Inverter rumo desastroso
«Desigualdade, insustentabilidade, injustiça social», eis três adjectivos que definem a situação de desastre sócio-económico em que o País se encontra em resultado da política de direita. Analisada com profundidade na recente Conferência Nacional do PCP sobre questões económicas e sociais, foi esta realidade que o deputado comunista Agostinho Lopes trouxe para primeiro plano do debate parlamentar, na passada semana, em declaração política onde pôs em evidência – como «tese política central» consolidada naquela grande iniciativa do colectivo comunista – a responsabilidade de sucessivos governos do PS e PSD, com ou sem CDS/PP, por «políticas inteiramente subordinadas, guiadas, pelos quadros e aparelhos dos grupos económicos».
Cultivar a amnésia
Agostinho Lopes falou, por exemplo, da desigualdade que nos coloca, com dois milhões de pobres, no desonroso lugar de país mais desigual da Europa; da insustentatabilidade de um «mercado abandonado à voracidade dos grandes grupos monopolistas, à insaciabilidade do capital financeiro»; da injustiça à solta que premeia a «especulação financeira, bolsista, imobiliária», enquanto «penaliza os que trabalham ou trabalharam uma vida inteira».
Sendo este o quadro, como conhecidos são os seus responsáveis, não é de admirar, pois, que estes tudo façam para alimentar a «amnésia que pesa sobre as causas e os causadores da situação em que o País se encontra». Esse tem sido, de resto, como sublinhou o parlamentar comunista, um factor que tem desempenhado um «papel essencial no condicionamento das opções dos cidadãos».
«As perdas de memória são mais que muitas, e a ocultação pura e simples de responsabilidades também», observou, antes de enfatizar a utilidade de fazer a pergunta a quem governou nos últimos vinte anos: «o que fizeram com mais de 50 mil milhões de euros de fundos comunitários e mais de 33 mil milhões de euros de receitas das privatizações ?».
Semelhança de gémeos
E quando a ausência de memória não produz os efeitos desejados, há ainda a «tese da opção única, determinada pela integração comunitária, pela globalização capitalista», lembrou Agostinho Lopes, antes de refutar com vigor esta «tese do caminho único e das únicas opções», que é «a base da identidade das políticas do PS e PSD», «semelhança de gémeos que procuram vestir-se de cor diferente e berrante na oposição para eleitor ver; semelhança no poder começando por não fazer o que gritavam na oposição».
«Bem pode o senhor ministro dos Assuntos Parlamentares afadigar-se a convencer-nos de que são a esquerda moderna. Porque a sua modernidade é a da convergência com os partidos à sua direita em torno da agenda neoliberal do Consenso de Washington e as diversas agendas de Bruxelas. Os factos e as políticas aí estão, como o recente OE demonstra à saciedade, para cortar cerce qualquer veleidade de tingir de esquerda o que é retintamente de direita», rematou o deputado do PCP.
Cultivar a amnésia
Agostinho Lopes falou, por exemplo, da desigualdade que nos coloca, com dois milhões de pobres, no desonroso lugar de país mais desigual da Europa; da insustentatabilidade de um «mercado abandonado à voracidade dos grandes grupos monopolistas, à insaciabilidade do capital financeiro»; da injustiça à solta que premeia a «especulação financeira, bolsista, imobiliária», enquanto «penaliza os que trabalham ou trabalharam uma vida inteira».
Sendo este o quadro, como conhecidos são os seus responsáveis, não é de admirar, pois, que estes tudo façam para alimentar a «amnésia que pesa sobre as causas e os causadores da situação em que o País se encontra». Esse tem sido, de resto, como sublinhou o parlamentar comunista, um factor que tem desempenhado um «papel essencial no condicionamento das opções dos cidadãos».
«As perdas de memória são mais que muitas, e a ocultação pura e simples de responsabilidades também», observou, antes de enfatizar a utilidade de fazer a pergunta a quem governou nos últimos vinte anos: «o que fizeram com mais de 50 mil milhões de euros de fundos comunitários e mais de 33 mil milhões de euros de receitas das privatizações ?».
Semelhança de gémeos
E quando a ausência de memória não produz os efeitos desejados, há ainda a «tese da opção única, determinada pela integração comunitária, pela globalização capitalista», lembrou Agostinho Lopes, antes de refutar com vigor esta «tese do caminho único e das únicas opções», que é «a base da identidade das políticas do PS e PSD», «semelhança de gémeos que procuram vestir-se de cor diferente e berrante na oposição para eleitor ver; semelhança no poder começando por não fazer o que gritavam na oposição».
«Bem pode o senhor ministro dos Assuntos Parlamentares afadigar-se a convencer-nos de que são a esquerda moderna. Porque a sua modernidade é a da convergência com os partidos à sua direita em torno da agenda neoliberal do Consenso de Washington e as diversas agendas de Bruxelas. Os factos e as políticas aí estão, como o recente OE demonstra à saciedade, para cortar cerce qualquer veleidade de tingir de esquerda o que é retintamente de direita», rematou o deputado do PCP.