Um longo caminho, que continua
Recordamos o percurso da Festa da Alegria, desde o já longínquo ano de 1978 até às mais recentes edições.
«Mais de trinta mil pessoas na Festa da Alegria em Braga.» Assim titulava a primeira página do Avante! de 13 de Julho de 1978. Como afirmou no comício de encerramento Álvaro Cunhal, a Festa da Alegria era uma «afirmação serena de confiança no Portugal democrático dos dias de hoje e do seu futuro».
Os primeiros anos após a Revolução não tinham sido brandos para os comunistas no Norte do País, com perseguições a militantes e assaltos e destruição de Centros de Trabalho. O de Braga não escapou e foi incendiado. Mas, como afirmou Álvaro Cunhal, tal como no resto do País, «o terrorismo em Braga foi obra de alguns poucos reaccionários e não obra do povo de Braga». A enchente verificada na Festa comprovou-o para lá de qualquer dúvida.
Do programa cultural faziam parte artistas como Adriano Correia de Oliveira, Ary dos Santos, Barata-Moura, Carlos Paredes, entre outros.
Em 1979, houve Festa da Alegria outra vez. De novo, um mar de gente a inundar o Parque de Exposições de Braga. Pela primeira vez o desporto e novamente um rico cartaz cultural, com o melhor da música portuguesa. O ano de 1980 ficou marcado pela participação de José Afonso, o Zeca, e Adriano Correia de Oliveira, expoentes máximos da canção de resistência. O rock vinha para ficar.
Os 60 anos de vida e luta do PCP marcaram a Festa de 1981. Exposições e debates assinalam o percurso exaltante do Partido. Pela primeira vez, todas as organizações regionais do Partido participam, para além de uma delegação do Partido Comunista da Galiza. 1982 foi um ano especial: pelo quinto ano consecutivo, a Festa da Alegria abria as suas portas ao povo do Norte.
Em 1983, o centenário da morte de Karl Marx deu o mote para debater o marxismo e o espectáculo Cantar Adriano homenageou a grande figura de cantor e comunista, desaparecido no ano anterior. José Saramago também marcou presença, pouco depois do surgimento do seu Memorial do Convento.
«Apesar da Crise» foi o lema da Festa de 1984. Com o País mergulhado na mais profunda crise deste 1974, a Festa era daqueles que mais a sentiam – os trabalhadores.
Defender a Festa, na rua
Em 1985, a Festa da Alegria realizou-se na rua, em plena Praça do Município de Braga. Procurando impedir a sua realização no local habitual, foi alterado o regulamento do Parque de Exposições de Braga. Marcada então para a Praça do Município, houve os que tentaram impedir a sua realização da Festa da Alegria também nesse local. Mas falharam.
Como salientou no comício Álvaro Cunhal, então secretário-geral do Partido, «a Festa da Alegria aqui está. Diferente, limitada em espaço, limitada em tempo. Mas igualmente forte, grande e dinâmica, alegre como o seu próprio nome indica, combativa como é próprio do Partido que a promove. Grande afirmação da liberdade conquistada que não deixaremos perder. Grande afirmação do Portugal de Abril, que vive e viverá». A Festa da Alegria de 1985 foi, em si mesma, a defesa da Festa da Alegria.
No ano seguinte, em 1986, a Festa regressava ao Parque. «Cá estamos outra vez!», lia-se no folheto do programa.
A edição de 1988 registou a maior enchente de sempre na Festa da Alegria. Em ano de décimo aniversário, as direcções regionais do Minho, Trás-os-Montes e Porto uniram esforços para levar a cabo a maior festa jamais vista no Norte do País. Esse era, aliás, um projecto previsto para o ano anterior, que seria adiado devido à marcação de eleições antecipadas para 19 de Julho. Como o espaço tradicional do Parque era pequeno para a festa que se decidira realizar, pediu-se a cedência da Grande Nave, recentemente acabada, com os seus 9 mil metros quadrados de superfície. E por lá passaram, entre outros, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho e a Brigada Victor Jara.
Após o interregno de 1989, a Festa voltou em 1990. No primeiro dia, pela manhã, bombos percorreram a cidade de Braga a lembrar que a Festa estava de volta. Em 1991, novamente alegria. Carlos Carvalhas, à data secretário-geral adjunto, interveio no comício.
A Festa da Alegria está de volta!
Durante os nove anos que não se realizou, a Festa da Alegria fez falta. O sonho de a voltar a realizar nunca esmoreceu no coração dos militantes do Partido e do povo de Braga que se habituou a visitá-la. Em 2000, foi uma realidade. «A Festa da Alegria está de volta!» foi o mote. Milhares compareceram, visivelmente felizes. Sérgio Godinho e Clã, Vitorino e Septeto Habanero foram alguns dos artistas presentes. Em debate, o Partido, o País e o mundo. A Festa estava de volta e, com ela, a alegria.
