30 mil na rua por escola de Abril
No quadro de uma violenta ofensiva do Governo à escola de Abril, milhares de alunos manifestaram-se, no dia 5 de Novembro, contra o Estatuto do Aluno, o novo modelo de gestão das escolas e os exames nacionais.
Vale a pena lutar, não podemos recuar
Este dia de luta fez-se sentir de Norte a Sul do País, por todos os distritos, e foram milhares os estudantes que se fizeram ouvir, contra as políticas educativas levadas a cabo por este Governo.
Lisboa, Almada, Barreiro e Seixal encabeçam as localidades onde os protestos foram mais significativos. «Nós tivemos uma grande preparação para esta manifestação. Estivemos três ou quatro semanas a distribuir documentos nas escolas. Os estudantes saem daqui com uma percepção maior do que é a luta e porque é que estão a lutar», disse, ao Avante!, João Martins, da José Afonso, no Seixal.
Em causa está, por exemplo, o Estatuto do Aluno. «O Governo, no ano passado, já queria implementar o Estatuto do Aluno. Face ao protesto dos estudantes essa medida não foi concretizada. Esta é a prova de que se lutarmos conseguimos vencer», frisou, criticando, ainda, o sistema de faltas. «O aluno vai passar a ter um número de faltas para estar doente. Então não temos o direito de estar doentes? Isto é um ataque à democracia praticada no nosso País», acrescentou João Martins.
Os alunos, mais de 30 mil por todo o País, manifestaram-se ainda pela melhoria das condições materiais e humanas nas escolas, pela implementação da educação sexual, contra o atraso da chegada dos manuais escolares e do elevado custo que estes acarretam para os estudantes e suas famílias, contra a privatização da educação a partir da empresa parque escolar, contra os ataques às associações de estudantes e à actividade.
«Vale a pena lutar, não podemos recuar, não podemos desistir e juntos vamos conseguir vencer esta política de direita», sublinhou João Martins, lembrando que se o Governo não atender às reivindicações dos alunos «nós fazemos novas manifestações, amanhã, depois de amanhã. Os nossos direitos têm que ser respeitados.»
Em Évora, o protesto começou no início da manhã em várias escolas, seguindo depois os estudantes para uma concentração junto ao edifício da Direcção Regional de Educação do Alentejo. Também em Vila Real, cerca de 250 alunos concentraram-se em frente ao Governo Civil.
Cerca de centena de meia de alunos do ensino secundário manifestaram-se também nas ruas de Coimbra, reclamando por melhores condições nas escolas. Gritando palavras de ordem como «Governo escuta, estudantes estão em luta» ou «Estudantes não aguentam, o preço dos livros aumenta», os jovens concentraram-se junto da Câmara Municipal e rumaram depois em direcção ao Governo Civil do distrito.
No distrito de Aveiro, cerca de três mil alunos das escolas de Esmoriz, Jaime Magalhães Lima, Gafanha da Nazaré, Vale de Cambra, Santa Maria da Feira, Sever-do-Vouga e Vagos, realizaram concentrações, fizeram greves, fecharam portões. Imagens que podem ser vistas em http://br.youtube.com/watch?v=Fk_R4WD-h5Y.
«O êxito deste dia abre perspectivas para a continuação e aumento da luta», afirmou a Associação de Estudantes da Escola Secundária de Esmoriz.
«Isto é uma vergonha»
No Porto, outros tantos concentraram-se junto à Câmara Municipal e desfilaram depois até à Direcção Regional de Educação do Norte para entregar uma carta reivindicativa. «Em diversas escolas fomos impedidos por funcionários e professores de distribuir os panfletos. Compreendemos que eles apenas cumprem ordens, mas estas atitudes geram um clima de intimidação», disse, em declarações aos jornalistas, uma aluna.
Em Castelo Branco, os portões da Escola Secundária Nuno Álvares foram fechados a cadeado pelos alunos. No local, a PSP pediu reforços e forçaram a abertura dos portões. Uma acção contestada por alunos, professores e pais, que se foram juntando à concentração.
«Isto é uma vergonha, os miúdos estão no seu direito, e não estavam a fazer mal a ninguém», disse, à Lusa, uma professora que se mostrava «chocada» com a intervenção policial.
Em nota de imprensa, a JCP também criticou esta atitude. «Este é um acto que não dignifica em nada a democracia, um acto antidemocrático e de ataque às liberdades dos estudantes, e que mais uma vez mostra que o Governo PS e o Governo Civil de Castelo Branco não sabem viver com a crítica justa dos estudantes sobre a política contra a escola de Abril, uma escola pública, gratuita, de qualidade e democrática», afirmam os jovens comunistas.
Na Guarda, os alunos da escola secundária da Sé associaram-se ao Dia Nacional de Luta do Ensino Básico e Secundário com uma greve às aulas. «A maior parte dos alunos fez greve», disse, aos jornalistas, a presidente da Associação de Estudantes daquela escola, que possui cerca de 800 alunos.
