Semanário católico evoca fascismo
O semanário católico italiano, Famiglia Cristiana, perturbou o descanso de férias da equipa Berlusconi ao evocar, no editorial da edição de dia 13, o espectro do fascismo no país.
O artigo, ilustrado com a célebre fotografia da criança judia de mãos no ar num gheto de Varsóvia, critica as medidas racistas adoptadas pelo governo transalpino contra os imigrantes clandestinos e ciganos, lançando o aviso: «Esperamos que as suspeitas de ressurgimento do fascismo em Itália sob outras formas se revelarão infundadas».
Esta frase suscitou uma violenta reacção por parte de senadores e ministros de Berlusconi que contra-atacaram, apelidando por sua vez de fascistas o director do jornal e a sua redacção. «Fascistas são vocês», replicou Carlo Gionanardi, sub-secretário de Estado da presidência do Conselho, que já antes tinha acusado o jornal de «catocomunismo».
Também o ministro da Cultura, Sandro Bondi, veio a público condenar «o tom incrivelmente imprudente e irresponsável» do semanário. «Esta linguagem que é a da esquerda», frisou, «foi claramente rejeitada pelos cidadãos» nas legislativas de Abril.
Solicitado pela presidência do conselho a pronunciar-se sobre o caso, o Vaticano fez uma lacónica declaração em que nota que o jornal «não está habilitado a exprimir a linha da Santa-Sé ou do Episcopado».
Mais prudente, o papa aproveitou, no entanto, a homilia do último domingo para denunciar um renascimento «preocupante» do racismo, sem mencionar qualquer país.
O Famiglia Cristiana, que desde o final Junho tem publicado vários artigos designadamente contra o registo de impressões digitais das crianças ciganas, tem uma difusão de cerca de um milhão de exemplares por assinatura e nas paróquias. Em resposta aos ataques do governo, lembrou que é sua prática «criticar todos os governos (…) quando isso nos parece justo».
O artigo, ilustrado com a célebre fotografia da criança judia de mãos no ar num gheto de Varsóvia, critica as medidas racistas adoptadas pelo governo transalpino contra os imigrantes clandestinos e ciganos, lançando o aviso: «Esperamos que as suspeitas de ressurgimento do fascismo em Itália sob outras formas se revelarão infundadas».
Esta frase suscitou uma violenta reacção por parte de senadores e ministros de Berlusconi que contra-atacaram, apelidando por sua vez de fascistas o director do jornal e a sua redacção. «Fascistas são vocês», replicou Carlo Gionanardi, sub-secretário de Estado da presidência do Conselho, que já antes tinha acusado o jornal de «catocomunismo».
Também o ministro da Cultura, Sandro Bondi, veio a público condenar «o tom incrivelmente imprudente e irresponsável» do semanário. «Esta linguagem que é a da esquerda», frisou, «foi claramente rejeitada pelos cidadãos» nas legislativas de Abril.
Solicitado pela presidência do conselho a pronunciar-se sobre o caso, o Vaticano fez uma lacónica declaração em que nota que o jornal «não está habilitado a exprimir a linha da Santa-Sé ou do Episcopado».
Mais prudente, o papa aproveitou, no entanto, a homilia do último domingo para denunciar um renascimento «preocupante» do racismo, sem mencionar qualquer país.
O Famiglia Cristiana, que desde o final Junho tem publicado vários artigos designadamente contra o registo de impressões digitais das crianças ciganas, tem uma difusão de cerca de um milhão de exemplares por assinatura e nas paróquias. Em resposta aos ataques do governo, lembrou que é sua prática «criticar todos os governos (…) quando isso nos parece justo».