Blair sabia das torturas

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, «estava ao corrente» da política norte-americana de aplicar torturas a suspeitos de terrorismo, segundo revelou o jornal britânico The Guardian, na edição de dia 19.
O diário recorda que esta política foi adoptada na sequência dos atentados de 11 de Setembro e que os serviços secretos internos e externos do Reino Unido, MI5 e MI6, receberam instruções escritas, onde se sublinhava que os agentes não tinham nenhuma obrigação de impedir maus-tratos de prisioneiros por parte dos seus homólogos norte-americanos, apesar tais práticas lhes serem expressamente proibidas.
Também a obrigação de denunciar violências contra prisioneiros, estabelecida pela convenção contra a tortura das Nações Unidas, foi aligeirada nessa altura pelo governo britânico. As mesmas ordens referiam vagamente que os serviços secretos podiam apresentar queixa dos agentes norte-americanos «se as circunstâncias o permitissem».
Depois de terem sido publicadas em 2004 algumas fotos dos abusos cometidos na prisão de Abu Gharaib, no Iraque, o governo britânico decidiu alterar a política de fazer vista grossa às torturas, dando instruções precisas aos agentes de que deveriam informar se os detidos interrogados na sua presença estavam a ser sujeitos a «tratamentos inumanos ou degradantes».
Todavia, o jornal britânico afirma que actualmente os agentes do MI5 têm ordens para não voltar a interrogar uma pessoa que se queixe de ter sofrido torturas. Vários detidos britânicos suspeitos de terrorismo já antes haviam afirmado terem sido vítimas de torturas pouco antes de agentes do Reino Unido os interrogarem.


Mais artigos de: Europa

<i>Total</i> despede grevistas

Confrontada pela terceira vez, este ano, com uma greve espontânea na refinaria de Lindsey, na Grã-Bretanha, a multinacional francesa, Total, decidiu despedir 647 grevistas que se recusam a retomar o trabalho desde 11 de Junho.

Indignação popular

Mais de cinco mil pessoas manifestaram-se, dia 18, em Riga, capital da Letónia, em protesto contra as sucessivas medidas de austeridade decretadas pelo governo para fazer face à bancarrota do país.

<i>British Airways</i> exige trabalho gratuito

Após anunciar um prejuízo recorde anual de 375 milhões de libras (440 milhões de euros), a terceira companhia europeia de aviação revelou ter pedido aos trabalhadores que prestem trabalho não remunerado por um período de uma semana a um mês.Nas actuais condições de mercado, a transportadora aérea diz estar a lutar pela...

Preços de ruína

Milhares de agricultores vindos sobretudo da França, Alemanha e Bélgica manifestaram-se, segunda-feira, 22, no Luxemburgo, onde decorria a reunião dos ministros da Agricultura da UE justamente dedicada à Política Agrícola Comum após 2013. O protesto foi convocado pela Federação Europeia dos Produtores de Leite (European...

Trapaceiros...

As conclusões do Conselho Europeu de 18 e 19 de Junho deverão ficar para a história como (mais) um exemplo de cinismo e hipocrisia da União Europeia.Depois de ardilosamente terem decidido as «razões» pelas quais o povo irlandês rejeitou a proposta de «tratado de Lisboa», eis que o Conselho Europeu dá o «tiro de partida»...