Acção de protesto
Na Marinha Grande, cerca de 80 alunos das escolas secundárias Calazans Duarte e Pinhal do Rei concentraram-se à frente dos Paços do Concelho. Já na Nazaré, mais de uma centena de estudantes do Externato D. Fuas Roupinho manifestaram-se em frente à escola, entoando frases como «A luta contínua» e «Estudantes estão na rua». Nas Caldas da Rainha, cerca de cem estudantes das secundárias Raul Proença e Bordalo Pinheiro marcharam até à Câmara Municipal.
Ao todo, no distrito de Leiria, foram cerca de mil alunos que estiveram em luta. «A JCP valoriza muito esta acção de protesto contra a política educativa dos consecutivos governos, e deste actual Governo PS. A luta não é um fim em si mesmo mas sim um processo contínuo. Os estudantes unidos vão sair vitoriosos!», valoriza a Organização Regional de Leiria da JCP.
No Funchal, cerca de 300 alunos promoveram uma paragem nas aulas e concentrações nas portas dos estabelecimentos de ensino em solidariedade com a luta nacional estudantil. Os alunos da Escola Secundária de Loulé realizaram uma manifestação nas ruas da cidade.
Também em Tomar, Torres Novas, Entroncamento e Cartaxo se realizaram grandes manifestações, com cerca de três mil estudantes. Na Escola Secundária Marquesa de Alorna, em Almeirim, os alunos fizeram greve.
«Este protesto, marcado pela grande determinação e combatividade dos estudantes, assumiu uma dimensão muito significativa, como há muito tempo não se via», relatam os jovens comunistas de Santarém, que se solidarizaram «com as justas reivindicações dos estudantes».
Saudação à luta dos estudantes
Em nota dirigida aos órgãos de comunicação social, o Secretariado da Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP sublinhou que o dia 5 de Novembro foi um grande dia de luta, «demonstrando o profundo descontentamento que sentem os estudantes do ensino básico e secundário, e que se reflecte também em largas camadas da população portuguesa afectadas pela continuação e aprofundamento das políticas de direita por parte do Governo PS».
«Foram 30 mil estudantes que saíram à rua e demonstraram que não querem estas leis e que querem outra escola. Foi um grande dia de luta e protesto onde os estudantes disseram em voz alta que estão cá para resistir e continuar a lutar, até que as suas reivindicações sejam cumpridas», lê-se no documento.
«Contra este sistema educativo; contra os exames nacionais no 6.º, 9.º, 11.º e 12.º ano; contra os custos do ensino; contra a privatização de parcelas rentáveis do sistema; por mais e melhores condições materiais e humanas; pela implementação da educação sexual nas escolas; contra a formulação actual das aulas de substituição, os estudantes e as suas associações mobilizaram-se em mais uma jornada de luta. A todos eles, a JCP expressa a sua solidariedade fazendo votos de que, pela luta, alcancem os seus justos objectivos», sublinham os jovens comunistas.
Lisboa, Almada, Barreiro e Seixal encabeçam as localidades onde os protestos foram mais significativos. «Nós tivemos uma grande preparação para esta manifestação. Estivemos três ou quatro semanas a distribuir documentos nas escolas. Os estudantes saem daqui com uma percepção maior do que é a luta e porque é que estão a lutar», disse, ao Avante!, João Martins, da José Afonso, no Seixal.
Em causa está, por exemplo, o Estatuto do Aluno. «O Governo, no ano passado, já queria implementar o Estatuto do Aluno. Face ao protesto dos estudantes essa medida não foi concretizada. Esta é a prova de que se lutarmos conseguimos vencer», frisou, criticando, ainda, o sistema de faltas. «O aluno vai passar a ter um número de faltas para estar doente. Então não temos o direito de estar doentes? Isto é um ataque à democracia praticada no nosso País», acrescentou João Martins.
Os alunos, mais de 30 mil por todo o País, manifestaram-se ainda pela melhoria das condições materiais e humanas nas escolas, pela implementação da educação sexual, contra o atraso da chegada dos manuais escolares e do elevado custo que estes acarretam para os estudantes e suas famílias, contra a privatização da educação a partir da empresa parque escolar, contra os ataques às associações de estudantes e à actividade.
«Vale a pena lutar, não podemos recuar, não podemos desistir e juntos vamos conseguir vencer esta política de direita», sublinhou João Martins, lembrando que se o Governo não atender às reivindicações dos alunos «nós fazemos novas manifestações, amanhã, depois de amanhã. Os nossos direitos têm que ser respeitados.»
Em Évora, o protesto começou no início da manhã em várias escolas, seguindo depois os estudantes para uma concentração junto ao edifício da Direcção Regional de Educação do Alentejo. Também em Vila Real, cerca de 250 alunos concentraram-se em frente ao Governo Civil.
Cerca de centena de meia de alunos do ensino secundário manifestaram-se também nas ruas de Coimbra, reclamando por melhores condições nas escolas. Gritando palavras de ordem como «Governo escuta, estudantes estão em luta» ou «Estudantes não aguentam, o preço dos livros aumenta», os jovens concentraram-se junto da Câmara Municipal e rumaram depois em direcção ao Governo Civil do distrito.
