Águias, falcões e abutres...
Inicia-se amanhã a Cimeira da NATO, que se realizará dias 3 e 4 de Abril, em Estrasburgo (França) e Kehl (Alemanha). Esta cimeira assinalará os 60 anos deste bloco político-militar liderado pelos EUA, que conta como membro fundador a ditadura fascista portuguesa.
Dos intentos anunciados para esta cimeira inscrevem-se a reafirmação dos objectivos da NATO – como instrumento central do imperialismo –, e a análise do seu papel no quadro da denominada «segurança euro-atlântica», tendo em vista a futura adopção de um «novo» conceito estratégico, para além da agressão e ocupação do Afeganistão, das suas relações com a Rússia (alargamento da NATO ao Leste da Europa, instalação do novo sistema de mísseis dos EUA na Europa, etc.) ou da reintegração da França na sua estrutura militar e do seu «impacto nas relações NATO-União Europeia».
As ambições alemãs
A intervenção de Merkel na 45ª Conferência de Segurança de Munique, de 7 de Fevereiro de 2009, é a medida das expectativas e das ambições do grande capital alemão quanto ao que está em causa.
Aí Merkel aprofunda as linhas do que considera ser a necessária transformação profunda da NATO: torná-la, de facto, num «actor global», em «estreita cooperação» com a UE e a ONU, obviamente, assegurando o papel da Alemanha igualmente como «actor global».
Para o grande capital alemão os contornos da evolução da crise do capitalismo representam uma oportunidade para (re)configurar uma «cooperação» com a «nova administração norte-americana», que leve à criação de «novas instituições globais», a partir da reafirmação e reforço do eixo transatlântico que, assegura, «molda os fundamentos da arquitectura de segurança» comum.
Para Merkel o «novo conceito estratégico» da NATO deve partir do reconhecimento de que «nós precisamos uns dos outros» (isto é, os EUA e a Alemanha, que, por sua vez, comanda a UE), que «temos que agir em conjunto» e que as «nossas acções (isto é, as deles...) deverão, como tal, ser baseadas numa abordagem cooperativa». E, continua, o novo conceito da NATO deverá integrar diferentes instrumentos (acrescento, de ingerência e de intervenção) «políticos, política de desenvolvimento, em alguns casos culturais e, quando necessário, medidas militares», aliás, sublinha, como a dita «Política Europeia de segurança e Defesa» da UE, que, afirma, será «finalmente reforçada institucionalmente, uma vez que o Tratado de Lisboa seja ratificado».
Para a Alemanha, a NATO deve ser um «fórum de debate» com dois interlocutores, os EUA e a UE, obviamente, comandada pela Alemanha, sem «rivalidade» ou «concorrência», segundo a fórmula: «analisamos em conjunto, tomamos decisões em conjunto e agimos em conjunto».
Não à guerra! Não à militarização da UE!
Ou seja, a militarização da UE, como pilar europeu da NATO, procura dar resposta às ambições e aos interesses das grandes potências europeias – Alemanha, França e Grã-Bretanha –, que, procurando ultrapassar contradições entre si, tentam reequilibrar as suas posições no quadro da concertação/rivalidade com os EUA. Daí o chamado retorno da França à estrutura militar da NATO.
A militarização da UE é a medida da ambição das grandes potências que, avançando no aprofundamento da União Europeia como bloco político-militar de cariz imperialista, com uma política dita de «defesa», articulada com a NATO ou a ela submetida, procuram partilhar com os Estados Unidos da América o domínio e a exploração no mundo.
Por isso, a União Europeia adoptou como seu o conceito estratégico da NATO, decidido na Cimeira de Washington, em 1999. Aliás, Cimeira da NATO que apontou como objectivo a militarização da UE, como seu pilar europeu. Processo de militarização da UE ao qual foi decidido dar início, precisamente, em 1999.
Daí a militarização da União Europeia vocacionada para a criação de forças militares que tenham capacidade de promover a ingerência e a agressão militar, sempre que tal seja necessário para salvaguardar os interesses das grandes potências europeias e dos grandes grupos económico-financeiros.
A militarização da UE é parte indissociável do processo de integração capitalista europeia. Ela é base e componente fundamental deste processo, a par do reforço do federalismo e do neoliberalismo.
