
- Nº 1760 (2007/08/23)
Handling em luta
Trabalhadores têm razão
PCP
A célula do PCP na TAP/Sociedade Portuguesa de Handling (SPdH) considera, em comunicado de dia 17, que os trabalhadores da empresa de apoio terrestre «têm razão para estar descontentes».
Em Agosto, «os salários continuam sem serem aumentados, os horários de trabalho continuam sem sofrer alterações que de há muito os trabalhadores reivindicam, a empresa recorre cada vez mais a trabalhadores precários».
A acusação, feita no dia 17, através de um comunicado da célula, vai mais longe, ao considerar que a SPdH criou uma área de negócio – a «GroundForce Academy» – que, «após um período de formação e estágio no local de trabalho, os coloca numa bolsa de recrutamento que não é mais do que uma autêntica praça de trabalho escravo, à qual as agências de trabalho precário “negreiros dos tempos modernos” recorrem».
Para o PCP, a empresa tem assumido uma postura de «arrogância e afronta ao interesse nacional», ao não assumir directamente a negociação com os representantes dos trabalhadores, persistindo no ataque aos seus direitos, e ao não ter em conta que com a sua atitude prejudica o seu principal cliente – a TAP, e a economia nacional. Mas os comunistas acusam também a transportadora nacional e o Governo de não assumirem uma posição activa e positiva na resolução do conflito: a TAP, recorde-se, detém 49 por cento do capital da SPdH.
Assim, e para além de considerar que os trabalhadores da empresa têm razão, o PCP exige que Administração e Governo respondam positivamente às reivindicações dos trabalhadores e das suas organizações representativas.
Situação degrada-se
A célula do Partido denuncia ainda, no comunicado, a degradação acelerada da situação social e laboral na SPdH. Para os comunistas tal situação decorre da política que a Administração desenvolve «assente no aumento dos ritmos e degradação das condições de trabalho e no incremento da precariedade laboral».
Para a célula comunista, isto prova que o PCP tinha razão. A Sociedade Portuguesa de Handling, nascida da privatização deste sector da TAP é hoje «mais um claro e demonstrativo exemplo do quão desastrosas e nefastas são para o País as privatizações».
O PCP sempre alertou também para o facto de que os trabalhadores «seriam os primeiros a sentirem as negativas consequências do processo privatizador, como a realidade social da empresa o confirma». As provas estão aí: «hoje as relações de trabalho na SPdH estão marcadas pelo aprofundamento desenfreado da exploração dos trabalhadores com a consequente degradação acentuada das suas condições de trabalho e de vida».
Os comunistas realçam ainda que o serviço prestado pela empresa degradou-se em resultado do modelo de organização e gestão que a Administração da empresa adoptou e que, «na voragem do lucro fácil e imediato, não tem em conta a infra-estrutura aeroportuária em que actua nem a operação a que tem que responder». Ao fazê-lo desta forma, conclui o PCP, a SPdH «gera enormes prejuízos à TAP – companhia aérea de bandeira – principal cliente da empresa, e à economia nacional».