Na segunda-feira, a poucos dias da revisão do Estatuto

Professores repetem grande greve

Da «jornada nacional» de anteontem, sobressaiu a «grande disponibilidade» dos docentes para prosseguirem o combate por outra política educativa, centrada na valorização da escola e na dignificação dos professores.

É esperada uma adesão semelhante à de 3 de Dezembro

A «jornada nacional de reflexão e luta», promovida pela Plataforma Sindical dos Professores, «contou com a participação de milhares de docentes», fazendo de 13 de Janeiro um «dia muito importante para a continuação da acção e da luta. No comunicado que a Plataforma divulgou ao início da noite de terça-feira, é destacada «a grande disponibilidade demonstrada pelos docentes para continuarem a lutar por uma política educativa que tenha no centro das preocupações a valorização da escola e a dignificação dos professores, o que não acontece com a que é desenvolvida pelo actual Governo».
A Plataforma, de que fazem parte a Fenprof e mais uma dezena de estruturas, representando praticamente a totalidade da classe docente, salientou ainda que a jornada de anteontem evidencia «a grande mobilização dos professores para a greve», marcada para a próxima segunda-feira, 19 de Janeiro, quando passam dois anos sobre a publicação do Estatuto da Carreira Docente. A greve, que os sindicatos esperam atingir dimensões semelhantes à que ocorreu a 3 de Dezembro, à qual aderiram mais de 90 por cento dos professores e educadores, ganha acrescida importância, uma vez que, no dia 28, arranca um processo negocial de revisão do ECD.
A abertura deste processo foi já um significativo resultado da luta dos professores, salientou na semana passada a Plataforma, após uma reunião em que o Ministério da Educação reafirmou, para a nova negociação, os objectivos fixados no ECD publicado em 2007.
Bem distintos são os objectivos reafirmados pelas organizações sindicais: rever a actual estrutura de carreira, de forma a eliminar a divisão em categorias; substituir o actual modelo de avaliação e abolir as quotas, que condicionam a atribuição das menções mais elevadas; revogar a prova de ingresso na profissão; aprovar horários de trabalho pedagogicamente adequados; recuperar o tempo de serviço perdido por imposição legal; rever condições de aposentação, entre outros.
A importância da greve nacional de dia 19 é acentuada pela manifesta divergência, à partida, entre o ME e os sindicatos. A luta dará mais força à exigência de suspensão, este ano, do modelo de avaliação do ME (cuja versão simplificada mantém a mesma natureza negativa), e à posição sindical na revisão do ECD. Neste ponto, a Plataforma Sindical considera «determinante» a definição da estrutura da carreira docente. «É aqui que se jogará a matriz do próprio Estatuto, pois a manutenção ou eliminação das categorias ditará todas as soluções que, para as restantes matérias, poderão ser encontradas», declara a Plataforma, no comunicado de anteontem.

Avaliadores

Os sindicatos da Plataforma marcaram greve às aulas assistidas, para o período de 20 de Janeiro a 20 de Fevereiro, de modo a permitir que os professores avaliadores se recusem a observar o trabalho dos avaliados.


Mais artigos de: Trabalhadores

Na <i>OGMA</i> resiste-se

A liquidação de direitos dos trabalhadores é levada ao extremo pela administração da OGMA, para aumentar os lucros com menos custo. Mas a multinacional brasileira pode estar a criar um pretexto para «voar» de Alverca.

<i>Tyco</i> sem fundamento

O SIESI/CGTP-IN requererá a anulação da suspensão de um terço dos contratos de trabalho na Tyco, em Évora, se daí resultarem reduções nos rendimentos dos trabalhadores e propõe, como alternativa, a formação profissional.

Ano novo cheio de lutas

Combater as normas gravosas que se mantêm no Código do Trabalho e a reforma na Administração Pública desencadeada pelo Governo serão prioridades da acção reivindicativa da CGTP-IN em 2009.

Vigília na <i>Bordalo Pinheiro</i>

Os 172 trabalhadores da fábrica de cerâmica Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, efectuaram uma vigília, resistindo ao mau tempo, durante a noite de sexta-feira para sábado, diante da Câmara Municipal, para exigirem do Governo, da autarquia, de maioria PSD, do IAPMEI e do Governo Civil, medidas que garantam a...

Serviços públicos abandonados

A Autoridade Florestal Nacional «negligencia gravemente os seus deveres», acusou a Organização Sub-Regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do PCP, depois de uma delegação do Partido ter reunido com trabalhadores da Unidade de Gestão Florestal do Tâmega, onde 42 funcionários foram colocados na situação de mobilidade...

Triste surpresa na <i>Aljubal</i>

Os 21 ex-trabalhadores da empresa de faianças Aljubal, em Alcobaça, encerrada em 2000, nem queriam acreditar quando, em vésperas de Natal, foram notificados pela Segurança Social, tutelada pelo Governo PS, para devolverem, no prazo de dez dias, as indemnizações que receberam por motivo de falência da fábrica, depois de...

<i>Soflusa</i>

O Sindicato dos Ferroviários, o Sitemaq e o Simamevip, que assinaram na semana passada um acordo de revisão salarial com a administração da Soflusa, promovem hoje, a partir das 14.30 horas, no terminal do Barreiro, um plenário de trabalhadores. «Não sendo o acordo ideal, pensamos ser positivo, porque não retira nenhum...