Face à aproximação das eleições para o Parlamento Europeu, em 7 de Junho, assumem grande importância todas as iniciativas que denunciem o carácter militarista da actual União Europeia, tendo particular significado as mobilizações pela paz e contra a NATO, previstas para este fim-de-semana.
Dos intentos anunciados para esta cimeira inscrevem-se a reafirmação dos objectivos da NATO – como instrumento central do imperialismo –, e a análise do seu papel no quadro da denominada «segurança euro-atlântica», tendo em vista a futura adopção de um «novo» conceito estratégico, para além da agressão e ocupação do Afeganistão, das suas relações com a Rússia (alargamento da NATO ao Leste da Europa, instalação do novo sistema de mísseis dos EUA na Europa, etc.) ou da reintegração da França na sua estrutura militar e do seu «impacto nas relações NATO-União Europeia».
As ambições alemãs
A intervenção de Merkel na 45ª Conferência de Segurança de Munique, de 7 de Fevereiro de 2009, é a medida das expectativas e das ambições do grande capital alemão quanto ao que está em causa.
Aí Merkel aprofunda as linhas do que considera ser a necessária transformação profunda da NATO: torná-la, de facto, num «actor global», em «estreita cooperação» com a UE e a ONU, obviamente, assegurando o papel da Alemanha igualmente como «actor global».
Para o grande capital alemão os contornos da evolução da crise do capitalismo representam uma oportunidade para (re)configurar uma «cooperação» com a «nova administração norte-americana», que leve à criação de «novas instituições globais», a partir da reafirmação e reforço do eixo transatlântico que, assegura, «molda os fundamentos da arquitectura de segurança» comum.
Para Merkel o «novo conceito estratégico» da NATO deve partir do reconhecimento de que «nós precisamos uns dos outros» (isto é, os EUA e a Alemanha, que, por sua vez, comanda a UE), que «temos que agir em conjunto» e que as «nossas acções (isto é, as deles...) deverão, como tal, ser baseadas numa abordagem cooperativa». E, continua, o novo conceito da NATO deverá integrar diferentes instrumentos (acrescento, de ingerência e de intervenção) «políticos, política de desenvolvimento, em alguns casos culturais e, quando necessário, medidas militares», aliás, sublinha, como a dita «Política Europeia de segurança e Defesa» da UE, que, afirma, será «finalmente reforçada institucionalmente, uma vez que o Tratado de Lisboa seja ratificado».
Para a Alemanha, a NATO deve ser um «fórum de debate» com dois interlocutores, os EUA e a UE, obviamente, comandada pela Alemanha, sem «rivalidade» ou «concorrência», segundo a fórmula: «analisamos em conjunto, tomamos decisões em conjunto e agimos em conjunto».
Não à guerra! Não à militarização da UE!
Ou seja, a militarização da UE, como pilar europeu da NATO, procura dar resposta às ambições e aos interesses das grandes potências europeias – Alemanha, França e Grã-Bretanha –, que, procurando ultrapassar contradições entre si, tentam reequilibrar as suas posições no quadro da concertação/rivalidade com os EUA. Daí o chamado retorno da França à estrutura militar da NATO.
A militarização da UE é a medida da ambição das grandes potências que, avançando no aprofundamento da União Europeia como bloco político-militar de cariz imperialista, com uma política dita de «defesa», articulada com a NATO ou a ela submetida, procuram partilhar com os Estados Unidos da América o domínio e a exploração no mundo.
Por isso, a União Europeia adoptou como seu o conceito estratégico da NATO, decidido na Cimeira de Washington, em 1999. Aliás, Cimeira da NATO que apontou como objectivo a militarização da UE, como seu pilar europeu. Processo de militarização da UE ao qual foi decidido dar início, precisamente, em 1999.
Daí a militarização da União Europeia vocacionada para a criação de forças militares que tenham capacidade de promover a ingerência e a agressão militar, sempre que tal seja necessário para salvaguardar os interesses das grandes potências europeias e dos grandes grupos económico-financeiros.
A militarização da UE é parte indissociável do processo de integração capitalista europeia. Ela é base e componente fundamental deste processo, a par do reforço do federalismo e do neoliberalismo.
Face à aproximação das eleições para o Parlamento Europeu, em 7 de Junho, assumem grande importância todas as iniciativas que denunciem o carácter militarista da actual União Europeia, tendo particular significado as mobilizações pela paz e contra a NATO, previstas para este fim-de-semana.