Garzón detém direcção do Batasuna
Vinte e três dirigentes e militantes do Batasuna foram detidos no dia 4, ao final da noite, na localidade basca de Segura (Guipuzcoa) por ordem do juiz da Audiência Nacional espanhola, Baltasar Garzón.
Batasuna qualifica detenção em massa como uma declaração de guerra
Entre os detidos estão figuras proeminentes da principal formação da esquerda independentista basca, como Joseba Permach, Rufi Etxebarria e Juan José Petrikorena, bem como muitos outros dirigentes que integram a Mesa Nacional do Batasuna.
No domingo, 7, o magistrado Garzón confirmou a prisão preventiva de 21 dos 23 dirigentes bascos, permitindo apenas a libertação sob caução de Jean-Claude Aguerre e Haizpea Abrisqueta, dois responsáveis do Batasuna em França, país onde este partido não foi ilegalizado.
Garzon enquadra esta ofensiva judicial num processo instruído ainda em 2002 sobre a alegada subordinação do Batasuna à ETA e o financiamento desta organização independentista armada através das «Herriko Tabernas».
Segundo fontes judiciais citadas pela Agência Lusa, as detenções decorreram quando os membros do Batasuna estavam reunidos para debater a renovação da Mesa Nacional, na sequência da prisão de Arnaldo Otegi, em Junho.
Agentes do Corpo Nacional de Polícia terão detectado os movimentos dos dirigentes do Batasuna, que indicavam a provável realização de uma reunião em Segura. Baltasar Garzón aproveitou para ordenar de imediato as detenções.
O diário El Pais (05.10) escreve que em apenas «três minutos» os agentes policiais detiveram o organismo dirigente do partido, numa operação de grande envergadura que bloqueou os acessos à localidade. De seguida, foram efectuadas buscas nas residências dos detidos.
O magistrado acusa os membros mais antigos da Mesa Nacional de reincidência e os novos membros de pertencerem a uma organização terrorista.
Joseba Alvarez e Ohiana Aguirre, responsável da secção internacional do Batasuna e porta-voz da Askatasuna, respectivamente, somam-se a este grupo, estando igualmente sob prisão preventiva depois terem sido detidos na terça-feira, dia 2, por ordem de Garzón.
«Declaração de guerra»
No sábado, 6, dia em que se registaram manifestações de protesto no País Basco, cerca de uma centena de dirigentes e militantes do Batasuna compareceram numa sessão pública para apresentar um manifesto, no qual, qualificam a detenção dos 23 dirigentes como «uma declaração de guerra do governo espanhol ao movimento independentista»
O texto, lido por Pernando Barrena, expressa a determinação da esquerda independentista basca de «continuar a trabalhar em prol dos direitos do seu povo» e reafirma como projecto político «a independência e o socialismo».
Já na véspera, Barrena, um dos poucos porta-vozes do Batasuna ainda em liberdade, tinha declarado que detenção da direcção do partido constituía uma «operação de castigo» e «vingança» pela firmeza demonstrada por esta formação durante «o processo negocial».
Barrena observou ainda que «é uma hipocrisia política» evocar agora a legalidade para «perseguir dirigentes da esquerda independentista, quando ainda no passado mês de Maio representantes do PSOE e do governo se reuniram com eles para falar do futuro do nosso país».
Por seu turno, o partido basco Aralar, nascido de uma cisão no Batasuna em 2002, não hesitou em classificar a decisão como uma «barbaridade»: «A detenção da direcção de uma sensibilidade política deste país é uma barbaridade judicial e política». «A perseguição das ideias não é aceitável numa democracia madura. Em nenhum caso as detenções ajudarão a encontrar a paz, antes pelo contrário», sublinha este partido em comunicado.
No domingo, 7, o magistrado Garzón confirmou a prisão preventiva de 21 dos 23 dirigentes bascos, permitindo apenas a libertação sob caução de Jean-Claude Aguerre e Haizpea Abrisqueta, dois responsáveis do Batasuna em França, país onde este partido não foi ilegalizado.
Garzon enquadra esta ofensiva judicial num processo instruído ainda em 2002 sobre a alegada subordinação do Batasuna à ETA e o financiamento desta organização independentista armada através das «Herriko Tabernas».
Segundo fontes judiciais citadas pela Agência Lusa, as detenções decorreram quando os membros do Batasuna estavam reunidos para debater a renovação da Mesa Nacional, na sequência da prisão de Arnaldo Otegi, em Junho.
Agentes do Corpo Nacional de Polícia terão detectado os movimentos dos dirigentes do Batasuna, que indicavam a provável realização de uma reunião em Segura. Baltasar Garzón aproveitou para ordenar de imediato as detenções.
O diário El Pais (05.10) escreve que em apenas «três minutos» os agentes policiais detiveram o organismo dirigente do partido, numa operação de grande envergadura que bloqueou os acessos à localidade. De seguida, foram efectuadas buscas nas residências dos detidos.
O magistrado acusa os membros mais antigos da Mesa Nacional de reincidência e os novos membros de pertencerem a uma organização terrorista.
Joseba Alvarez e Ohiana Aguirre, responsável da secção internacional do Batasuna e porta-voz da Askatasuna, respectivamente, somam-se a este grupo, estando igualmente sob prisão preventiva depois terem sido detidos na terça-feira, dia 2, por ordem de Garzón.
«Declaração de guerra»
No sábado, 6, dia em que se registaram manifestações de protesto no País Basco, cerca de uma centena de dirigentes e militantes do Batasuna compareceram numa sessão pública para apresentar um manifesto, no qual, qualificam a detenção dos 23 dirigentes como «uma declaração de guerra do governo espanhol ao movimento independentista»
O texto, lido por Pernando Barrena, expressa a determinação da esquerda independentista basca de «continuar a trabalhar em prol dos direitos do seu povo» e reafirma como projecto político «a independência e o socialismo».
Já na véspera, Barrena, um dos poucos porta-vozes do Batasuna ainda em liberdade, tinha declarado que detenção da direcção do partido constituía uma «operação de castigo» e «vingança» pela firmeza demonstrada por esta formação durante «o processo negocial».
Barrena observou ainda que «é uma hipocrisia política» evocar agora a legalidade para «perseguir dirigentes da esquerda independentista, quando ainda no passado mês de Maio representantes do PSOE e do governo se reuniram com eles para falar do futuro do nosso país».
Por seu turno, o partido basco Aralar, nascido de uma cisão no Batasuna em 2002, não hesitou em classificar a decisão como uma «barbaridade»: «A detenção da direcção de uma sensibilidade política deste país é uma barbaridade judicial e política». «A perseguição das ideias não é aceitável numa democracia madura. Em nenhum caso as detenções ajudarão a encontrar a paz, antes pelo contrário», sublinha este partido em comunicado.