Constituintes retomam trabalhos
A comissão encarregue de harmonizar as propostas de alteração à Constituição da Bolívia já começou a trabalhar. A oposição incita ao golpe e reagrupa-se na América do Norte.
O PC da Bolívia apela à vigilância revolucionária e à unidade popular
Tendo como meta a aprovação da nova Carta Magna do país, iniciaram-se, segunda-feira, os trabalhos da comissão da Assembleia Constituinte encarregue de compatibilizar os capítulos do futuro texto fundamental boliviano.
Segundo Carlos Romero, do Movimento para o Socialismo (MAS), citado pela Prensa Latina, importa ainda decidir o local onde se vai reunir, já no próximo dia 14, o plenário da Constituinte, uma vez que quanto ao conteúdo das alterações mantém-se o concenso entre as 16 forças políticas representadas, subsistindo apenas dúvidas nos artigos que regulam a reeleição do chefe de Estado e nas normas que estipulam a estrutura do parlamento do país.
Oposição reagrupa-se nos EUA
Alheios ao diálogo continuam os eleitos do partido Podemos e a cúpula da direita acantonada na chamada zona da «Meia Lua», que inclui os «departamentos» de Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija, grupo ao qual se juntam os líderes das províncias de Cochabamba e Chuquisaca.
Na sequência dos incidentes ocorridos em Sucre, no fim-de-semana de 24 e 25 de Novembro, Evo Morales apelou a um diálogo franco e convidou a oposição a comparecer, mas os representantes da oligarquia não só rejeitaram o gesto do presidente boliviano– alguns viajaram mesmo para os EUA procurando reagrupar forças e urdir estratégias com o capital norte-americano e com o ex-presidente Gonzalo Sánchez de Losada, indíviduo procurado pela justiça boliviana acusado como principal responsável pelo massacre de 70 pessoas -, como continuaram a incitar abertamente ao golpe de Estado e à declaração de independência nas regiões.
Reagindo aos apelos de secessão e golpe, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, revelou que o executivo de Morales decidiu processar os governadores de Pando e Cochabamba, Leopoldo Fernández e Manfred Reyes Villa, respectivamente.
Fernández e Villa (personalidade que arrepiou caminho político como militar apoiante das ditaduras no país), chamaram «cobardes» e «traidores» aos chefes militares que estão ao lado do projecto reformador do MAS e apelaram a uma revolta entre as hierarquias intermédias castrenses, declarações que lhes podem valer condenações judiciais por incitação ao levantamento armado contra um governo democraticamente eleito.
Comunistas chamam à resistência
Também na passada semana, o Partido Comunista da Bolívia divulgou um comunicado (publicado na íntegra no sítio www.odiario.info) onde insta a um análise serena e objectiva do processo em curso, acusa a oposição de conspirar «com o apoio do imperialismo e das classes dominantes» e de preparar «grupos de esquadrões para o exercício de violência armada» contra as transformações sociais.
O PCB considera os acontecimentos de Sucre a antecâmera de uma «contra-revolução preventiva destinada a preservar a presença das transnacionais, do grande latifúndio e dos privilégios das classes exploradoras», situação que, a confirmar-se, periga a democracia e pode mesmo desenbocar na instauração de uma ditadura de cariz fascista.
Os comunistas bolivianos apelam à «vigilância revolucionária que evite a infiltração de elementos desagregadores e divisionistas que procuram desprestigiar o processo e a acção das massas» e chamam à resistência popular e à unidade de todas as forças democráticas empenhadas na defesa e aprofundamento das mudanças no país.
Segundo Carlos Romero, do Movimento para o Socialismo (MAS), citado pela Prensa Latina, importa ainda decidir o local onde se vai reunir, já no próximo dia 14, o plenário da Constituinte, uma vez que quanto ao conteúdo das alterações mantém-se o concenso entre as 16 forças políticas representadas, subsistindo apenas dúvidas nos artigos que regulam a reeleição do chefe de Estado e nas normas que estipulam a estrutura do parlamento do país.
Oposição reagrupa-se nos EUA
Alheios ao diálogo continuam os eleitos do partido Podemos e a cúpula da direita acantonada na chamada zona da «Meia Lua», que inclui os «departamentos» de Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija, grupo ao qual se juntam os líderes das províncias de Cochabamba e Chuquisaca.
Na sequência dos incidentes ocorridos em Sucre, no fim-de-semana de 24 e 25 de Novembro, Evo Morales apelou a um diálogo franco e convidou a oposição a comparecer, mas os representantes da oligarquia não só rejeitaram o gesto do presidente boliviano– alguns viajaram mesmo para os EUA procurando reagrupar forças e urdir estratégias com o capital norte-americano e com o ex-presidente Gonzalo Sánchez de Losada, indíviduo procurado pela justiça boliviana acusado como principal responsável pelo massacre de 70 pessoas -, como continuaram a incitar abertamente ao golpe de Estado e à declaração de independência nas regiões.
Reagindo aos apelos de secessão e golpe, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, revelou que o executivo de Morales decidiu processar os governadores de Pando e Cochabamba, Leopoldo Fernández e Manfred Reyes Villa, respectivamente.
Fernández e Villa (personalidade que arrepiou caminho político como militar apoiante das ditaduras no país), chamaram «cobardes» e «traidores» aos chefes militares que estão ao lado do projecto reformador do MAS e apelaram a uma revolta entre as hierarquias intermédias castrenses, declarações que lhes podem valer condenações judiciais por incitação ao levantamento armado contra um governo democraticamente eleito.
Comunistas chamam à resistência
Também na passada semana, o Partido Comunista da Bolívia divulgou um comunicado (publicado na íntegra no sítio www.odiario.info) onde insta a um análise serena e objectiva do processo em curso, acusa a oposição de conspirar «com o apoio do imperialismo e das classes dominantes» e de preparar «grupos de esquadrões para o exercício de violência armada» contra as transformações sociais.
O PCB considera os acontecimentos de Sucre a antecâmera de uma «contra-revolução preventiva destinada a preservar a presença das transnacionais, do grande latifúndio e dos privilégios das classes exploradoras», situação que, a confirmar-se, periga a democracia e pode mesmo desenbocar na instauração de uma ditadura de cariz fascista.
Os comunistas bolivianos apelam à «vigilância revolucionária que evite a infiltração de elementos desagregadores e divisionistas que procuram desprestigiar o processo e a acção das massas» e chamam à resistência popular e à unidade de todas as forças democráticas empenhadas na defesa e aprofundamento das mudanças no país.