Ondas de choque do Iraque
A 15 dias de se cumprirem cinco anos sobre o início da agressão norte-americana ao Iraque, nos EUA fazem-se contas aos custos do conflito.
Estimativas «por baixo» divulgadas pelo ex-prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, indicam que a guerra já custou aos contribuintes mais de três mil milhões de dólares, e, a manter-se a ocupação, custará nos próximos anos outros 500 mil milhões.
Em entrevista ao Guardian, citada por agências, o antigo dirigente do Banco Mundial afirmou que o montante permitiria, por exemplo, pagar o salário anual a 45 milhões de professores, distribuir centenas de milhões de bolsas universitárias, ou garantir acesso a cuidados de saúde às crianças nos EUA.
Stiglitz destaca também as consequência da invasão do Iraque, como a quadruplicação do preço do barril de petróleo desde Março de 2003, e o facto dos fundos mensais dos EUA canalizados para o Médio Oriente e o Afeganistão, aproximadamente 16 mil milhões de dólares, ultrapassarem o orçamento das Nações Unidas.
O economista estranha ainda que a reconstrução do Iraque esteja a ser feita por empresas norte-americanas, as quais, diz, são muito mais caras que as iraquianas. Do ponto de vista dos serviços de «segurança», Stiglitz aduz que uma empresa privada custa dez vezes mais que o exército.
Bush fala claro
Alheio aos prejuízos materiais revelados e, sobretudo, aos prejuízos humanos, o presidente George W. Bush ameaçou, a semana passada, vetar o projecto de lei da maioria democrata no Congresso caso estes insistam em fixar uma data para a retirada das tropas do Iraque.
A disputa é mais um eco do debate entre partidários republicanos e homólogos democratas nas eleições em curso, embora, nesta matéria, Barak Obama e Hillary Clinton sejam esquivos, e o conservador John McCain assuma, bem ao jeito de outros pretendentes às eternização da ordem mundial dominante, querer ficar no território «por mais mil anos».
Campanha à parte, o presidente dos EUA fala a sério quando acena com o poder de bloquear decisões do parlamento, de tal forma que esclareceu que o veto serve para «que as pessoas pensem bem sobre as leis que apresentam».
A deriva autoritária contra as manifestações adversas à sua política é mevidente e por muitos povos conhecida, a começar pelo norte-americano, que por estes dias vê Bush voltar à carga com a polémica lei de segurança interna.
A Casa Branca insiste em escutar chamadas telefónicas sem ordem judicial e pressiona a aprovação da norma o mais rapidamente possível, uma vez que o decreto provisório que permitia aos serviços secretos efectuarem escutas sem mandato judicial expirou em Fevereiro.
Bush pretende ainda com a nova lei, ilibar as empresas de telecomunicações de eventuais escutas ou violação de correio electrónico a pedido do governo, mas os grupos de direitos civis dizem que tal viola grosseiramente os pressupostos constitucionais.
Estimativas «por baixo» divulgadas pelo ex-prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, indicam que a guerra já custou aos contribuintes mais de três mil milhões de dólares, e, a manter-se a ocupação, custará nos próximos anos outros 500 mil milhões.
Em entrevista ao Guardian, citada por agências, o antigo dirigente do Banco Mundial afirmou que o montante permitiria, por exemplo, pagar o salário anual a 45 milhões de professores, distribuir centenas de milhões de bolsas universitárias, ou garantir acesso a cuidados de saúde às crianças nos EUA.
Stiglitz destaca também as consequência da invasão do Iraque, como a quadruplicação do preço do barril de petróleo desde Março de 2003, e o facto dos fundos mensais dos EUA canalizados para o Médio Oriente e o Afeganistão, aproximadamente 16 mil milhões de dólares, ultrapassarem o orçamento das Nações Unidas.
O economista estranha ainda que a reconstrução do Iraque esteja a ser feita por empresas norte-americanas, as quais, diz, são muito mais caras que as iraquianas. Do ponto de vista dos serviços de «segurança», Stiglitz aduz que uma empresa privada custa dez vezes mais que o exército.
Bush fala claro
Alheio aos prejuízos materiais revelados e, sobretudo, aos prejuízos humanos, o presidente George W. Bush ameaçou, a semana passada, vetar o projecto de lei da maioria democrata no Congresso caso estes insistam em fixar uma data para a retirada das tropas do Iraque.
A disputa é mais um eco do debate entre partidários republicanos e homólogos democratas nas eleições em curso, embora, nesta matéria, Barak Obama e Hillary Clinton sejam esquivos, e o conservador John McCain assuma, bem ao jeito de outros pretendentes às eternização da ordem mundial dominante, querer ficar no território «por mais mil anos».
Campanha à parte, o presidente dos EUA fala a sério quando acena com o poder de bloquear decisões do parlamento, de tal forma que esclareceu que o veto serve para «que as pessoas pensem bem sobre as leis que apresentam».
A deriva autoritária contra as manifestações adversas à sua política é mevidente e por muitos povos conhecida, a começar pelo norte-americano, que por estes dias vê Bush voltar à carga com a polémica lei de segurança interna.
A Casa Branca insiste em escutar chamadas telefónicas sem ordem judicial e pressiona a aprovação da norma o mais rapidamente possível, uma vez que o decreto provisório que permitia aos serviços secretos efectuarem escutas sem mandato judicial expirou em Fevereiro.
Bush pretende ainda com a nova lei, ilibar as empresas de telecomunicações de eventuais escutas ou violação de correio electrónico a pedido do governo, mas os grupos de direitos civis dizem que tal viola grosseiramente os pressupostos constitucionais.