Letónia corta despesas

Sob o garrote das imposições do FMI e da Comissão Europeia, o governo letão impôs cortes nos orçamentos dos ministérios que oscilam entre 20 e 40 por cento, sendo que na maior parte dos casos deverão atingir o limite superior. E não só o número de trabalhadores da Administração Pública deverá ser reduzido em pelo menos um terço, passando a representar entre oito a dez por cento da população activa, contra 14 por cento actualmente, como os respectivos salários serão novamente reduzidos.
De acordo com declarações do Ministério das Finanças, citadas no Le Monde (29.04), os salários dos professores, que se manifestaram maciçamente no passado dia 2 de Abril, deverão ser reduzidos em 20 por cento. A mesma fonte admitiu que os cortes orçamentais mais pesados afectarão todo o sistema de protecção social, designadamente os subsídios de desemprego, licenças de maternidade, etc.
Porém mesmo com cortes orçamentais de 40 por cento em média, as contas do Estado continuarão a apresentar um défice de 7,7 por cento do PIB, valor muito acima do limite de cinco por cento fixado pelo FMI e pelo executivo de Bruxelas, como condição do seu plano de «ajuda financeira» no montante de 7,5 mil milhões de euros em três anos.
O problema é que, à força de tantos cortes na despesa pública, o comportamento da economia é cada vez mais negativo. Se em Dezembro passado, o país estimava uma recessão de cinco por cento, agora calcula-se que a contracção do PIB deverá atingir entre 12 a 15 por cento até final do ano.


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