negativas do que em 2008.
Sabendo-se, como se sabe, que as notas a Português abaixo de três quase duplicaram em relação ao ano passado, subindo de 16,7 para 30,1 por cento, de acordo com os próprios números do Ministério; e que continua por explicar o facto de em 2006 as negativas nesta disciplina terem triplicado, passando de 15 para 45 por cento, cabe perguntar como pode o secretário de Estado da Educação Valter Lemos afirmar que estamos perante «variações perfeitamente normais».
A menos que a ministra e o seu secretário sejam totalmente irresponsáveis, a reacção aos resultados dos exames só pode ser interpretada como uma manobra demagógica (mais uma) do Governo PS, que não hesita em apresentar como vitórias os mais clamorosos desastres da sua governação.
Pretender fazer crer que tais resultados são motivo de «orgulho» não é uma piada de mau gosto. É um retrato de corpo inteiro do Governo PS.