Faleceu Celeste Amorim
Faleceu subitamente, no dia 10 de Março, a camarada Celeste Amorim.
Antifascista de longa data, aderiu ao PCP em 1961, ano em que entrou também para o Coro de Lopes-Graça, a que o seu nome ficará para sempre ligado. Durante o fascismo esteve também ligada à CDE, onde desenvolveu grande actividade política. Depois do 25 de Abril, fez parte do quadro de funcionários do Partido entre 1974 e 1978, foi responsável pela Célula dos Músicos e integrou a Direcção de Artes e Letras e a Direcção do Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa. Era eleita do PCP na Junta de Freguesia de Cacilhas.
Ao tomarem conhecimento da morte inesperada desta conceituada artista, simultaneamente militante activa e democrata considerada por todos os quadrantes políticos, centenas de pessoas acorreram à «Incrível Almadense», onde o corpo de Celeste Amorim esteve em câmara ardente, prestando-lhe uma última homenagem.
No funeral, o Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música, dirigido pelo maestro José Robert, cantou três canções: «Canção de Maio», «Jornada», e «Acordai!». José Casanova, membro do Comité Central do PCP e director do Avante!, interveio:
«Apenas umas breves palavras para, em nome do PCP, em nome de muitos camaradas e amigos, deixar aqui um abraço solidário ao Pedro e à família e o nosso imenso adeus à Celeste – um adeus de muita amizade, de muita camaradagem, de muita ternura.
São sempre difíceis e dolorosos estes momentos em que nos despedimos de uma pessoa de quem nos habituámos a ser amigos e que connosco partilhou tanto, como a Celeste – a Celeste que recordo desde há muitos anos, camarada e amiga de dias e dias de noites e noites de actividade militante; de presença certa nas muitas batalhas travadas, de presença constante na luta solidária com Cuba e o povo cubano; a Celeste do Coro – para nós, sempre o Coro do Lopes Graça – esse notável e singular instrumento de intervenção cultural a que ela dedicou parte grande da sua vida e do seu talento – com a sua voz doce, pura, dando harmonia e beleza à harmonia e beleza do coro de vozes, donde, de quando em quando, emergiam os seus solos carregados de força e de magia.
E tudo isto faz pesar sobre nós, neste momento de despedida e de dor, a enorme, a pesada, a irremediável perda que hoje sofremos.
Mas é tudo isto, também, que nos faz guardar para sempre, nas nossas memórias e nos nossos corações, a nossa Celeste, a sua amizade, a sua camaradagem, a sua disponibilidade interventiva, a sua militância comunista, o seu talento, a sua voz – o seu sorriso belo, terno, solidário, fraterno.
Porque a Celeste vai continuar connosco, ao nosso lado, pelos tempos fora.
De todas as vezes que voltarmos a ouvir o Coro, a lembrança da sua presença e da sua voz há-de chegar-nos, impressiva, confortante, reconfortante.
Hoje – quando desfilarmos nas ruas de Lisboa rumo a um novo rumo para Portugal, a Celeste estará connosco.
E assim será nas lutas do futuro para a conquista do Futuro.
Assim será e assim “havemos de chegar ao fim da estrada, ao Sol desta canção” de justiça social, de liberdade, de paz, de solidariedade.»
Antifascista de longa data, aderiu ao PCP em 1961, ano em que entrou também para o Coro de Lopes-Graça, a que o seu nome ficará para sempre ligado. Durante o fascismo esteve também ligada à CDE, onde desenvolveu grande actividade política. Depois do 25 de Abril, fez parte do quadro de funcionários do Partido entre 1974 e 1978, foi responsável pela Célula dos Músicos e integrou a Direcção de Artes e Letras e a Direcção do Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa. Era eleita do PCP na Junta de Freguesia de Cacilhas.
Ao tomarem conhecimento da morte inesperada desta conceituada artista, simultaneamente militante activa e democrata considerada por todos os quadrantes políticos, centenas de pessoas acorreram à «Incrível Almadense», onde o corpo de Celeste Amorim esteve em câmara ardente, prestando-lhe uma última homenagem.
No funeral, o Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música, dirigido pelo maestro José Robert, cantou três canções: «Canção de Maio», «Jornada», e «Acordai!». José Casanova, membro do Comité Central do PCP e director do Avante!, interveio:
«Apenas umas breves palavras para, em nome do PCP, em nome de muitos camaradas e amigos, deixar aqui um abraço solidário ao Pedro e à família e o nosso imenso adeus à Celeste – um adeus de muita amizade, de muita camaradagem, de muita ternura.
São sempre difíceis e dolorosos estes momentos em que nos despedimos de uma pessoa de quem nos habituámos a ser amigos e que connosco partilhou tanto, como a Celeste – a Celeste que recordo desde há muitos anos, camarada e amiga de dias e dias de noites e noites de actividade militante; de presença certa nas muitas batalhas travadas, de presença constante na luta solidária com Cuba e o povo cubano; a Celeste do Coro – para nós, sempre o Coro do Lopes Graça – esse notável e singular instrumento de intervenção cultural a que ela dedicou parte grande da sua vida e do seu talento – com a sua voz doce, pura, dando harmonia e beleza à harmonia e beleza do coro de vozes, donde, de quando em quando, emergiam os seus solos carregados de força e de magia.
E tudo isto faz pesar sobre nós, neste momento de despedida e de dor, a enorme, a pesada, a irremediável perda que hoje sofremos.
Mas é tudo isto, também, que nos faz guardar para sempre, nas nossas memórias e nos nossos corações, a nossa Celeste, a sua amizade, a sua camaradagem, a sua disponibilidade interventiva, a sua militância comunista, o seu talento, a sua voz – o seu sorriso belo, terno, solidário, fraterno.
Porque a Celeste vai continuar connosco, ao nosso lado, pelos tempos fora.
De todas as vezes que voltarmos a ouvir o Coro, a lembrança da sua presença e da sua voz há-de chegar-nos, impressiva, confortante, reconfortante.
Hoje – quando desfilarmos nas ruas de Lisboa rumo a um novo rumo para Portugal, a Celeste estará connosco.
E assim será nas lutas do futuro para a conquista do Futuro.
Assim será e assim “havemos de chegar ao fim da estrada, ao Sol desta canção” de justiça social, de liberdade, de paz, de solidariedade.»