CDU apresenta cabeças de lista em Lisboa

«Podem contar connosco!»

Com a presença do Secretário-geral do PCP, foram apresentados, quinta-feira os cabeças de lista da CDU para a Câmara e Assembleia Municipal de Lisboa. Ruben de Carvalho e Modesto Navarro são, respectivamente, os rostos da única força política, a CDU, que tem um projecto para Lisboa e promete combater a «crise» que assola, há oito anos, a autarquia.

Somos a garantia que há alternativa à política de direita

«Um período que se reflectiu em todos os aspectos da vida quotidiana de Lisboa, das condições de vida da população cuja a expulsão da urbe se acentuou até ao caos administrativo e à corrupção declarada na administração municipal», afirmou Ruben de Carvalho, acusando o anterior executivo (PSD/CDS-PP), «sempre com o apoio ou a complacência dos eleitos do PS e as trapalhadas e contradições do BE», de ter levado a autarquia «ao colapso financeiro, pelos negócios e pela cedência à especulação imobiliária, ao colapso orgânico e funcional, pelo desrespeito pelos trabalhadores e pela incompetência da gestão, ao inevitável colapso político, conduzindo a uma vergonhosa sucessão de investigações, processos judiciais, inquéritos, indignos de Lisboa».
Nos últimos dois anos, com o PS e o BE, a situação não melhorou. «Tem sido constante no discurso do presidente António Costa a alegação de que encontrou uma Câmara endividada e caótica, assim se justificando a ineficácia da actual gestão», criticou o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal, lamentando «a inexactidão, falta de clareza e rigor» do PS quanto à situação financeira e o «conflito aberto por António Costa com o Tribunal de Contas».
Para além do problema do tecido empresarial municipal, das carreiras e da estrutura da Câmara, numa intervenção bastante aplaudida pelos apoiantes, Ruben de Carvalho falou ainda do Plano Director Municipal, que, segundo os comunistas, deveria ter sido revisto em 2004.
«O urbanismo do PS de António Costa e Manuel Salgado na Câmara tem-se caracterizado por uma operação, seguramente mais hábil que a tosca política de direita de Santana Lopes ou Carmona Rodrigues, mas conducente exactamente às mesmas consequências de desregulamento, ausência de correcção de desmandos, definição de regras urbanísticas que sirvam a cidade e não a especulação imobiliária», destacou.
Ruben de Carvalho teceu ainda fortes críticas ao facto de a Câmara de Lisboa ajustar a sua política à agenda do Governo e à sua política, «hoje universalmente aceite como a mais à direita seguida desde o 25 de Abril». Para isso, deu como exemplo, entre outras, «a frente ribeirinha, os confusos acordos com a Administração do Porto de Lisboa, a inoperância face a decisões da Carris e do Metropolitano que afectam gravemente o problema de transportes públicos, as indefinições do aeroporto da Portela, da terceira travessia do Tejo e dos seus impactos, o TGV, a passividade municipal às operações imobiliárias governamentais envolvendo quartéis, prisões, hospitais, a operação imobiliária da transferência do IPO para a zona oriental da cidade, a polémica em torno da utilização das verbas do casino, as operações cosméticas sobre um problema tão sentido pelos lisboetas como o da segurança».
No final, sempre aplaudido pelas mais de 200 pessoas que se encontravam na sala do Hotel Roma, Ruben de Carvalho lembrou que Lisboa pode sempre contar com a CDU. «Somos a força política que não teme, não hesita, não abandona, não mente, não desiste. Somos a garantia de que há alternativa à política de direita, que há alternativa à crise, que há uma política ao serviço dos trabalhadores e do povo», disse.

