Aprovado orçamento para 2008

Cuba reforça crescimento

A Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba aprovou, sexta-feira, o Orçamento do Estado para o próximo ano, o qual aumentará 2,7 por cento quando comparado com o documento apresentado em 2007, e estima o crescimento económico para 2008 em cerca de 8 por cento.
De notar, ainda, o peso nas despesas correntes dos projectos previstos para os sectores da educação, saúde, cultura e desporto, que vão absorver 55 por cento do total dos gastos nesta rubrica.
Apesar do crescimento económico estimado para 2008 superar em meio ponto percentual o registado em 2007, que foi de 7,5 por cento, os deputados e o governo cubanos sublinham que se mantêm as exigências de poupança, sobretudo ao nível dos recursos energéticos, e rigor na realização de planos e actividades, os quais devem ter subjacentes recursos financeiros, materiais e humanos verdadeiramente disponíveis.
No balanço da última sessão ordinária da actual legislatura, governantes e eleitos na Assembleia destacaram também os mais importantes êxitos alcançados, donde sobressaem uma taxa de desemprego inferior a 2 por cento pelo quarto ano consecutivo e, do ponto de vista da política externa, a aprovação na Assembleia Geral das Nações Unidas por uma esmagadora maioria de 184 países de uma nova moção de repúdio ao bloqueio norte-americano.

Crescimento impressionante

De acordo com os dados revelados pela agência de notícias Prensa Latina, a economia cubana está numa fase de reforço e prosperidade.
Entre 2004 e 2007, o PIB aumentou mais de 42 por cento.
Se tivermos por base os números de 2007, Cuba cresceu mais que os restantes países da América Latina, cujo crescimento médio rondou os 5,6 por cento, e figura já em quinto lugar no ranking de 33 nações monitorizadas pela Comissão Económica da região.
Um êxito significativo se considerarmos que para além do bloqueio económico dos EUA – que já custou cerca de 90 mil milhões de dólares ao povo cubano-, o país teve que enfrentar subidas dos preços na ordem dos 24 por cento e do petróleo na ordem do 7 por cento.

Trabalho, organização e participação

A análise colectiva das prioridades e das deficiências económicas e sociais em Cuba foram igualmente frisadas por Raul Castro durante o discurso de encerramento da sessão legislativa.
Problemas nas áreas da educação, saúde, habitação, transportes colectivos ou produção de géneros alimentares requerem, pelo seu impacto directo e quotidiano na vida da população, medidas urgentes e da máxima eficiência produtiva, disse Raúl Castro, pelo que, continuou, «há que estabelecer prioridades, organizar melhor a mão-de-obra e os recursos e introduzir as necessárias tecnologias».
Neste particular, o dirigente destacou que é preciso «fortalecer a integração, cooperação e coesão da actividade de direcção dos organismos do Estado, do governo, da União dos Jovens Comunistas e das organizações de massas a todos os níveis, para enfrentar em conjunto, sob a direcção do Partido Comunista, os principais problemas que afectam o povo».
Quanto à participação dos cubanos no processo de apreciação e crítica lançado por todo o país no passado mês de Julho, Raúl Castro lembrou as mais de 215 mil reuniões promovidas, envolvendo um número superior a cinco milhões de pessoas e registando mais de três milhões 255 mil intervenções em plenário.
O bem-estar do povo e o desempenho socioeconómico do país estiveram no centro dos debates, disse Raúl Castro, mas também se estabeleceu como linha fundamental «eliminar a nociva tendência para o triunfalismo e a complacência, visando garantir que cada camarada com determinada responsabilidade política ou administrativa informe de maneira sistemática sobre o que lhe compete com realismo, de forma crítica e autocrítica».


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