Handling em luta

Trabalhadores têm razão

A célula do PCP na TAP/Sociedade Portuguesa de Handling (SPdH) considera, em comunicado de dia 17, que os trabalhadores da empresa de apoio terrestre «têm razão para estar descontentes».

A SPdH pre­ju­dica a TAP e a eco­nomia na­ci­onal

Em Agosto, «os salários continuam sem serem aumentados, os horários de trabalho continuam sem sofrer alterações que de há muito os trabalhadores reivindicam, a empresa recorre cada vez mais a trabalhadores precários».
A acusação, feita no dia 17, através de um comunicado da célula, vai mais longe, ao considerar que a SPdH criou uma área de negócio – a «GroundForce Academy» – que, «após um período de formação e estágio no local de trabalho, os coloca numa bolsa de recrutamento que não é mais do que uma autêntica praça de trabalho escravo, à qual as agências de trabalho precário “negreiros dos tempos modernos” recorrem».
Para o PCP, a empresa tem assumido uma postura de «arrogância e afronta ao interesse nacional», ao não assumir directamente a negociação com os representantes dos trabalhadores, persistindo no ataque aos seus direitos, e ao não ter em conta que com a sua atitude prejudica o seu principal cliente – a TAP, e a economia nacional. Mas os comunistas acusam também a transportadora nacional e o Governo de não assumirem uma posição activa e positiva na resolução do conflito: a TAP, recorde-se, detém 49 por cento do capital da SPdH.
Assim, e para além de considerar que os trabalhadores da empresa têm razão, o PCP exige que Administração e Governo respondam positivamente às reivindicações dos trabalhadores e das suas organizações representativas.

Si­tu­ação de­grada-se

A célula do Partido denuncia ainda, no comunicado, a degradação acelerada da situação social e laboral na SPdH. Para os comunistas tal situação decorre da política que a Administração desenvolve «assente no aumento dos ritmos e degradação das condições de trabalho e no incremento da precariedade laboral».
Para a célula comunista, isto prova que o PCP tinha razão. A Sociedade Portuguesa de Handling, nascida da privatização deste sector da TAP é hoje «mais um claro e demonstrativo exemplo do quão desastrosas e nefastas são para o País as privatizações».
O PCP sempre alertou também para o facto de que os trabalhadores «seriam os primeiros a sentirem as negativas consequências do processo privatizador, como a realidade social da empresa o confirma». As provas estão aí: «hoje as relações de trabalho na SPdH estão marcadas pelo aprofundamento desenfreado da exploração dos trabalhadores com a consequente degradação acentuada das suas condições de trabalho e de vida».
Os comunistas realçam ainda que o serviço prestado pela empresa degradou-se em resultado do modelo de organização e gestão que a Administração da empresa adoptou e que, «na voragem do lucro fácil e imediato, não tem em conta a infra-estrutura aeroportuária em que actua nem a operação a que tem que responder». Ao fazê-lo desta forma, conclui o PCP, a SPdH «gera enormes prejuízos à TAP – companhia aérea de bandeira – principal cliente da empresa, e à economia nacional».


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