Acampamentos regionais da JCP

Do convívio à política

Os acampamentos regionais da JCP atraem centenas de militantes e amigos. Mesmo quem não gosta de acampar deve ir. «O convívio compensa dormir duas noites numa tenda», afirma Carlos Ramos. Bruno Martins e João Costa contam outras experiências.

«Não podemos andar sozinhos nisto, senão não funciona.»

A JCP promoveu dez acampamentos regionais entre 13 de Julho e 5 de Agosto, das organizações do Algarve, Aveiro, Castelo Branco, Évora, Lisboa, Litoral Alentejano, Portalegre, Porto, Viana do Castelo e Viseu. Centenas de jovens estiveram envolvidos, a maioria militantes, participando em debates, pintura de murais, passeios e torneios desportivos.
Como afirma Bruno Martins, membro do Secretariado da JCP, estes «acampamentos estão inseridos na actividade de Verão da JCP e procuram afirmar a organização nas regiões. Criam laços entre os militantes, que se passam a conhecer melhor, trocam experiências e formam um espírito de mais unidade e de motivação. Isso nota-se ao longo do ano, com o reforço da organização.»
Carlos Ramos, de Lisboa, participou pela primeira vez num acampamento regional dois meses depois de entrar para a JCP: «Logo ali travaram-se muitas conversas, que ajudaram a uma melhor integração na organização. Não podemos andar sozinhos nisto, senão não funciona. Um comunista sozinho dificilmente faz alguma coisa. Quanto mais unidos estivermos, melhor.»
À semelhança de anos anteriores, Carlos esteve no acampamento regional de Lisboa em Julho. Faz um balanço «bastante positivo», porque «conseguimos envolver um número abrangente de pessoas».
O parque de campismo do Guincho foi o local escolhido. Cerca de 40 pessoas participaram na iniciativa. A noite de sexta-feira foi passada a montar as tendas e em convívio. No sábado, pintaram um mural sobre a Festa do Avante! na estrada para a praia e, no domingo, realizou-se um debate sobre a Revolução de Outubro, na esplanada do bar do parque de campismo. «Prolongou-se por várias horas, com muita gente a assistir. Houve muita discussão, aprendeu-se muito. É normal e saudável ter dúvidas e incertezas», refere Carlos.
A primeira refeição foi assegurada pela Organização Concelhia de Cascais do PCP, mas as restantes ficaram a cargo dos participantes. «Há muita solidariedade. A malta põe em cima da mesa a comida que trouxe de casa e... vamos comendo», comenta.

Bem-estar

João Costa é militante da JCP há um ano. «No ano passado, quando fui ao acampamento regional do Porto, ainda estava a descobrir. Conheci novas pessoas, fiz novas amizades e aprofundei a vertente política, com discussões abertas. Saí de lá bastante esclarecido», recorda.
Para João, «vale sempre a pena participar». «Numa palavra, os acampamentos são bem-estar», porque «é convívio, amizade, camaradagem, solidariedade... O que interessa é que todos se sintam bem.»
Bruno Martins fala sobre o que leva um jovem a participar nestes acampamentos: «É o facto de ser um espaço de convívio, uma vontade de se aproximar. Há muitos jovens que participam sem serem militantes, porque têm vontade de conhecer a organização e ver de perto como as coisas funcionam. Muitas deles aderem antes do fim-de-semana acabar.»
Por seu lado, Carlos Ramos considera que «há pessoas que, não sendo militantes, participam por terem lá amigos. Os militantes vão muito no espírito de passar um bom fim-de-semana, alargar a sua camaradagem e travar relações mais próximas. São dias de convívio: divertimo-nos, jogamos à bola, conversamos... É das poucas oportunidades para estarmos três dias juntos, tantas pessoas de diversos concelhos. Podemos conhecer-nos melhor, trocar impressões, conviver... Isso é muito importante numa organização como a JCP.»
E quem não gosta de acampar deve ir? «Sim, pelo menos para ficar a gostar... O convívio compensa dormir duas noites numa tenda», responde Carlos. Bruno esclarece que «o que fazemos no acampamento foge à ideia que as pessoas têm de acampar, porque temos imensas actividades, não ficamos simplesmente debaixo das árvores...» João acrescenta que «muitas vezes, as pessoas vão para lá com uma ideia diferente do que é a JCP e saem esclarecidos e motivados para aderir».


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