A vitória de Pirro, o Ferrari e os asnos
Já lá vão quase catorze anos que António Costa, na altura candidato do PS à Câmara de Loures mas já com assinalável sentido da política-espectáculo – que como se sabe tem pouco de Política (com letra grande e serviço da coisa pública) -, promoveu uma corrida entre um Ferrari e um burro para provar o congestionamento das acessibilidades de Loures a Lisboa. Ganhou o burro, como constava do guião estabelecido, mas houve ao menos uma margem de risco na vitória da azémola. Ah, convém lembrar que, na altura, A.Costa não conseguiu ganhar a Câmara de Loures à CDU, foram precisos mais uns anos de ofensiva e políticas de direita.
Desta vez não houve margem de erro. Nas eleições para a Câmara de Lisboa, A.Costa correu em Ferrari, neste caso na máquina do Governo e da grande coligação de interesses do capital, que os apoios claros e implícitos em Júdice e Nogueira Pinto e na generalidade da comunicação social lhe tributaram. Partiu com avanço, com o PSD e o CDS-PP em crise - com as clientelas rarefeitas e sem espaço à direita do Governo. O PS correu em equipe, com Roseta e o BE a protegerem-no da deslocação de votos para a CDU, a única força capaz de concretizar uma verdadeira alternativa para Lisboa.
O PS estava obrigado a ganhar esta eleição. Mas foi uma vitória pelintra, que se traduz numa enorme queda eleitoral de 42,5 para 29,5 pontos percentuais em 27 meses, e incongruente na forma como foi ajeitada, com um discurso empolado de Sócrates, em falsete, num camião-palco desproporcionado, para não mais que o seu pessoal político e uns poucos excursionistas, tornando mais evidente que o Governo tentou organizar (ele sim) uma contra-vaia, uma espécie de legitimação de rua (estreita) para o «segundo fôlego» do seu «socialismo» de serviço aos grandes interesses.
Foi uma «vitória de Pirro», a prova real da redução significativa da base social e política de apoio ao Governo e a expressão da condenação massiva da sua política de direita. Foi um passo efectivo no caminho da derrota inevitável do Governo PS/Sócrates. E já não há propaganda, nem asnos a abanar as orelhas, a mando da coligação de interesses, que o possam escamotear.
Desta vez não houve margem de erro. Nas eleições para a Câmara de Lisboa, A.Costa correu em Ferrari, neste caso na máquina do Governo e da grande coligação de interesses do capital, que os apoios claros e implícitos em Júdice e Nogueira Pinto e na generalidade da comunicação social lhe tributaram. Partiu com avanço, com o PSD e o CDS-PP em crise - com as clientelas rarefeitas e sem espaço à direita do Governo. O PS correu em equipe, com Roseta e o BE a protegerem-no da deslocação de votos para a CDU, a única força capaz de concretizar uma verdadeira alternativa para Lisboa.
O PS estava obrigado a ganhar esta eleição. Mas foi uma vitória pelintra, que se traduz numa enorme queda eleitoral de 42,5 para 29,5 pontos percentuais em 27 meses, e incongruente na forma como foi ajeitada, com um discurso empolado de Sócrates, em falsete, num camião-palco desproporcionado, para não mais que o seu pessoal político e uns poucos excursionistas, tornando mais evidente que o Governo tentou organizar (ele sim) uma contra-vaia, uma espécie de legitimação de rua (estreita) para o «segundo fôlego» do seu «socialismo» de serviço aos grandes interesses.
Foi uma «vitória de Pirro», a prova real da redução significativa da base social e política de apoio ao Governo e a expressão da condenação massiva da sua política de direita. Foi um passo efectivo no caminho da derrota inevitável do Governo PS/Sócrates. E já não há propaganda, nem asnos a abanar as orelhas, a mando da coligação de interesses, que o possam escamotear.