No distrito de Aveiro, cerca de três mil alunos das escolas de Esmoriz, Jaime Magalhães Lima, Gafanha da Nazaré, Vale de Cambra, Santa Maria da Feira, Sever-do-Vouga e Vagos, realizaram concentrações, fizeram greves, fecharam portões. Imagens que podem ser vistas em http://br.youtube.com/watch?v=Fk_R4WD-h5Y.
«O êxito deste dia abre perspectivas para a continuação e aumento da luta», afirmou a Associação de Estudantes da Escola Secundária de Esmoriz.
«Isto é uma vergonha»
No Porto, outros tantos concentraram-se junto à Câmara Municipal e desfilaram depois até à Direcção Regional de Educação do Norte para entregar uma carta reivindicativa. «Em diversas escolas fomos impedidos por funcionários e professores de distribuir os panfletos. Compreendemos que eles apenas cumprem ordens, mas estas atitudes geram um clima de intimidação», disse, em declarações aos jornalistas, uma aluna.
Em Castelo Branco, os portões da Escola Secundária Nuno Álvares foram fechados a cadeado pelos alunos. No local, a PSP pediu reforços e forçaram a abertura dos portões. Uma acção contestada por alunos, professores e pais, que se foram juntando à concentração.
«Isto é uma vergonha, os miúdos estão no seu direito, e não estavam a fazer mal a ninguém», disse, à Lusa, uma professora que se mostrava «chocada» com a intervenção policial.
Em nota de imprensa, a JCP também criticou esta atitude. «Este é um acto que não dignifica em nada a democracia, um acto antidemocrático e de ataque às liberdades dos estudantes, e que mais uma vez mostra que o Governo PS e o Governo Civil de Castelo Branco não sabem viver com a crítica justa dos estudantes sobre a política contra a escola de Abril, uma escola pública, gratuita, de qualidade e democrática», afirmam os jovens comunistas.
Na Guarda, os alunos da escola secundária da Sé associaram-se ao Dia Nacional de Luta do Ensino Básico e Secundário com uma greve às aulas. «A maior parte dos alunos fez greve», disse, aos jornalistas, a presidente da Associação de Estudantes daquela escola, que possui cerca de 800 alunos.
Acção de protesto
Na Marinha Grande, cerca de 80 alunos das escolas secundárias Calazans Duarte e Pinhal do Rei concentraram-se à frente dos Paços do Concelho. Já na Nazaré, mais de uma centena de estudantes do Externato D. Fuas Roupinho manifestaram-se em frente à escola, entoando frases como «A luta contínua» e «Estudantes estão na rua». Nas Caldas da Rainha, cerca de cem estudantes das secundárias Raul Proença e Bordalo Pinheiro marcharam até à Câmara Municipal.
Ao todo, no distrito de Leiria, foram cerca de mil alunos que estiveram em luta. «A JCP valoriza muito esta acção de protesto contra a política educativa dos consecutivos governos, e deste actual Governo PS. A luta não é um fim em si mesmo mas sim um processo contínuo. Os estudantes unidos vão sair vitoriosos!», valoriza a Organização Regional de Leiria da JCP.
No Funchal, cerca de 300 alunos promoveram uma paragem nas aulas e concentrações nas portas dos estabelecimentos de ensino em solidariedade com a luta nacional estudantil. Os alunos da Escola Secundária de Loulé realizaram uma manifestação nas ruas da cidade.
Também em Tomar, Torres Novas, Entroncamento e Cartaxo se realizaram grandes manifestações, com cerca de três mil estudantes. Na Escola Secundária Marquesa de Alorna, em Almeirim, os alunos fizeram greve.
«Este protesto, marcado pela grande determinação e combatividade dos estudantes, assumiu uma dimensão muito significativa, como há muito tempo não se via», relatam os jovens comunistas de Santarém, que se solidarizaram «com as justas reivindicações dos estudantes».
Saudação à luta dos estudantes
Em nota dirigida aos órgãos de comunicação social, o Secretariado da Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP sublinhou que o dia 5 de Novembro foi um grande dia de luta, «demonstrando o profundo descontentamento que sentem os estudantes do ensino básico e secundário, e que se reflecte também em largas camadas da população portuguesa afectadas pela continuação e aprofundamento das políticas de direita por parte do Governo PS».
«Foram 30 mil estudantes que saíram à rua e demonstraram que não querem estas leis e que querem outra escola. Foi um grande dia de luta e protesto onde os estudantes disseram em voz alta que estão cá para resistir e continuar a lutar, até que as suas reivindicações sejam cumpridas», lê-se no documento.
«Contra este sistema educativo; contra os exames nacionais no 6.º, 9.º, 11.º e 12.º ano; contra os custos do ensino; contra a privatização de parcelas rentáveis do sistema; por mais e melhores condições materiais e humanas; pela implementação da educação sexual nas escolas; contra a formulação actual das aulas de substituição, os estudantes e as suas associações mobilizaram-se em mais uma jornada de luta. A todos eles, a JCP expressa a sua solidariedade fazendo votos de que, pela luta, alcancem os seus justos objectivos», sublinham os jovens comunistas.