A economia da guerra

Gastos militares não param de crescer

A despesa militar em 2007 cifrou-se em quase 850 mil milhões de euros, número que representa 2,5 por cento do Produto Interno Bruto mundial, e revela um acréscimo de 6 por cento face a 2006, e de 45 por cento face a 1998.

As despesas com armamento superaram em 190 vezes os gastos no combate à fome

Os dados contidos no anuário do Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz (SIPRI), apresentado a semana passada, em Estocolmo, Suécia, afirmam que o valor global das despesas com armamento superara em 190 vezes o total dos gastos no combate à fome, e em 40 vezes o montante estimado na Cimeira da FAO, realizada em Roma, como necessário para socorrer com carácter de urgência os 800 milhões de seres humanos que morrem de fome.
Segundo o SIPRI, as regiões que na última década mais cresceram em termos de gastos com os respectivos aparelhos militares foram a Europa de Leste, 162 por cento, a América do Norte, 65 por cento, o Médio Oriente, 62 por cento, a África e o Sudeste Asiático, com 51 por cento.
Os EUA continuam a ser de longe o país que mais dinheiro despende, 45 por cento do total mundial, superando já o valor gasto na mesma rubrica durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Muito longe ficam o Reino Unido, a China, a França e o Japão, com quotas que oscilam entre os 4 e os 5 por cento do total mundial.
O Instituto alerta também para o facto das oito potências nucleares mundiais possuirem conjuntamente mais de 25 mil armas nucleares, 10 mil das quais prontas a serem usadas.

Negócio de vento em popa

Ainda de acordo com o estudo da SIPRI, importa destacar que o negócio do armamento está em franco crescimento, registando um aumento nominal das vendas de 8 por cento.
Em 2006, as 100 maiores empresas de material bélico somaram 315 mil milhões de dólares, afirma-se no documento, mais 6 por cento que em 2005. As norte-americanas Boeing e Lockheed Martin encabeçam o grupo de mais de 40 empresas dos EUA que dominam cerca de 63 por cento do «mercado».

Feira abre em Paris

Entretanto, com o lema «Estudar e Construir a Defesa de Amanhã», decorreu nos arredores de Paris, entre segunda e quarta-feira, sob o alto patrocínio do ministério da Defesa francês, a maior feira mundial dedicada à Defesa e Segurança Interna. No certame participam milhares de empresas de cerca de 40 países. O objectivo é apresentarem as últimas novidades em matéria de armamento.
Só em 2007, ali se promoveram mais de 5 mil reuniões de negócios entre fabricantes e compradores de armas, de veículos ligeiros, blindados entre outros equipamentos ligados à defesa e segurança, revelou a organização citada pela Lusa.
Em 2006, a «Eurosatory» reuniu 1100 pavilhões de 47 países e foi visitada por delegações oficiais de 89 países da NATO e da UE, e por 48 mil visitantes afectos ao sector, informa também a agência de notícias portuguesa.


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