A faca e o queijo
A direita italiana venceu claramente as eleições legislativas realizadas no domingo e segunda-feira, conquistando 340 lugares dos 617 na Câmara de Deputados e 171 dos 315 eleitos no Senado.
Berlusconi anuncia «meses e anos difíceis» para os italianos
O Partido de Silvio Berlusconi, Povo da Liberdade, e os seus aliados da Liga do Norte obtiveram a maioria absoluta nos dois órgãos legislativos do país, recolhendo 46,8 por cento dos votos e mais de 17 milhões de sufrágios para a Câmara dos Deputados e cerca de 15,5 milhões de votos (47,32%) para o Senado.
O partido de Walter Veltroni, que se apresentava como o adversário da direita, ficou a quase dez pontos percentuais no sufrágio para a câmara, registando 13,6 milhões de votos (37,5%) e 239 deputados. Esta diferença manteve-se na votação para o senado, na qual o Partido Democrático obteve 12,5 milhões de votos (38,01%) e 130 lugares.
Estes órgãos serão ainda integrados pelos democratas cristãos da UDC, de Pier Ferdinando Casini, que recolheu 2,05 milhões votos (5,6%) elegendo 36 deputados, e pelo Partido Popular do Tirol do Sul que contará com dois lugares na câmara. A formação de Casini alcançou ainda 1,8 milhões de votos (5,69%) para o senado, assegurando três lugares.
Na segunda-feira, o líder do Partido Democrático, Walter Veltroni reconheceu que «o resultado é claro: a direita governará o país». Veltroni revelou que já tinha telefonado a Berlusconi, a quem desejou «bom trabalho», e congratulou-se com a elevada participação no escrutínio que ultrapassou os 80 por cento, apesar de a abstenção ter progredido 3,5 por cento.
Sobre o desempenho eleitoral do PD (partido fundado em Outubro a partir da fusão entre dos Democratas de Esquerda, herdeiros longínquos do antigo Partido Comunista Italiano, e da Margherita, de inspiração democrata-cristã), Veltroni nada disse.
Antecipando o seu terceiro mandato (Berlusconi governou durante sete meses em 1994 e entre 2001 e 2006), o Cavaliere avisou os italianos, na segunda-feira, que «os meses e os anos seguintes serão difíceis», sublinhando que está a preparar «um governo pronto a ficar no seu posto durante cinco anos».
Durante a campanha eleitoral, Berlusconi comprometeu-se a reduzir a dívida pública, diminuir os impostos e liberalizar o sector dos serviços.
Esquerda Arco-Iris
excluída do parlamento
Os principais partidos da esquerda italiana ficam, pela primeira vez na história parlamentar do país, sem representação na Câmara dos Deputados e no Senado. A coligação Esquerda Arco-Íris, que agrupa a Refundação Comunista (PRC), Comunistas de Itália (PCI), a corrente socialista Esquerda Democrática (SD) e os Verdes, não conseguiu alcançar o número mínimo para obter representação em nenhuma das câmaras.
Na Câmara dos Deputados, segundo os resultados conhecidos na terça-feira, a coligação ficou aquém dos quatro por cento necessários para obter representação, obtendo 3,1 por cento (mais de um milhão de votos), enquanto no Senado conseguiu 3,2 por cento, longe do mínimo de oito por cento. Nas eleições de 2006, a Refundação Comunista, incluída na União, conquistou 41 deputados e 27 senadores.
O mau resultado eleitoral levou à demissão de Fausto Bertinotti da liderança da coligação. O presidente cessante da Câmara dos Deputados admitiu a derrota, reconhecendo que era «de proporções imprevistas». Insistindo na necessidade de «um processo de renovação na esquerda italiana», Bertinotti, de 68 anos, aproveitou o momento para anunciar a sua retirada da política.
Segundo declarações divulgadas pela Agência Lusa, o líder do PCI, Oliviero Diliberto,
apontou como uma das razões do insucesso, o desaparecimento da foice e do martelo no símbolo da coligação.
