O maior escândalo de fraude fiscal na história da Alemanha, que levou à demissão do presidente da Deutsche Post, Klaus Zumwinkels, e motivou a abertura de centenas de processos contra grandes fortunas do pais, ampliou-se na semana passada com a revelação de mais 1 850 contas secretas no banco Liechtensteinische Landesbank (LLB).
O prodígio foi descoberto por um tribunal da cidade de Rostock durante o julgamento de um caso de chantagem. Para surpresa dos juízes, os advogados do chantagista, Michael Freitag, apresentaram uma pasta com uma vasta colecção de extractos bancários provenientes da referida instituição do principado do Liechtenstein.
Na posse desta comprometedora informação, Michael Freitag conseguiu extorquir ao LLB, entre 2005 e 2007, cerca de nove milhões de euros. A devolução deveria consumar-se em 2009 após o pagamento de mais quatro milhões de euros. Todavia, em finais do ano passado, Freitag caiu nas malhas da polícia.
Executivos do banco decidem então organizar de outro modo a operação de devolução, conseguindo obter os documentos, segundo declararam ao tribunal.
A inesperada aparição da pasta leva a crer que Freitag possuía uma cópia da informação ou que a partilhava com outra pessoa. O facto é que, como declarou a advogada do arguido ao jornal El Pais (03.08), os documentos entregues ao tribunal «são provas de dinheiro negro conscientemente aceite» pelo banco.