A crise capitalista e a alternativa
Mais do que nunca, é o socialismo a alternativa necessária e possível
Não é mais possível disfarçar a extraordinária dimensão da crise económica e financeira do capitalismo que está a assolar o mundo e desde logo os EUA. O plano entretanto falhado de Bush envolvendo a astronómica soma de 700 000 milhões de dólares para evitar o colapso do sistema financeiro e o afundamento da economia norte-americana expressa bem a gravidade da situação. O tema da crise, até então secundarizado, fez a sua súbita erupção na campanha eleitoral e, sob o pano de fundo de um amplo movimento popular de contestação às medidas anunciadas de escandaloso socorro ao grande capital, os dois candidatos e respectivos partidos, afivelando embora diferenças tácticas, deram-se as mãos para o consenso finalmente anunciado no passado domingo. Entretanto as praças financeiras agitavam-se nervosamente e da Assembléia Geral das Nações Unidas e de todo o mundo chegavam sinais da maior inquietação perante o imprevisível desenvolvimento da crise inerente à própria anarquia do modo de produção capitalista. E a discussão sobre os mecanismos de regulação da economia mundial aí está com toda a força, da reforma da ONU à reestruturação do sistema monetário internacional.
Nesta discussão ouvem-se vozes sérias que apontam claramente o dedo, não apenas aos «excessos do mercado», ao «capitalismo selvagem», ao «neoliberalismo» mas ao domínio do capital financeiro, ao poder avassalador das multinacionais, às imposições do imperialismo e que defendem soluções de conteúdo anti-imperialista, como Evo Morales no seu discurso na ONU. Mas tais vozes estão a ser completamente abafadas e o que nos é diariamente servido em doses maciças é a ideia de que a crise, longe de ser consequência inevitável da exploração capitalista, resultaria simplesmente de «falta de transparência» dos mercados, da criação de «produtos financeiros tóxicos», da «ganância de operadores», da falta de «ética» e de «moral» de «agentes económicos», de «comportamentos fraudulentos» que o FBI estaria já a investigar com o maior zelo. Claro que «o capitalismo não é perfeito» admitem. Mas corrigindo os «excessos do mercado» e aperfeiçoando os mecanismos nacionais e internacionais de «regulação», tudo caminhará pelo melhor.
Neste coro a falta de vergonha pontifica. Aqueles que santificaram o «livre mercado», consideraram intocável a «independência» dos Bancos Centrais, militaram (e militam) furiosamente pela privatização das funções sociais do Estado e transformaram o «Consenso de Washington» e a «Estratégia de Lisboa» em dogmas da sua apologética do capital não hesitam em defender a intervenção do Estado e mesmo a nacionalização dos grandes empórios falidos. De neoliberais fanáticos muitos travestem-se em «modernos» e fervorosos keynesianos procurando vender a ideia de que a alternativa ao capitalismo em crise é o próprio capitalismo.
Tudo isto convoca a nossa intervenção ofensiva no plano da luta das ideias. Desmascarando e confrontando os ideólogos do capitalismo com as suas contradições e indigência intelectual. Mostrando que a bancarrota ideológica do neoliberalismo atinge em cheio os próprios fundamentos do sistema capitalista. Sublinhando que a crise que aí está e cujas consequências o grande capital pretende atirar para cima dos trabalhadores e dos povos é expressão de uma crise mais profunda, sistémica, que mergulha as suas raízes na própria natureza exploradora e agressiva do capitalismo. Demonstrando que, mais do que nunca, é o socialismo a alternativa necessária e possível para superar as agudas contradições do sistema capitalista e enfrentar os dramáticos problemas que percorrem o mundo contemporâneo. E para isso as Teses em discussão para o nosso XVIII Congresso, que importa confrontar com a realidade dos factos e enriquecer, constituem um instrumento particularmente útil e oportuno.
Nesta discussão ouvem-se vozes sérias que apontam claramente o dedo, não apenas aos «excessos do mercado», ao «capitalismo selvagem», ao «neoliberalismo» mas ao domínio do capital financeiro, ao poder avassalador das multinacionais, às imposições do imperialismo e que defendem soluções de conteúdo anti-imperialista, como Evo Morales no seu discurso na ONU. Mas tais vozes estão a ser completamente abafadas e o que nos é diariamente servido em doses maciças é a ideia de que a crise, longe de ser consequência inevitável da exploração capitalista, resultaria simplesmente de «falta de transparência» dos mercados, da criação de «produtos financeiros tóxicos», da «ganância de operadores», da falta de «ética» e de «moral» de «agentes económicos», de «comportamentos fraudulentos» que o FBI estaria já a investigar com o maior zelo. Claro que «o capitalismo não é perfeito» admitem. Mas corrigindo os «excessos do mercado» e aperfeiçoando os mecanismos nacionais e internacionais de «regulação», tudo caminhará pelo melhor.
Neste coro a falta de vergonha pontifica. Aqueles que santificaram o «livre mercado», consideraram intocável a «independência» dos Bancos Centrais, militaram (e militam) furiosamente pela privatização das funções sociais do Estado e transformaram o «Consenso de Washington» e a «Estratégia de Lisboa» em dogmas da sua apologética do capital não hesitam em defender a intervenção do Estado e mesmo a nacionalização dos grandes empórios falidos. De neoliberais fanáticos muitos travestem-se em «modernos» e fervorosos keynesianos procurando vender a ideia de que a alternativa ao capitalismo em crise é o próprio capitalismo.
Tudo isto convoca a nossa intervenção ofensiva no plano da luta das ideias. Desmascarando e confrontando os ideólogos do capitalismo com as suas contradições e indigência intelectual. Mostrando que a bancarrota ideológica do neoliberalismo atinge em cheio os próprios fundamentos do sistema capitalista. Sublinhando que a crise que aí está e cujas consequências o grande capital pretende atirar para cima dos trabalhadores e dos povos é expressão de uma crise mais profunda, sistémica, que mergulha as suas raízes na própria natureza exploradora e agressiva do capitalismo. Demonstrando que, mais do que nunca, é o socialismo a alternativa necessária e possível para superar as agudas contradições do sistema capitalista e enfrentar os dramáticos problemas que percorrem o mundo contemporâneo. E para isso as Teses em discussão para o nosso XVIII Congresso, que importa confrontar com a realidade dos factos e enriquecer, constituem um instrumento particularmente útil e oportuno.