PCV inicia mobilização popular

Começa campanha para a revisão constitucional

O Partido Comunista da Venezuela apoia a revisão da Constituição Bolivariana para a renovação irrestrita do mandato presidencial. A proposta a apresentar ao parlamento será de iniciativa popular.

Urge reforçar a influência juntos dos trabalhadores

Em conferência de imprensa realizada segunda-feira, em Caracas, o secretário-geral do PCV, Oscar Figuera, manifestou o apoio dos comunista venezuelanos ao projecto de emenda constitucional proposto pelo presidente Hugo Chávez e anunciou o arranque de uma campanha nacional de recolha de assinaturas com esse objectivo, iniciativa que, explicou, se fará promovendo a reunião de assembleias populares nos locais de trabalho, nos bairros e junto dos camponeses e indígenas do país.
Para Figuera, a revisão constitucional que agora avança poderia significar uma oportunidade para aprofundar os mecanismos de poder e participação popular no processo revolucionário bolivariano.
O PCV considera que a renovação irrestrita dos mandatos deveria vigorar para todos os cargos de eleição popular, mas, no actual quadro, as tarefas mais importantes são enfrentar com êxito o desafio proposto quanto à alteração do texto fundamental e lograr a unidade das forças revolucionárias, pelo que o PCV não será um obstáculo ao sucesso da iniciativa.
Neste quadro, o Partido Comunista da Venezuela decidiu sustentar o projecto proposto pelo maior partido da Aliança Patriótica, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A posição do PCV foi definida uma semana depois do Bureau Político do Comité Central ter sublinhado que iria «trabalhar para que este debate seja o mais amplo possível e possibilite a participação activa do povo», frisou o responsável pelas relações internacionais do partido, Yul Jabour, citado pelo semanário comunista Tribuna Popular.

Chávez apela à mobilização

De acordo com o artigo 341 da Constituição Bolivariana, as emendas à Carta Magna podem ser propostas com o apoio de 15 por cento dos cidadãos eleitores, por um terço dos deputados da Assembleia Nacional, ou pelo chefe de Estado. Uma vez que estas duas últimas hipóteses foram já usadas na reforma constitucional referendada a 2 de Dezembro do ano passado, resta a iniciativa popular, a qual, depois de aprovada no parlamento pelos eleitos das forças políticas representadas, será alvo de escrutínio a agendar pela Comissão Nacional de Eleições.
Isto mesmo explicou o presidente Hugo Chávez num comício com milhares de pessoas, realizado sábado, dia 6, na capital da Venezuela.
Celebrando o décimo aniversário da sua eleição para o mais alto cargo da nação, Chávez apelou ao PSUV e às forças vinculadas ao processo progressista em curso para que levem a cabo desde já uma campanha de subscrição para a alteração do artigo 230 da Constituição, iniciativa que, segundo disse, representa um marco e uma nova etapa da revolução bolivariana, desde logo porque «agora as alterações constitucionais se fazem com a mobilização do povo, e não entre quatro paredes como antigamente», destacou.

Balanço das eleições de 23 de Novembro
Ao serviço do povo

Entretanto, e a par do lançamento de um novo combate político-eleitoral na Venezuela, o Partido Comunista procedeu à análise dos resultados obtidos nas municipais do passado dia 23 de Novembro.
Para o PCV, as autoridades agora eleitas devem renovar o compromisso com o povo e colocar-se ao seu serviço, chamando-o a participar e a decidir, a organizar-se em torno do processo revolucionário e promovendo a sua elevação política.
Muito embora o PCV tenha aumentado a sua votação e tenha contribuído decisivamente para eleger candidatos unitários, quer nos governos regionais quer nos municípios – nos casos das províncias de Trujillo e Delta Amacuro, e no município de Libertador, em Caracas, duplicou ou triplicou o número de votos -, o balanço aponta para a necessidade do reforço da influência juntos dos trabalhadores e da classe operária.
As perdas registadas em Carabobo, Miranda, Zulia e no Distrito Metropolitano de Caracas, onde se concentram grande número de trabalhadores industriais, demonstra que este sector ainda não está maduro para enfrentar os desafios de construção do socialismo, concluiu a direcção comunista.
Neste contexto, e uma vez que para avançar na transformação das relações sociais vigentes o PCV indica que a classe operária e os trabalhadores devem estar na vanguarda do processo, urge organizá-los, ganhando-os política e ideologicamente para o projecto de uma nova sociedade.


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