Unir a esquerda contra o neoliberalismo
A cerca de um ano das eleições presidenciais no Chile, as forças de esquerda intensificam contactos bilaterais com o objectivo de encontrar uma candidatura comum, capaz de derrotar a direita e promover uma política antiliberal, ao serviço dos trabalhadores e do povo do Chile.
Na quarta-feira, dia 16, na sede do Partido Comunista do Chile (PCC), reuniram-se Guillermo Teiller, presidente do PCC e candidato comunista ao mais alto cargo da nação, e Tomás Hirsch, candidato do Partido Humanista. Reuniões similares ocorreram já com dirigentes do Movimento Amplo Social e do Partido Socialista.
Segundo informações veiculadas na página do PC do Chile, Teiller e Hirsch acordaram em trabalhar para a nomeação de um candidato único. «Vamos lutar por construir uma alternativa de esquerda no Chile, alternativa ao neoliberalismo, vamos lutar por um novo tipo de governo, de democracia e justiça social», disse Teiller no final da reunião.
Até ao final de Março, esclareceu Teiller, deve estar pronto o programa comum que incorpore os contributos dos partidos, movimentos e candidaturas interessados em integrar a alternativa política, a qual se apresentará ao povo com uma política alternativa.
Um dos temas centrais do programa, explicou ainda o presidente do PC do Chile, é a chamada reforma do sistema eleitoral, que exclui os comunistas, os humanistas e outros sectores de esquerda da representação parlamentar. Um novo projecto nesse sentido será votado no Congresso em Maio do próximo ano, mas a direita deve garantir o chumbo da proposta de lei.
Ampliar a frente social
Ao mesmo tempo que se trava o diálogo entre as várias forças progressistas chilenas no sentido de estabelecer um candidato e um programa comum, cresce o apoio em torno do comunista Guillermo Teiller. Numa sessão pública que reuniu intelectuais, artistas e profissionais independentes, dia 14, o candidato agradeceu a disposição daqueles para se colocarem ao seu lado na batalha presidencial, ampliando a frente social pela ruptura com a política antipopular.
Na iniciativa, Teiller lembrou que a crise que revela a bancarrota do modo de produção capitalista faz recair sobre os trabalhadores mais exploração e é sinal da falência do modelo neoliberal, incapaz de satisfazer as necessidades mais básicas de milhões de seres humanos empurrados para o amplo contingente de miseráveis.
No Chile, onde estimativas recentes indicam a delapidação de 250 mil postos de trabalho no próximo ano, aduziu, o governo chegou a dizer que estávamos a salvo da crise, mas o que fica claro é que o grande capital nacional e transnacional, que com a ditadura de Pinochet tomou de assalto o sector público e os recursos naturais do país, impôs a «desregulação, as privatizações, a flexibilidade laboral, a destruição da organização sindical, a reforma fiscal, a aposta nas exportações e o menosprezo pelo fomento do mercado interno, políticas que, com ligeiras nuances, continuam a vigorar».
«A crise no nosso país é consequência directa dessas orientações, com as quais, desgraçadamente, tem governado a Concertação nos últimos 18 anos». Por isso, acresce o perigo do regresso ao poder da direita pinochetista, que pretende «aplicar de maneira ainda mais extrema tais concepções, defendendo os seus interesses ameaçados», frisou.
Candidatura de classe
Um dia antes do encontro com intelectuais, artistas e profissionais liberais, Guillermo Teiller esteve na apresentação pública do Comando Nacional de Trabalhadores em apoio à sua candidatura.
Mais de 48 organizações e 300 dirigentes, entre os quais o presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre, Cristián Cuevas, o presidente do Colégio de Professores e secretario-geral da Central Unitária de Trabalhadores, Jaime Gajardo, o presidente da Federação Nacional de Trabalhadores Florestais, Jorge González, ou a presidente da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores dos Call-Centers, Tamara Muñoz, participaram com o candidato na inauguração da primeira sede de campanha do Comando.
Na ocasião, Cuevas apelou aos trabalhadores para que «não cruzem os braços ante a intenção de fazer recair sobre os seus ombros as consequências da crise provocada pelos capitalistas». «É indispensável a construção de uma alternativa ao modelo neoliberal, e essa alternativa é Guillermo Teiller, que sempre esteve ao lado dos trabalhadores e das suas lutas», afirmou ainda.
