Esclarecer toda a verdade
O PS viabilizou no final da passada semana a criação de uma comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN. Depois de mostrar desinteresse pelo apuramento dos factos, num súbito volte-face, veio dizer que pretende esclarecer «toda a verdade», segundo o seu líder parlamentar, Alberto Martins.
Reagindo a esta posição assumida pela bancada socialista, com a qual se congratulou, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP deixou no entanto o aviso de que não haverá complacência caso haja qualquer tentativa de «pôr obstáculos» durante os seus trabalhos.
«Se o fizer terá a nossa oposição e insistente denúncia», afirmou o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, recordando que na comissão de inquérito à supervisão bancária no caso BCP, tanto o PS como o PSD puseram obstáculos «à eficácia dos trabalhos» dos deputados, recusando audições a personalidades importantes para o esclarecimento dos factos.
«É preciso dizer que temos receios quanto à eficiência da comissão, tendo em conta a experiência anterior», adiantou o responsável pela formação comunista, para quem a decisão do grupo parlamentar do PS «é um recuo» relativamente ao que vinha defendendo, recusando, por exemplo, ouvir o ex-ministro Dias Loureiro na comissão parlamentar de Economia e Finanças.
As declarações em entrevista televisiva deste ex-membro da equipa governativa chefiada por Cavaco Silva e actual membro do Conselho de Estado por aquele nomeado, levaram ainda Bernardino Soares a afirmar que ficaram «muitas dúvidas no ar», como o alegado pedido de fiscalização do BPN feito ao Banco de Portugal.
«A entrevista deixa muitas dúvidas no ar. Há uma série de declarações que exigiriam mais esclarecimentos, como a do pedido que [Dias Loureiro]terá feito ao Banco de Portugal para fiscalizar as actividades do BPN e de que não sabemos qual foi depois o 'feedback'», disse Bernardino Soares (ver caixa).
O deputado comunista defendeu uma audição do caso BPN no Parlamento para que seja possível «ouvir as explicações de Dias Loureiro e de outros protagonistas».
«Continua a não se compreender o que quer proteger o PS ao rejeitar esta e outras audições na Assembleia da República para que possamos não só ouvir uma explicação como a que foi dada hoje mas questionar Dias Loureiro e outros protagonistas com questões que desta maneira [entrevista à RTP] não foram possíveis de serem feitas», observou.
Para Bernardino Soares, uma «coisa que resulta bastante clara» da entrevista do antigo ministro da Administração Interna, Dias Loureiro, é a «normalidade da passagem dos negócios para o Governo» e «do Governo para os negócios». Esta é uma mistura de universos que, do ponto de vista dos comunistas, é, «no mínimo, preocupante e demonstra bem como o país está muito marcado por esse tipo de promiscuidades».
Reagindo a esta posição assumida pela bancada socialista, com a qual se congratulou, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP deixou no entanto o aviso de que não haverá complacência caso haja qualquer tentativa de «pôr obstáculos» durante os seus trabalhos.
«Se o fizer terá a nossa oposição e insistente denúncia», afirmou o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, recordando que na comissão de inquérito à supervisão bancária no caso BCP, tanto o PS como o PSD puseram obstáculos «à eficácia dos trabalhos» dos deputados, recusando audições a personalidades importantes para o esclarecimento dos factos.
«É preciso dizer que temos receios quanto à eficiência da comissão, tendo em conta a experiência anterior», adiantou o responsável pela formação comunista, para quem a decisão do grupo parlamentar do PS «é um recuo» relativamente ao que vinha defendendo, recusando, por exemplo, ouvir o ex-ministro Dias Loureiro na comissão parlamentar de Economia e Finanças.
As declarações em entrevista televisiva deste ex-membro da equipa governativa chefiada por Cavaco Silva e actual membro do Conselho de Estado por aquele nomeado, levaram ainda Bernardino Soares a afirmar que ficaram «muitas dúvidas no ar», como o alegado pedido de fiscalização do BPN feito ao Banco de Portugal.
«A entrevista deixa muitas dúvidas no ar. Há uma série de declarações que exigiriam mais esclarecimentos, como a do pedido que [Dias Loureiro]terá feito ao Banco de Portugal para fiscalizar as actividades do BPN e de que não sabemos qual foi depois o 'feedback'», disse Bernardino Soares (ver caixa).
O deputado comunista defendeu uma audição do caso BPN no Parlamento para que seja possível «ouvir as explicações de Dias Loureiro e de outros protagonistas».
«Continua a não se compreender o que quer proteger o PS ao rejeitar esta e outras audições na Assembleia da República para que possamos não só ouvir uma explicação como a que foi dada hoje mas questionar Dias Loureiro e outros protagonistas com questões que desta maneira [entrevista à RTP] não foram possíveis de serem feitas», observou.
Para Bernardino Soares, uma «coisa que resulta bastante clara» da entrevista do antigo ministro da Administração Interna, Dias Loureiro, é a «normalidade da passagem dos negócios para o Governo» e «do Governo para os negócios». Esta é uma mistura de universos que, do ponto de vista dos comunistas, é, «no mínimo, preocupante e demonstra bem como o país está muito marcado por esse tipo de promiscuidades».