Ocupantes não controlam país
Centenas de veículos da NATO foram incendiados nos arredores da cidade paquistanesa de Peshawar. A acção confirma o reforço dos grupos talibans face à ocupação do Afeganistão.
Mais de 70 por cento do país está na mão dos talibans
Só na manhã de segunda-feira, no terminal de transportes que os ocupantes mantêm na cidade situada no vizinho Paquistão, mais de uma centena de camiões, jeeps e outros carros da Aliança Atlântica foram consumidos pelas chamas, na sequência de um ataque perpetrado por um grupo rebelde vinculado com os talibans.
De acordo com dados oficiais, citados pela Lusa, cerca de 200 homens armados atacaram o terminal, entraram nas instalações e regaram os veículos da NATO com gasolina.
No dia anterior, também nos arredores de Peshawar, semelhante façanha foi conseguida num depósito de material do bloco militar. Nesta iniciativa, o número de veículos destruídos ascendeu aos 200 e os atacantes superaram os 250, numa intentona «muito bem preparada», segundo relato da polícia local.
As acções contra instalações da logística militar da NATO no Paquistão colocam em causa a segurança da principal via de abastecimento das tropas ocupantes no Afeganistão, que ascendem a 53 mil homens. As informações veiculadas por agências noticiosas internacionais indicam que entre 75 a 80 por cento do material destinado às forças da NATO naquele país são descarregadas no porto de Carachi e, posteriormente, levadas para o Afeganistão por via do estreito de Khyber Pass.
O comando norte-americano nega que este tipo de ataques coloque em causa o abastecimento das suas tropas. «O impacto global sobre nossos esforços logísticos para abastecer as forças americanas, afegãs e da NATO é frágil e insignificante, por ora», disse Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono, ouvido pela France Press.
Mas o que é certo é que no terreno a agência noticiosa recolheu depoimentos de um comandante militar que, sob reserva de anonimato, admitiu que a situação está a ser acompanhada de perto. Outra fonte militar citada pela AFP admitiu que os EUA «buscam soluções alternativas» a Khyber Pass.
A situação parece confirmar ainda que os grupos talibans têm neste momento capacidade para passar das ameaças aos actos. Em Novembro, um alegado chefe talibã garantiu que os homens que lidera iriam «intensificar os ataques contra a NATO e as forças americanas no Afeganistão e contra seus abastecimentos que saem do Paquistão».
Reforços precisam-se
Outro dado que atesta o recrudescimento da resistência à ocupação do Afeganistão é o anunciado envio de reforços para o terreno.
Só os EUA prevêem enviar em 2009 cerca de 20 mil soldados, respondendo, desta forma, aos pedidos que nesse sentido foram feitos pelo general David McKiernan, comandante da Força Internacional de Assistência e de Segurança no Afeganistão (ISAF).
Segundo noticiou o The New York Times, a maioria do contingente vai para o Sul da capital, Cabul, procurando impedir que a cidade caia às mãos dos insurrectos.
Quanto aos aliados europeus da NATO, o número de soldados pode vir a triplicar, adiantam os semanários Focus e Der Spiegel, faltando apurar, ainda, se os reforços serão provenientes do exército alemão ou de outros países integrados na ISAF.
Na mão dos talibans
Entretanto, um estudo realizado pelo Conselho Internacional sobre Segurança e Desenvolvimento, antigo Conselho de Senlis, afirma que os talibans controlam mais de 70 por cento do território afegão e três das quatro principais vias de acesso à cidade de Cabul.
No anterior relatório do «instituto» - que caracteriza a presença permanente pelo registo de pelo menos um ataque por semana contra as autoridades afegãs ou as tropas ocupantes -, a presença taliban pouco ultrapassava os 50 por cento, dizem.
No mesmo sentido avançou o The New York Times, que dá como exemplos do recente reforço de posições talibans as regiões de Wardak e Logar, onde o número de ataques cresceu 58 por cento e 41 por cento, respectivamente, em relação a 2007.
De acordo com dados oficiais, citados pela Lusa, cerca de 200 homens armados atacaram o terminal, entraram nas instalações e regaram os veículos da NATO com gasolina.
No dia anterior, também nos arredores de Peshawar, semelhante façanha foi conseguida num depósito de material do bloco militar. Nesta iniciativa, o número de veículos destruídos ascendeu aos 200 e os atacantes superaram os 250, numa intentona «muito bem preparada», segundo relato da polícia local.
As acções contra instalações da logística militar da NATO no Paquistão colocam em causa a segurança da principal via de abastecimento das tropas ocupantes no Afeganistão, que ascendem a 53 mil homens. As informações veiculadas por agências noticiosas internacionais indicam que entre 75 a 80 por cento do material destinado às forças da NATO naquele país são descarregadas no porto de Carachi e, posteriormente, levadas para o Afeganistão por via do estreito de Khyber Pass.
O comando norte-americano nega que este tipo de ataques coloque em causa o abastecimento das suas tropas. «O impacto global sobre nossos esforços logísticos para abastecer as forças americanas, afegãs e da NATO é frágil e insignificante, por ora», disse Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono, ouvido pela France Press.
Mas o que é certo é que no terreno a agência noticiosa recolheu depoimentos de um comandante militar que, sob reserva de anonimato, admitiu que a situação está a ser acompanhada de perto. Outra fonte militar citada pela AFP admitiu que os EUA «buscam soluções alternativas» a Khyber Pass.
A situação parece confirmar ainda que os grupos talibans têm neste momento capacidade para passar das ameaças aos actos. Em Novembro, um alegado chefe talibã garantiu que os homens que lidera iriam «intensificar os ataques contra a NATO e as forças americanas no Afeganistão e contra seus abastecimentos que saem do Paquistão».
Reforços precisam-se
Outro dado que atesta o recrudescimento da resistência à ocupação do Afeganistão é o anunciado envio de reforços para o terreno.
Só os EUA prevêem enviar em 2009 cerca de 20 mil soldados, respondendo, desta forma, aos pedidos que nesse sentido foram feitos pelo general David McKiernan, comandante da Força Internacional de Assistência e de Segurança no Afeganistão (ISAF).
Segundo noticiou o The New York Times, a maioria do contingente vai para o Sul da capital, Cabul, procurando impedir que a cidade caia às mãos dos insurrectos.
Quanto aos aliados europeus da NATO, o número de soldados pode vir a triplicar, adiantam os semanários Focus e Der Spiegel, faltando apurar, ainda, se os reforços serão provenientes do exército alemão ou de outros países integrados na ISAF.
Na mão dos talibans
Entretanto, um estudo realizado pelo Conselho Internacional sobre Segurança e Desenvolvimento, antigo Conselho de Senlis, afirma que os talibans controlam mais de 70 por cento do território afegão e três das quatro principais vias de acesso à cidade de Cabul.
No anterior relatório do «instituto» - que caracteriza a presença permanente pelo registo de pelo menos um ataque por semana contra as autoridades afegãs ou as tropas ocupantes -, a presença taliban pouco ultrapassava os 50 por cento, dizem.
No mesmo sentido avançou o The New York Times, que dá como exemplos do recente reforço de posições talibans as regiões de Wardak e Logar, onde o número de ataques cresceu 58 por cento e 41 por cento, respectivamente, em relação a 2007.