Acabar com a estagnação

Modesto Navarro valorizou, por seu lado, o trabalho da CDU na Assembleia Municipal. «Fomos decisivos, em mandatos anteriores, para a criação de condições concretas de dignificação dos grupos municipais, no alargamento dos espaços de trabalho, na formação de gabinetes de apoio dos grupos municipais, com pessoal e meios necessários, na conquista de condições adequadas para o funcionamento das comissões, na elevação do nível das intervenções e das visitas a áreas e problemas da cidade, saindo da Assembleia Municipal, na realização de iniciativas específicas sobre temas principais, de interesse para Lisboa, em conjugação com as instituições, as estruturas associativas e os especialistas convidados», afirmou, lamentando o facto de, neste mandato, na Assembleia Municipal, «a maioria absoluta do PSD», «com o PS a ajudar», «esvaziaram os órgãos deliberativos municipais e de freguesia, destruindo poderes democráticos e da autonomia consagrada na Constituição da República, através de alterações da legislação e retirada de meios financeiros».
Ao contrário das restantes bancadas, os eleitos da CDU estiveram ainda nas freguesias e nos bairros, ouvindo as populações, trazendo para a Assembleia Municipal esses levantamentos de questões e as propostas essenciais à resolução dos problemas e à elevação da qualidade de vida da cidade.
«O contacto directo com as populações, a ligação e a resposta aos munícipes, a articulação com as organizações locais, o trabalho com as estruturas associativas, a resposta certa no momento certo, foram e serão objectivos fundamentais na nossa intervenção de eleitos», assegurou o candidato da CDU.
Alertando para os problemas do «desemprego», do «esvaziamento da cidade», do «empobrecimento dos bairros e das freguesias», Modesto Navarro criticou, de igual forma, as «políticas do PSD de Carmona e Santana Lopes» e de António Costa (PS), «uma nulidade clamorosa no essencial e um perigo diário para a cidade». «Como militante e dirigente do PS, tem acompanhado, promovido e apoiado iniciativas de destruição do património nacional e municipal, de hospitais, do Tribunal da Boa-Hora, do complexo desportivo da Lapa, da perversão das funções do Pavilhão Carlos Lopes, de tudo o que possa ser alto negócio de especulação na cidade», denunciou.
Nesse sentido, defendeu, é preciso acabar «com a maioria absoluta do PSD na Assembleia Municipal, que é eleitoralista, cega e fiel seguidora de Santana Lopes» e dizer «a António Costa e ao PS que é tempo de a Câmara Municipal ter um presidente que seja de facto um autarca a sério, honesto e competente, e não um fazedor de moções para congressos do PS e um frequentador de programas televisivos quadriculados e empobrecedores».

Jerónimo de Sousa valoriza poder local democrático
«Obra realizada ao longo
de três décadas»


Na sessão onde foram apresentados todos os candidatos da CDU à Assembleia Municipal de Lisboa, Jerónimo de Sousa começou por lembrar que a CDU, nas autarquias, é «a grande força política nacional». «O poder local - enquanto conquista de Abril, espaço de realização e luta pela melhoria das condições de vida, factor de participação e mobilização cívica de milhares de cidadãos - é inseparável do trabalho e contribuição dada por milhares de activistas da CDU ao longo de sucessivos mandatos», sublinhou.
Também, em Lisboa, a CDU tem um importante património de intervenção política, defesa dos interesses das populações, obra realizada e sobretudo um projecto para a cidade afirmado e construído em sucessivos mandatos.
«Obra realizada ao longo de três décadas, pioneiro em importantes freguesias do município e depois na gestão da cidade a partir das responsabilidades assumidas em vários pelouros que deixaram uma inegável e distintiva marca de competência no trabalho municipal», frisou o Secretário-geral do PCP.
A CDU é ainda uma força associada ao que de melhor e mais inovador foi feito na gestão das autarquias. «Uma capacidade de realização e inovação que se projecta no presente e dá garantias de futuro como o comprova o percurso destes últimos anos de mandato», acentuou Jerónimo de Sousa, referindo-se à «valorização do espaço público», à «requalificação urbana», à «atenção aos valores ambientais», ao «desenvolvimento de uma rede de equipamentos colectivos integrados em programas de democratização da prática desportiva e cultural» e à «atenção dada aos trabalhadores das autarquias».
«Um trabalho reconhecido nacional e internacionalmente, precursor de sistemas integrados de mobilidade e valorização do transporte público de que o Metro Sul do Tejo é prova, pioneiro na certificação de serviços autárquicos, promotor de um equipamento de valia internacional de que é exemplo o primeiro grande aquário de água doce da Europa (Fluviário de Mora), impulsionador da primeira central fotovoltaica objecto de distinção internacional atribuída já este ano a Moura – expressões mais visíveis de uma vasta obra que cresce e se amplia ali onde a CDU tem a responsabilidade maior pela gestão autárquica», acrescentou o Secretário-geral do PCP.


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