França

Lutas aquecem o mês

Após duas greves massivas, em 18 de Outubro no sector público de França, (caminhos-de-ferro, metro, electricidade e gás), a que se seguiu a paralisação histórica do pessoal de bordo da Air France, milhares de trabalhadores voltam à luta já na próxima semana em defesa dos direitos de reforma.

Vá­rios sec­tores mo­bi­lizam-se contra as «re­formas» de Sar­kozy

A partir da próxima terça-feira, dia 13, os trabalhadores dos caminhos-de-ferro franceses (SNCF) iniciam uma greve por tempo indeterminado, recusando-se a «trabalhar mais tempo para receber menos pensão». Esta é a resposta à intransigência do governo de direita, tutelado pelo presidente Nicolas Sarkozy, que pretende retirar os direitos de reforma consagrados no regime especial dos ferroviários e de outras grande empresas públicas.
Nesta luta, como já acontecera em 8 de Outubro, integram-se igualmente os trabalhadores da EDF (empresa de electricidade) e da GDF (empresa de gás) que anunciaram uma greve para o dia seguinte.
Também nos transportes de Paris (RATP), paira a ameaça de greve caso o governo não recue nas suas intenções.
Por seu turno, no vasto sector da administração pública, 12 federações sindicais, das quais cinco de professores, marcaram uma greve nacional para dia 20 em protesto contra o congelamento de salários em 2007 e o plano de redução de 22 900 postos de trabalho em 2008.
Convergindo nesta grande jornada de luta, os sindicatos dos correios (La Poste) e das telecomunicações (France Telecom), bem como as estruturas de alunos e estudantes (UNEF e UNL) convocaram greves para a mesma data.
O descontentamento atinge ainda os magistrados e funcionários da justiça, cujos sindicatos apelam à greve para dia 29, opondo-se à reforma da justiça.

Ne­go­ci­a­ções na Air France

Após cinco dias de greve, com elevados índices de adesão que surpreenderam a própria administração, as partes em conflito voltaram à mesa das negociações para discutir salários e condições de trabalho.
Até 15 de Dezembro estão previstas 20 reuniões com representantes da administração com vista a acordar um conjunto de matérias que vão desde um novo sistema remuneratório e de organização do tempo de trabalho, até aspectos ligados à protecção social, segurança e formação.
Findo este período, os sindicatos farão um balanço das negociações, admitindo voltar à greve caso as suas reivindicações não sejam atendidas de forma satisfatória.
Segundo cálculos da companhia aérea, a greve realizada de 25 a 29 de Outubro, teve um impacto de 60 milhões de euros nos resultados de exploração. A empresa perdeu receitas no valor de 80 milhões de euros que foram em parte compensados por uma redução de despesas, designadamente em combustível, na ordem dos 20 milhões de euros.


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