A ocupação prossegue
Representantes das Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos da América e Rússia participaram no dia 19, em Lisboa, numa reunião do «Quarteto» para o Médio Oriente.
Pode estar em preparação uma operação militar em larga escala na Faixa de Gaza
Da reunião voltou a sair a garantia de fazer todos os esforços para assistir a população da Faixa de Gaza e o apelo aos palestinianos para que se empenhem na criação de instituições democráticas. Para Israel, o vago pedido para que reconheçam que o seu futuro não passa pelos territórios ocupados.
A reunião de Lisboa do Quarteto ficou marcada pela presença do novo emissário para a região, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Participaram ainda no encontro o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, o alto representante da UE para a Política Externa, Javier Solana, e Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia. José Sócrates e Luís Amado também marcaram presença em nome da presidência portuguesa da União Europeia.
No dia seguinte, o governo israelita libertou 255 prisioneiros palestinianos, num «gesto de boa vontade» de Ehud Olmert para com o presidente da Autoridade Palestiniana. Dos presos libertados, 85 por cento pertencem ao partido do presidente, enquanto que os restantes são elementos da Frente Popular de Libertação da Palestina e da Frente Democrática de Libertação da Palestina. Entre os libertados encontram-se seis mulheres e onze menores.
O primeiro-ministro eleito e dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh, reagiu à libertação: «Ficamos felizes pela libertação de qualquer prisioneiro palestiniano. Mas alertamos contra o uso dessas questões como subornos políticos e armadilhas no caminho das “boas intenções” de Israel». Nas prisões israelitas continua a haver 11 mil palestinianos.
Segundo a agência palestiniana Ma’an, só na semana entre 5 e 11 de Julho, as forças armadas de Israel mataram 11 palestinianos na Faixa de Gaza e um na Cisjordânia, 30 ficaram feridos e cerca de 70 foram presos.
Entretanto, na Faixa de Gaza a situação é bem diferente. Segundo a Agência Reuters, as forças armadas de Israel estão «preparadas para intervir» no local. Israel «tem planos bem elaborados, os soldados estão treinados e só esperam o sinal verde», disse o comandante a jornalistas israelitas. Segundo a fonte, a melhor oportunidade é agora, «enquanto o mundo ainda não se acostumou à nova entidade do Hamas, e o Hamas ainda não terminou de reforçar seus recursos militares». A agência nomeia a fonte como um «general de alta patente».
Solidariedade com o povo da palestina
Por cá, alarga-se a solidariedade com o povo da Palestina. Numa nota divulgada no dia anterior à reunião do «Quarteto», o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), considerava imprescindível a «condenação do governo de Israel que – com o apoio dos EUA e a complacência silenciosa da UE – tem continuado as suas constantes e renovadas manobras de destabilização nos territórios palestinianos, com mortíferas incursões militares em Gaza e violenta repressão na Cisjordânia». Para o MPPM, a «causa primeira e decisiva de tão grave crise (que se vive actualmente nos territórios palestinianos) reside na perpetuação da ocupação israelita».
No dia 19 à noite, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) realizou um debate em Lisboa. Com a presença de meia centena de pessoas, o jornalista José Goulão e os dois elementos do CPPC que se deslocaram aos territórios palestinianos em Junho denunciaram que ao mesmo tempo que se fala de conferências de paz, a ocupação israelita prossegue. O muro de «segregação» e os colonatos continuam a ser construídos no território da Cisjordânia, enquanto que casas de palestinianos continuam a ser demolidas. «Para os palestinianos ficarão apenas cantões, separados entre si», alertou Vítor Silva, do CPPC. «Está em causa a própria viabilidade do Estado Palestiniano», garantiu.
A reunião de Lisboa do Quarteto ficou marcada pela presença do novo emissário para a região, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Participaram ainda no encontro o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, o alto representante da UE para a Política Externa, Javier Solana, e Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia. José Sócrates e Luís Amado também marcaram presença em nome da presidência portuguesa da União Europeia.
No dia seguinte, o governo israelita libertou 255 prisioneiros palestinianos, num «gesto de boa vontade» de Ehud Olmert para com o presidente da Autoridade Palestiniana. Dos presos libertados, 85 por cento pertencem ao partido do presidente, enquanto que os restantes são elementos da Frente Popular de Libertação da Palestina e da Frente Democrática de Libertação da Palestina. Entre os libertados encontram-se seis mulheres e onze menores.
O primeiro-ministro eleito e dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh, reagiu à libertação: «Ficamos felizes pela libertação de qualquer prisioneiro palestiniano. Mas alertamos contra o uso dessas questões como subornos políticos e armadilhas no caminho das “boas intenções” de Israel». Nas prisões israelitas continua a haver 11 mil palestinianos.
Segundo a agência palestiniana Ma’an, só na semana entre 5 e 11 de Julho, as forças armadas de Israel mataram 11 palestinianos na Faixa de Gaza e um na Cisjordânia, 30 ficaram feridos e cerca de 70 foram presos.
Entretanto, na Faixa de Gaza a situação é bem diferente. Segundo a Agência Reuters, as forças armadas de Israel estão «preparadas para intervir» no local. Israel «tem planos bem elaborados, os soldados estão treinados e só esperam o sinal verde», disse o comandante a jornalistas israelitas. Segundo a fonte, a melhor oportunidade é agora, «enquanto o mundo ainda não se acostumou à nova entidade do Hamas, e o Hamas ainda não terminou de reforçar seus recursos militares». A agência nomeia a fonte como um «general de alta patente».
Solidariedade com o povo da palestina
Por cá, alarga-se a solidariedade com o povo da Palestina. Numa nota divulgada no dia anterior à reunião do «Quarteto», o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), considerava imprescindível a «condenação do governo de Israel que – com o apoio dos EUA e a complacência silenciosa da UE – tem continuado as suas constantes e renovadas manobras de destabilização nos territórios palestinianos, com mortíferas incursões militares em Gaza e violenta repressão na Cisjordânia». Para o MPPM, a «causa primeira e decisiva de tão grave crise (que se vive actualmente nos territórios palestinianos) reside na perpetuação da ocupação israelita».
No dia 19 à noite, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) realizou um debate em Lisboa. Com a presença de meia centena de pessoas, o jornalista José Goulão e os dois elementos do CPPC que se deslocaram aos territórios palestinianos em Junho denunciaram que ao mesmo tempo que se fala de conferências de paz, a ocupação israelita prossegue. O muro de «segregação» e os colonatos continuam a ser construídos no território da Cisjordânia, enquanto que casas de palestinianos continuam a ser demolidas. «Para os palestinianos ficarão apenas cantões, separados entre si», alertou Vítor Silva, do CPPC. «Está em causa a própria viabilidade do Estado Palestiniano», garantiu.