Quando se zangam as comadres…
O milionário russo Boris Beresovski, perseguido no seu país por fraude fiscal entre outros crimes e exilado em Londres, solicitou ao Supremo Tribunal de Inglaterra e do País de Gales a interposição de uma queixa junto do Ministério da Justiça da Ucrânia, na qual reclama a devolução de um montante de 16 milhões de euros que afirma ter enviado para «desenvolver a democracia» naquele país em 2004.
Na sequência das eleições presidenciais de 21 de Novembro de 2004, em que Viktor Yanukovych saiu vitorioso, a Ucrânia foi agitada por uma persistente vaga de manifestações em apoio do candidato derrotado Viktor Yushchenko, alegadamente prejudicado por fraudes ocorridas no processo eleitoral.
Sob forte pressão dos manifestantes, acampados durante semanas a fio no centro de Kiev, a que se juntaram em coro a generalidade dos governos do Ocidente e a sua poderosa máquina de propaganda, o Supremo Tribunal ucraniano acabou por ceder às exigências anulando os resultados eleitorais e convocando novo sufrágio para 26 de Dezembro do mesmo ano.
O candidato da oposição, e amigo dos Estados Unidos, pode finalmente cumprir o seu desígnio, subindo à presidência com 52 por cento dos votos, contra cerca de 44 obtidos por Yanukovych.
A «revolução laranja» obteve assim êxito pleno e todos os que a financiaram tinham boas razões para estarem satisfeitos, antecipando chorudos dividendos do seu esforço. Contudo, após as legislativas de 2006, o presidente «laranja» ficou em minoria no parlamento e foi obrigado a dar posse como primeiro-ministro ao seu adversário na corrida presidencial, Yanukovych, que governa agora o país.
Esta reviravolta gorou os planos de Berezovski que, como há muito se arroga, foi um dos mais empenhados patrocinadores do «movimento democrático» (ou, talvez com mais rigor, o mais mediático testa-de-ferro dos interesses imperialistas ocidentais).
Vendo frustradas as suas expectativas, esta personagem decidiu pedir o seu dinheiro de volta, não hesitando colocar em cheque os seus antigos «homens de mão» e torpedear a própria legitimidade do chefe de Estado que ajudou a eleger.
Na sua acção jurídica, segundo noticiou a agência RIA/Novosti, na segunda-feira, 3, Berezovski afirma ter depositado quantias avultadas em contas pessoais de dois actuais deputados da coligação «Nossa Ucrânia-Autodefesa Popular», Alexandre Tretiakov e David Jvania. Nessa altura, Tretiakov era adjunto do presidente e Jvania era o seu ministro das Situações de Urgência.
Para além de desvendar a natureza sórdida destas coloridas «revoluções democráticas», este episódio faz jus ao ditado popular: «zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades».
Na sequência das eleições presidenciais de 21 de Novembro de 2004, em que Viktor Yanukovych saiu vitorioso, a Ucrânia foi agitada por uma persistente vaga de manifestações em apoio do candidato derrotado Viktor Yushchenko, alegadamente prejudicado por fraudes ocorridas no processo eleitoral.
Sob forte pressão dos manifestantes, acampados durante semanas a fio no centro de Kiev, a que se juntaram em coro a generalidade dos governos do Ocidente e a sua poderosa máquina de propaganda, o Supremo Tribunal ucraniano acabou por ceder às exigências anulando os resultados eleitorais e convocando novo sufrágio para 26 de Dezembro do mesmo ano.
O candidato da oposição, e amigo dos Estados Unidos, pode finalmente cumprir o seu desígnio, subindo à presidência com 52 por cento dos votos, contra cerca de 44 obtidos por Yanukovych.
A «revolução laranja» obteve assim êxito pleno e todos os que a financiaram tinham boas razões para estarem satisfeitos, antecipando chorudos dividendos do seu esforço. Contudo, após as legislativas de 2006, o presidente «laranja» ficou em minoria no parlamento e foi obrigado a dar posse como primeiro-ministro ao seu adversário na corrida presidencial, Yanukovych, que governa agora o país.
Esta reviravolta gorou os planos de Berezovski que, como há muito se arroga, foi um dos mais empenhados patrocinadores do «movimento democrático» (ou, talvez com mais rigor, o mais mediático testa-de-ferro dos interesses imperialistas ocidentais).
Vendo frustradas as suas expectativas, esta personagem decidiu pedir o seu dinheiro de volta, não hesitando colocar em cheque os seus antigos «homens de mão» e torpedear a própria legitimidade do chefe de Estado que ajudou a eleger.
Na sua acção jurídica, segundo noticiou a agência RIA/Novosti, na segunda-feira, 3, Berezovski afirma ter depositado quantias avultadas em contas pessoais de dois actuais deputados da coligação «Nossa Ucrânia-Autodefesa Popular», Alexandre Tretiakov e David Jvania. Nessa altura, Tretiakov era adjunto do presidente e Jvania era o seu ministro das Situações de Urgência.
Para além de desvendar a natureza sórdida destas coloridas «revoluções democráticas», este episódio faz jus ao ditado popular: «zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades».