Unanimidade na escolha de Raúl Castro

Cuba socialista

A Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP) elegeu, domingo, o presidente do Conselho de Estado. Em mensagem enviada a Raúl Castro, o PCP reitera a solidariedade inabalável dos comunistas portugueses com Cuba.

Satisfação das necessidades do povo é a prioridade do governo

Os deputados foram unânimes na votação para o novo presidente da República de Cuba. Raúl Castro foi escolhido por voto directo e secreto para, nos próximos cinco anos, liderar o processo revolucionário no país.
Os 614 eleitos no parlamento de Havana sufragaram ainda para acompanhar Raúl Castro no Conselho de Estado, entre outros membros, José Ramón Machado Ventura, como primeiro vice-presidente, e Juan Almeida Bosque, Julio Casas Regueiro, Esteban Lazo Hernández, Carlos Lage Dávila e Abelardo Colomé Ibarra, como vice-presidentes.
A configuração do órgão colectivo de direcção do país inclui agora 13 novos membros, informaram ainda as autoridades, facto que, sublinharam, representa uma renovação na ordem dos 41,9 por cento ao nível dos titulares dos cargos.
Na sessão de abertura da 7.ª legislatura, foram ainda ratificados como presidente e vice-presidente da ANPP Ricardo Alarcón e Jaime Crombet, respectivamente.

Povo no centro da acção

Na primeira intervenção como presidente de Cuba, Raúl Castro apontou como prioridade do governo a satisfação das necessidades básicas da população aos mais diversos níveis, tarefa que, sublinhou, deve fundamentar-se no reforço do aparelho produtivo do país.
Igualmente importante, disse, é o melhoramento da eficiência da economia, objectivo que o dirigente frisou ser tão possível quanto necessário, exemplificando o caso das recentes medidas para as estruturas de produção e distribuição agrícola, elaboradas e levadas à prática fazendo confluir a análise dos técnicos e produtores de todas as províncias.
No mesmo plano, urge delinear com atenção aos múltiplos factores, as linhas de orientação monetária no país, tendo sempre como fito «proteger e incrementar de modo paulatino os rendimentos e poupanças da população, em especial das camadas que menos recebem», disse Raúl Castro.
Nas actuais condições da economia cubana, sustentou o chefe de Estado, importa «avançar de maneira coerente, sólida e bem pensada, até conseguir que o salário recupere o seu papel e o nível de vida da cada qual esteja relacionado directamente com os rendimentos legais que recebem», decisão que, não podendo ser implementada de um dia para o outro, deixa antever o fim de sistemas «insustentáveis» como o cabaz de géneros.
No discurso, Raúl Castro pronunciou-se também favorável a reformas que visem um Estado mais eficiente e capaz de responder à conjuntura nacional e internacional, o que, aduziu, «requer uma estrutura mais compacta e funcional».
«A nossa democracia é participativa como poucas, mas devemos estar conscientes de que o funcionamento das instituições do Estado e do governo todavia não alcançam o nível de eficácia que o nosso povo exige com todo o direito», afirmou Castro, e, assim, apelou à participação empenhada do povo cubano neste e noutros desafios.


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