O porta-voz no Senado da Refundação Comunista, Giovanni Russo Spena, salientou que a polarização da campanha eleitoral nos dois grandes partidos (o Povo da Liberdade de Silvio Berlusconi, e o Partido Democrático de Walter Veltroni) «penalizou» as restantes formações.
O partido de Walter Veltroni, que se apresentava como o adversário da direita, ficou a quase dez pontos percentuais no sufrágio para a câmara, registando 13,6 milhões de votos (37,5%) e 239 deputados. Esta diferença manteve-se na votação para o senado, na qual o Partido Democrático obteve 12,5 milhões de votos (38,01%) e 130 lugares.
Estes órgãos serão ainda integrados pelos democratas cristãos da UDC, de Pier Ferdinando Casini, que recolheu 2,05 milhões votos (5,6%) elegendo 36 deputados, e pelo Partido Popular do Tirol do Sul que contará com dois lugares na câmara. A formação de Casini alcançou ainda 1,8 milhões de votos (5,69%) para o senado, assegurando três lugares.
Na segunda-feira, o líder do Partido Democrático, Walter Veltroni reconheceu que «o resultado é claro: a direita governará o país». Veltroni revelou que já tinha telefonado a Berlusconi, a quem desejou «bom trabalho», e congratulou-se com a elevada participação no escrutínio que ultrapassou os 80 por cento, apesar de a abstenção ter progredido 3,5 por cento.
Sobre o desempenho eleitoral do PD (partido fundado em Outubro a partir da fusão entre dos Democratas de Esquerda, herdeiros longínquos do antigo Partido Comunista Italiano, e da Margherita, de inspiração democrata-cristã), Veltroni nada disse.
Antecipando o seu terceiro mandato (Berlusconi governou durante sete meses em 1994 e entre 2001 e 2006), o Cavaliere avisou os italianos, na segunda-feira, que «os meses e os anos seguintes serão difíceis», sublinhando que está a preparar «um governo pronto a ficar no seu posto durante cinco anos».
Durante a campanha eleitoral, Berlusconi comprometeu-se a reduzir a dívida pública, diminuir os impostos e liberalizar o sector dos serviços.
Esquerda Arco-Iris
excluída do parlamento
Os principais partidos da esquerda italiana ficam, pela primeira vez na história parlamentar do país, sem representação na Câmara dos Deputados e no Senado. A coligação Esquerda Arco-Íris, que agrupa a Refundação Comunista (PRC), Comunistas de Itália (PCI), a corrente socialista Esquerda Democrática (SD) e os Verdes, não conseguiu alcançar o número mínimo para obter representação em nenhuma das câmaras.
Na Câmara dos Deputados, segundo os resultados conhecidos na terça-feira, a coligação ficou aquém dos quatro por cento necessários para obter representação, obtendo 3,1 por cento (mais de um milhão de votos), enquanto no Senado conseguiu 3,2 por cento, longe do mínimo de oito por cento. Nas eleições de 2006, a Refundação Comunista, incluída na União, conquistou 41 deputados e 27 senadores.
O mau resultado eleitoral levou à demissão de Fausto Bertinotti da liderança da coligação. O presidente cessante da Câmara dos Deputados admitiu a derrota, reconhecendo que era «de proporções imprevistas». Insistindo na necessidade de «um processo de renovação na esquerda italiana», Bertinotti, de 68 anos, aproveitou o momento para anunciar a sua retirada da política.
Segundo declarações divulgadas pela Agência Lusa, o líder do PCI, Oliviero Diliberto,
apontou como uma das razões do insucesso, o desaparecimento da foice e do martelo no símbolo da coligação.
O porta-voz no Senado da Refundação Comunista, Giovanni Russo Spena, salientou que a polarização da campanha eleitoral nos dois grandes partidos (o Povo da Liberdade de Silvio Berlusconi, e o Partido Democrático de Walter Veltroni) «penalizou» as restantes formações.