Em 2003, realizou-se a 14.ª edição da festa que o então secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, considerou uma «Festa da Alegria e da juventude, dos trabalhadores e do povo é, também, uma Festa de afirmação de valores, de intervenção e de luta».
Os primeiros anos após a Revolução não tinham sido brandos para os comunistas no Norte do País, com perseguições a militantes e assaltos e destruição de Centros de Trabalho. O de Braga não escapou e foi incendiado. Mas, como afirmou Álvaro Cunhal, tal como no resto do País, «o terrorismo em Braga foi obra de alguns poucos reaccionários e não obra do povo de Braga». A enchente verificada na Festa comprovou-o para lá de qualquer dúvida.
Do programa cultural faziam parte artistas como Adriano Correia de Oliveira, Ary dos Santos, Barata-Moura, Carlos Paredes, entre outros.
Em 1979, houve Festa da Alegria outra vez. De novo, um mar de gente a inundar o Parque de Exposições de Braga. Pela primeira vez o desporto e novamente um rico cartaz cultural, com o melhor da música portuguesa. O ano de 1980 ficou marcado pela participação de José Afonso, o Zeca, e Adriano Correia de Oliveira, expoentes máximos da canção de resistência. O rock vinha para ficar.
Os 60 anos de vida e luta do PCP marcaram a Festa de 1981. Exposições e debates assinalam o percurso exaltante do Partido. Pela primeira vez, todas as organizações regionais do Partido participam, para além de uma delegação do Partido Comunista da Galiza. 1982 foi um ano especial: pelo quinto ano consecutivo, a Festa da Alegria abria as suas portas ao povo do Norte.
Em 1983, o centenário da morte de Karl Marx deu o mote para debater o marxismo e o espectáculo Cantar Adriano homenageou a grande figura de cantor e comunista, desaparecido no ano anterior. José Saramago também marcou presença, pouco depois do surgimento do seu Memorial do Convento.
«Apesar da Crise» foi o lema da Festa de 1984. Com o País mergulhado na mais profunda crise deste 1974, a Festa era daqueles que mais a sentiam – os trabalhadores.
Defender a Festa, na rua
Em 1985, a Festa da Alegria realizou-se na rua, em plena Praça do Município de Braga. Procurando impedir a sua realização no local habitual, foi alterado o regulamento do Parque de Exposições de Braga. Marcada então para a Praça do Município, houve os que tentaram impedir a sua realização da Festa da Alegria também nesse local. Mas falharam.
Como salientou no comício Álvaro Cunhal, então secretário-geral do Partido, «a Festa da Alegria aqui está. Diferente, limitada em espaço, limitada em tempo. Mas igualmente forte, grande e dinâmica, alegre como o seu próprio nome indica, combativa como é próprio do Partido que a promove. Grande afirmação da liberdade conquistada que não deixaremos perder. Grande afirmação do Portugal de Abril, que vive e viverá». A Festa da Alegria de 1985 foi, em si mesma, a defesa da Festa da Alegria.
No ano seguinte, em 1986, a Festa regressava ao Parque. «Cá estamos outra vez!», lia-se no folheto do programa.
A edição de 1988 registou a maior enchente de sempre na Festa da Alegria. Em ano de décimo aniversário, as direcções regionais do Minho, Trás-os-Montes e Porto uniram esforços para levar a cabo a maior festa jamais vista no Norte do País. Esse era, aliás, um projecto previsto para o ano anterior, que seria adiado devido à marcação de eleições antecipadas para 19 de Julho. Como o espaço tradicional do Parque era pequeno para a festa que se decidira realizar, pediu-se a cedência da Grande Nave, recentemente acabada, com os seus 9 mil metros quadrados de superfície. E por lá passaram, entre outros, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho e a Brigada Victor Jara.
Após o interregno de 1989, a Festa voltou em 1990. No primeiro dia, pela manhã, bombos percorreram a cidade de Braga a lembrar que a Festa estava de volta. Em 1991, novamente alegria. Carlos Carvalhas, à data secretário-geral adjunto, interveio no comício.
A Festa da Alegria está de volta!
Durante os nove anos que não se realizou, a Festa da Alegria fez falta. O sonho de a voltar a realizar nunca esmoreceu no coração dos militantes do Partido e do povo de Braga que se habituou a visitá-la. Em 2000, foi uma realidade. «A Festa da Alegria está de volta!» foi o mote. Milhares compareceram, visivelmente felizes. Sérgio Godinho e Clã, Vitorino e Septeto Habanero foram alguns dos artistas presentes. Em debate, o Partido, o País e o mundo. A Festa estava de volta e, com ela, a alegria.
Em 2003, realizou-se a 14.ª edição da festa que o então secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, considerou uma «Festa da Alegria e da juventude, dos trabalhadores e do povo é, também, uma Festa de afirmação de valores, de intervenção e de luta».