15.ª Bienal de Artes Plásticas

Tudo começou na poesia...

«Voa mais alto» é o mote da 15.ª Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante!, agora já na fase final de preparação. Isaura Lobo, da Comissão da Festa, destaca a qualidade dos trabalhos.
O ponto de partida das obras que serão apresentadas na 15.ª Bienal de Artes Plásticas foi um excerto de um poema de Luís Veiga Leitão: «Que nos cubram de ameaças e de espanto / que nos cortem as asas mas o canto / voa mais alto do que as penas.»
Como explica Isaura Lobo, membro da Comissão da Festa, «a ideia de a bienal ter um tema surgiu há dois anos, na última edição, lançando um desafio para os artistas criarem obras especificamente para este certame e dando unidade ao conjunto dos trabalhos apresentados».
A produção da bienal recebeu 190 obras de cerca de 100 concorrentes, tendo sido apuradas 42. A estas somam-se trabalhos de 40 artistas convidados, entre eles Acácio Malhador, Adão Cruz, Albino Moura, Bartolomeu Santos, Cecília Guimarães, Eduardo Lima Teixeira, Eduardo Neves, Fátima Neves, João Limpinho, José Bizarro, José Santa-Bárbara, Juan Soutullo, Luísa Perienes e Rogério Ribeiro. A bienal conta ainda com a participação da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, que está a preparar um mural. No total estarão expostas 120 obras.
Todas as obras estão à venda. Do valor cobrado, 30 por cento reverte para a organização e o restante fica para o autor. «Mantém-se o hábito de algumas pessoas irem à bienal investir em arte», refere Isaura Lobo.
Trabalhos de escultura, pintura, desenho e fotografia estarão patentes nos três dias da Festa. «Este ano o júri teve uma preocupação mais rigorosa na selecção das obras, olhando para as obras como um todo, sem esquecer naturalmente a individualidade de cada proposta. As obras que serão expostas têm bastante qualidade», garante Isaura Lobo.

Democratizar a arte

- Como é preparar uma exposição de arte para um espaço como a Festa do Avante!, com todo o tipo de pessoas a visitá-lo?
- Temos essa preocupação, porque sabemos que passam pela Festa pessoas que costumam ir a exposições, mas também pessoas que têm o seu primeiro contacto directo com as artes plásticas precisamente ali.

- Como é que isso depois se espelha?
- Isso tem a ver com o próprio ambiente da Festa. Temos a preocupação de democratizar a arte, de todas as pessoas terem acesso a ela. Enquanto visitam os vários espaços da Festa, os visitantes vão tendo contacto com obras de arte.

- Têm reacções de pessoas que nunca tinham contactado directamente com uma escultura, por exemplo?
- Sim, dá para perceber quando isso acontece. Há sempre a ideia de que uma obra não se toca, mas ao mesmo tempo há a tentação de ir lá mexer... Tem muito a ver com o que cada obra diz a cada pessoa.

- Que importância tem a bienal para as artes portuguesas?
- A bienal tem algum peso no circuito de arte. Este ano notámos que houve gente nova a participar... Também gente nova em idade. A bienal constitui uma oportunidade de mostrar os seus trabalhos, porque é um pólo de divulgação de criadores de várias áreas.

- A bienal constitui um motivo de atracção para a Festa?
- Acho que sim. As pessoas já sabem que este é um ano de bienal e vão à Festa, interessadas em ver o que será exposto. Mas a verdade é que todos os anos temos exposições de artes plásticas.

- Como é a bienal neste novo milénio?
- Temos tido muitas obras nas últimas bienais, mas em termos de qualidade a edição deste ano está ainda mais cuidada. Houve realmente uma selecção rigorosa, tendo em conta o tema proposto. Também temos uma boa representação nos artistas convidados.



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