Por que interessa Soljenitsin ao CDS?
«O CDS, que não perdeu ainda a sua “costela” do saudosismo fascista, não quer votar o pesar de Soljenitsin, nem está concentrado na sua obra literária, que só interessa ao CDS na medida em que servir os seus propósitos anticomunistas», acusou Bernardino Soares, comentando sexta-feira o voto saído da bancada mais à direita e que viria a ser aprovado também pelo PSD e o PS. O voto de pesar, pelo falecimento de Alexandre Soljenitsin, ocorrido em Agosto, recebeu os votos contra do PCP, do PEV e do BE.
O presidente do Grupo Parlamentar comunista lembrou que o escritor «foi adversário da União Soviética, e isso basta para alguns, como ouvimos nos discursos aqui», mas «não foi só isso»: «foi o apoiante de Pinochet contra o Governo legítimo de Salvador Allende, que os socialistas deviam recordar»; foi «o apologista do regime franquista», «o defensor da restrição dos direitos humanos», «falou do excesso dos direitos individuais». Bernardino Soares citou declarações de Soljenitsin em Harvard, em 1978, e recordou que o «dissidente» defendeu, em 1976, uma nova intervenção dos EUA no Vietname, e que, em 1974, já tinha defendido a intervenção norte-americana em Portugal, para abafar e contrariar a revolução democrática de Abril».
Para apoiar o voto do CDS-PP, concluiu, restam «apenas as razões do anticomunismo», pois «tudo o que serve para o anticomunismo é admissível para alguns deputados, mesmo que seja fascista, mesmo que seja antidemocrático, mesmo que seja contra a nossa democracia e a nossa soberania».
O presidente do Grupo Parlamentar comunista lembrou que o escritor «foi adversário da União Soviética, e isso basta para alguns, como ouvimos nos discursos aqui», mas «não foi só isso»: «foi o apoiante de Pinochet contra o Governo legítimo de Salvador Allende, que os socialistas deviam recordar»; foi «o apologista do regime franquista», «o defensor da restrição dos direitos humanos», «falou do excesso dos direitos individuais». Bernardino Soares citou declarações de Soljenitsin em Harvard, em 1978, e recordou que o «dissidente» defendeu, em 1976, uma nova intervenção dos EUA no Vietname, e que, em 1974, já tinha defendido a intervenção norte-americana em Portugal, para abafar e contrariar a revolução democrática de Abril».
Para apoiar o voto do CDS-PP, concluiu, restam «apenas as razões do anticomunismo», pois «tudo o que serve para o anticomunismo é admissível para alguns deputados, mesmo que seja fascista, mesmo que seja antidemocrático, mesmo que seja contra a nossa democracia e a nossa soberania».