A estrutura dinamizada pelos trabalhadores e pelos seus representantes prevê a abertura de outras sedes de campanha, as quais funcionarão de portas abertas ao povo e aos trabalhadores, à sua mobilização e organização por uma política alternativa.
Na quarta-feira, dia 16, na sede do Partido Comunista do Chile (PCC), reuniram-se Guillermo Teiller, presidente do PCC e candidato comunista ao mais alto cargo da nação, e Tomás Hirsch, candidato do Partido Humanista. Reuniões similares ocorreram já com dirigentes do Movimento Amplo Social e do Partido Socialista.
Segundo informações veiculadas na página do PC do Chile, Teiller e Hirsch acordaram em trabalhar para a nomeação de um candidato único. «Vamos lutar por construir uma alternativa de esquerda no Chile, alternativa ao neoliberalismo, vamos lutar por um novo tipo de governo, de democracia e justiça social», disse Teiller no final da reunião.
Até ao final de Março, esclareceu Teiller, deve estar pronto o programa comum que incorpore os contributos dos partidos, movimentos e candidaturas interessados em integrar a alternativa política, a qual se apresentará ao povo com uma política alternativa.
Um dos temas centrais do programa, explicou ainda o presidente do PC do Chile, é a chamada reforma do sistema eleitoral, que exclui os comunistas, os humanistas e outros sectores de esquerda da representação parlamentar. Um novo projecto nesse sentido será votado no Congresso em Maio do próximo ano, mas a direita deve garantir o chumbo da proposta de lei.
Ampliar a frente social
Ao mesmo tempo que se trava o diálogo entre as várias forças progressistas chilenas no sentido de estabelecer um candidato e um programa comum, cresce o apoio em torno do comunista Guillermo Teiller. Numa sessão pública que reuniu intelectuais, artistas e profissionais independentes, dia 14, o candidato agradeceu a disposição daqueles para se colocarem ao seu lado na batalha presidencial, ampliando a frente social pela ruptura com a política antipopular.
Na iniciativa, Teiller lembrou que a crise que revela a bancarrota do modo de produção capitalista faz recair sobre os trabalhadores mais exploração e é sinal da falência do modelo neoliberal, incapaz de satisfazer as necessidades mais básicas de milhões de seres humanos empurrados para o amplo contingente de miseráveis.
No Chile, onde estimativas recentes indicam a delapidação de 250 mil postos de trabalho no próximo ano, aduziu, o governo chegou a dizer que estávamos a salvo da crise, mas o que fica claro é que o grande capital nacional e transnacional, que com a ditadura de Pinochet tomou de assalto o sector público e os recursos naturais do país, impôs a «desregulação, as privatizações, a flexibilidade laboral, a destruição da organização sindical, a reforma fiscal, a aposta nas exportações e o menosprezo pelo fomento do mercado interno, políticas que, com ligeiras nuances, continuam a vigorar».
«A crise no nosso país é consequência directa dessas orientações, com as quais, desgraçadamente, tem governado a Concertação nos últimos 18 anos». Por isso, acresce o perigo do regresso ao poder da direita pinochetista, que pretende «aplicar de maneira ainda mais extrema tais concepções, defendendo os seus interesses ameaçados», frisou.
Candidatura de classe
Um dia antes do encontro com intelectuais, artistas e profissionais liberais, Guillermo Teiller esteve na apresentação pública do Comando Nacional de Trabalhadores em apoio à sua candidatura.
Mais de 48 organizações e 300 dirigentes, entre os quais o presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre, Cristián Cuevas, o presidente do Colégio de Professores e secretario-geral da Central Unitária de Trabalhadores, Jaime Gajardo, o presidente da Federação Nacional de Trabalhadores Florestais, Jorge González, ou a presidente da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores dos Call-Centers, Tamara Muñoz, participaram com o candidato na inauguração da primeira sede de campanha do Comando.
Na ocasião, Cuevas apelou aos trabalhadores para que «não cruzem os braços ante a intenção de fazer recair sobre os seus ombros as consequências da crise provocada pelos capitalistas». «É indispensável a construção de uma alternativa ao modelo neoliberal, e essa alternativa é Guillermo Teiller, que sempre esteve ao lado dos trabalhadores e das suas lutas», afirmou ainda.
A estrutura dinamizada pelos trabalhadores e pelos seus representantes prevê a abertura de outras sedes de campanha, as quais funcionarão de portas abertas ao povo e aos trabalhadores, à sua mobilização e organização por uma política alternativa.