GREVE GERAL
Grande empenho do movimento sindical

Todos podem e devem lutar

Luís Gomes
A CGTP-IN vive, actualmente, «o momento de maior empenho de todo este grande colectivo sindical, de há muitos anos a esta parte, no que respeita a visitas e idas aos locais de trabalho», afirmou Amável Alves ao Avante!.
«Estamos a trabalhar afincadamente para o sucesso da luta e totalmente empenhados numa grande mobilização que force o Governo a alterar as suas políticas e para que o patronato não prossiga por um caminho sem futuro, nomeadamente quando não respeita a contratação colectiva», disse aquele membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, responsável pelo pelouro da acção reivindicativa.
Ajudar os trabalhadores a compreender que só é possível essa alteração com a sua luta e que nada mudará se não se empenharem no seu sucesso - identificando as razões e as causas das dificuldades que estão a viver - é a prioridade da CGTP-IN nesta fase de preparação da greve geral.

Sinais de vitalidade

Plenários, reuniões e outras acções realizadas em inúmeros locais de trabalho, constituem «um intenso trabalho que vale por si, revela um grande dinamismo do sindicalismo e é um sinal claro da grande vitalidade do movimento sindical, o que é a melhor garantia do seu futuro», considerou Amável Alves.
Até à greve este trabalho prossegue em todos os sectores de actividade – embora haja locais de trabalho onde a repressão patronal impede que se concretizem plenários - e quase todos os representantes sindicais estão empenhados em acções de sensibilização como a distribuição de centenas de milhares de documentos, num enorme esforço de esclarecimento.
Nas empresas, «os trabalhadores têm, progressivamente, passado de um estado de descontentamento para outro, de disponibilidade para a luta, o que é muito importante para a sua continuação», nota o dirigente, sublinhando que «é a partir dos locais de trabalho que construímos a unidade dos trabalhadores em defesa das suas reivindicações concretas e, em cada sector, desafiámos as outras organizações de trabalhadores a juntarem-se a esta luta».
A CGTP-IN convidou sindicatos independentes e até alguns associados na UGT, a unirem esforços nesta greve e «a resposta tem sido muito positiva».
A UGT já tinha feito saber, antes de a CGTP-IN convocar a luta, que não estava disposta a aderir, mas vários sindicatos seus associados e outros independentes apresentaram pré-avisos, «graças à unidade dos trabalhadores construída a partir dos locais de trabalho», salientou Amável Alves.
Todos os trabalhadores por conta de outrem podem aderir à greve, independentemente do sindicato a que pertençam ou mesmo que não estejam associados em nenhum.
Para impedir o sucesso da greve geral, há sectores, nomeadamente nos transportes, onde o patronato e o Governo tentam impor serviços mínimos. Desta forma, «está-se a tentar retirar o direito à greve a uma parte substancial dos trabalhadores», considerou o dirigente da central.
«Pretendem que o direito a ser transportado se sobreponha ao direito dos trabalhadores a fazerem greve, mas o problema não é novo e, até hoje, sempre foi reconhecido o direito constitucional de todos os trabalhadores a fazerem greve» ,recordou, alertando que, «se os trabalhadores não defenderem agora este direito, no futuro também não conseguirão defender os seus direitos».
Para impedir que a mensagem do movimento sindical chegue a todos os trabalhadores, a comunicação social dominante tem procurado silenciar a greve geral e ocultar a importância do movimento sindical para o desenvolvimento da sociedade.«Ao silenciarem os sindicatos, tentam levar as pessoas a aceitarem, pacificamente, as políticas de destruição dos seus direitos. Da nossa parte, não deixaremos de protestar contra a secundarização do mundo do trabalho. É certo que vão continuar a tentar calar-nos, mas nunca o conseguirão», garantiu Amável Alves.


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