EUA libertam terrorista
A União dos Jovens Comunistas de Cuba promoveu, segunda e terça-feira, em Havana, um tribunal público onde denunciou a hipocrisia dos EUA no julgamento do processo de Posada Carriles.
Washington cede à máfia de Miami, diz o governo de Cuba
A iniciativa surge na sequência do acórdão da juíza Kathleen Cardone, conhecido na noite da passada terça-feira, dia 8, no qual se confirma a libertação do terrorista internacional Luis Posada Carriles e se retiram todas as acusações que contra ele corriam nos tribunais norte-americanos.
Conhecida a sentença, o governo cubano revelou que a decisão foi recebida «pelo povo com indignação» e acrescentou que tal viola a resolução 1373 do Conselho de Segurança da ONU, entre outros tratados e acordos internacionais de combate ao terrorismo subscrito igualmente pela Casa Branca.
Havana acusou ainda Washington de, com esta deliberação, ceder às pressões de grupos de interesses anticubanos, nomeadamente os sediados em Miami, na Florida, onde opera continuamente uma máfia com graves e comprovadas responsabilidades em atentados terroristas contra Cuba, os quais, desde 1959, já provocaram a morte a mais três mil pessoas, deixaram outras duas mil gravemente feridas ou mutiladas e provocaram prejuízos avaliados em centenas de milhares de dólares.
Provas irrefutáveis
Tais responsabilidades e ligações ao ex-operacional da CIA na América Latina, Luis Posada Carriles, foram, aliás, sublinhadas pela UJC de Cuba no juízo político.
Carriles é co-autor confesso, entre outros crimes, do atentado contra o avião da Cubanair, a companhia aérea cubana, que em 1976 vitimou 73 pessoas. A respeito deste crime, Carriles foi preso e investigado na Venezuela, em 1985, donde viria a escapar numa operação de contornos pouco claros. Sobre Posada pendia um pedido de extradição emitido pelas autoridades de Caracas, texto oficial que as homólogas norte-americanas pura e simplesmente ignoraram.
A UJC deixou ainda claro que Carriles é o principal responsável pela série de atentados ocorridos em Havana, em 1997, dos quais resultou a morte de um turista italiano. A lista de crimes cometidos é longa, mas para os jovens comunistas cubanos importa ainda lembrar que Carriles esteve envolvido na tentativa de assassinato de Fidel Castro, em 2000, no Panamá, durante os trabalhos da Cimeira Ibero-americana, facto que não espanta se considerarmos que o terrorista fez escola, nos anos 60, no assassinato de dezenas de dirigentes comunistas e de esquerda latino-americanos no âmbito da chamada «Operação Condor», ao serviço dos EUA e das ditaduras militares fascistas então instaladas no subcontinente.
Entretanto, cresce o repúdio internacional contra a libertação de Posada Carriles. A par de manifestações junto a representações diplomáticas dos EUA (ver nota, na página 32, do protesto ocorrido anteontem em Lisboa) e tomadas de posição públicas, muitos tem sido os apelos lançados por comités de solidariedade com Cuba para que se faça justiça e se condene o criminoso Carriles. Entre as iniciativas promovidas, está um abaixo-assinado com milhares de subscrições já recolhidas, ao qual se associaram os galardoados com o Prémio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e Rigoberta Menchú, da Literatura, Nadine Gordimer, Harold Pinter e José Saramago, e da Física Zhores Alfiorov, além de inúmeros activistas políticos e personalidades tais como Harry Belafonte, Danny Glover, Walter Salles, Silvio Rodríguez, María Rojo, Gerard Depardieu e Emir Kosturica.
Conhecida a sentença, o governo cubano revelou que a decisão foi recebida «pelo povo com indignação» e acrescentou que tal viola a resolução 1373 do Conselho de Segurança da ONU, entre outros tratados e acordos internacionais de combate ao terrorismo subscrito igualmente pela Casa Branca.
Havana acusou ainda Washington de, com esta deliberação, ceder às pressões de grupos de interesses anticubanos, nomeadamente os sediados em Miami, na Florida, onde opera continuamente uma máfia com graves e comprovadas responsabilidades em atentados terroristas contra Cuba, os quais, desde 1959, já provocaram a morte a mais três mil pessoas, deixaram outras duas mil gravemente feridas ou mutiladas e provocaram prejuízos avaliados em centenas de milhares de dólares.
Provas irrefutáveis
Tais responsabilidades e ligações ao ex-operacional da CIA na América Latina, Luis Posada Carriles, foram, aliás, sublinhadas pela UJC de Cuba no juízo político.
Carriles é co-autor confesso, entre outros crimes, do atentado contra o avião da Cubanair, a companhia aérea cubana, que em 1976 vitimou 73 pessoas. A respeito deste crime, Carriles foi preso e investigado na Venezuela, em 1985, donde viria a escapar numa operação de contornos pouco claros. Sobre Posada pendia um pedido de extradição emitido pelas autoridades de Caracas, texto oficial que as homólogas norte-americanas pura e simplesmente ignoraram.
A UJC deixou ainda claro que Carriles é o principal responsável pela série de atentados ocorridos em Havana, em 1997, dos quais resultou a morte de um turista italiano. A lista de crimes cometidos é longa, mas para os jovens comunistas cubanos importa ainda lembrar que Carriles esteve envolvido na tentativa de assassinato de Fidel Castro, em 2000, no Panamá, durante os trabalhos da Cimeira Ibero-americana, facto que não espanta se considerarmos que o terrorista fez escola, nos anos 60, no assassinato de dezenas de dirigentes comunistas e de esquerda latino-americanos no âmbito da chamada «Operação Condor», ao serviço dos EUA e das ditaduras militares fascistas então instaladas no subcontinente.
Entretanto, cresce o repúdio internacional contra a libertação de Posada Carriles. A par de manifestações junto a representações diplomáticas dos EUA (ver nota, na página 32, do protesto ocorrido anteontem em Lisboa) e tomadas de posição públicas, muitos tem sido os apelos lançados por comités de solidariedade com Cuba para que se faça justiça e se condene o criminoso Carriles. Entre as iniciativas promovidas, está um abaixo-assinado com milhares de subscrições já recolhidas, ao qual se associaram os galardoados com o Prémio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e Rigoberta Menchú, da Literatura, Nadine Gordimer, Harold Pinter e José Saramago, e da Física Zhores Alfiorov, além de inúmeros activistas políticos e personalidades tais como Harry Belafonte, Danny Glover, Walter Salles, Silvio Rodríguez, María Rojo, Gerard Depardieu e Emir Kosturica.