Posada Carriles pode ser libertado
O terrorista Luis Posada Carriles pode vir a ser libertado sob fiança. A decisão, anunciada a 6 de Abril, é da responsabilidade da juíza Kathleen Cardone, do Tribunal Federal de El Paso, que as autoridades cubanas acusam de obedecer aos ditames da administração Bush.
«Nem por ser esperada a decisão de Bush é menos humilhante para o nosso povo», lê-se numa declaração de Fidel Castro divulgada a 10 de Abril, onde o presidente cubano lembra os crimes cometidos por Posada Carriles a mando e/ou com a conivência da Casa Branca, pelo que acusá-lo significaria para Bush «acusar-se a si mesmo».
Segundo Fidel, não bastava aos EUA «ter ultrajado o nome de Cuba instalando no território ilegalmente ocupado de Guantanamo um horrível centro de tortura», tal como não lhe bastaram todos os ataques levados a cabo ao longo de quase meio século contra uma pequena ilha que apenas deseja ser independente.
Para a Casa Branca é ainda necessário deixar em liberdade um terrorista confesso, enquanto mantém na prisão cinco patriotas cubanos [Gerardo Hernández, Fernando González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e René González] que, por «fornecerem informações sobre as actividades terroristas, foram condenados de forma fraudulenta a penas que alcançam até duas prisões perpétuas, e suportam estoicamente, cada um deles em cárceres diferentes, cruéis maus tratos».
Lembrando que o povo cubano desafiou várias vezes, sem vacilar, perigos de morte, e já demonstrou que «com inteligência, usando tácticas e estratégias adequadas, especialmente estreitando a unidade em torno da sua vanguarda política e social, não haverá força no mundo capaz de o vencer», Fidel desafiou os seus conterrâneos a exprimir, no próximo 1.º de Maio – com um mínimo de gastos de combustível e meios de transporte – os seus «sentimentos aos trabalhadores e aos pobres do mundo».
Nesta solidariedade, o dirigente cubano inclui o povo americano, também ele vítima de Bush, que classifica como «o mais genuíno representante do sistema de terror imposto ao mundo através da superioridade tecnológica, económica e política da mais poderosa potência que o nosso planeta conheceu».
Personalidades exigem julgamento de Carriles
A possível libertação de Carriles suscitou igualmente a indignação de personalidades de todo o mundo, que esta segunda-feira, 16, lançaram um abaixo-assinado exigindo que os EUA «prenda o terrorista internacional» ou «atenda o pedido de extradição apresentado pela Venezuela».
O documento, que se reproduz em separado, foi já subscrito por mais de 150 personalidades, entre as quais se contam o Prémio Nobel Adolfo Pérez Esquivel; o intelectual norte-americano Noam Chomsky; o arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer; a presidente da Associação das Mães da Praça de Maio; os escritores Eduardo Galeano (Uruguai) e Alfonso Sastre (Espanha); e a pacifista norte-americana Cindy Shehan.
Também o director da revista Punto Final, o jornalista chileno Manuel Cabieses, considera que as autoridades norte-americanas estão a «apadrinhar um monstro» com a protecção dada a Carriles, que classifica como «um testemunho vivo da loucura que é a justiça» nos EUA.
Sublinhando que «nenhum cidadão civilizado pode compreender» a posição de Washington, Cabieses lembra ainda a participação de Posada Carriles no assassinato de Orlando Letelier, ministro do presidente Salvador Allende.
Também a Associação França-Cuba manifestou a sua indignação face à eventual libertação de Carriles, um «criminoso confesso reclamado em vários países pelos seus atentados», como afirmou Gloria González, professora francesa activista daquela organização. Ao mesmo tempo que ignora o clamor internacional para a libertação dos patriotas cubanos ilegalmente presos nos EUA, «Washington fecha os olhos para permitir a saída de Posada Carriles da prisão», acusa.
Uma pessoa que assassina, participa em crimes para desestabilizar governos legítimos, planeia atentados contra seres humanos inocentes, não é outra coisa a não ser um terrorista, e esse é o caso de Luis Posada Carriles, afirmou a dirigente francesa à Prensa Latina.
No mesmo sentido se pronunciou o poeta peruano Hildebrando Pérez, director da Escola de Literatura da Universidade Mayor de San Marcos, que desafia o sistema judicial norte-americano a julgar Posada Carriles pelos seus crimes contra a humanidade.
Apelo
Luis Posada Carriles deve ser julgado pelos seus crimes (*)
«Enquanto em nome da luta contra o terrorismo foram mortas centenas de milhares de pessoas no Iraque e no Afeganistão, e outras – presas arbitrariamente – são torturadas em Abu Ghraib e Guantanamo, o governo dos Estados Unidos protege o mais notório terrorista do hemisfério ocidental, engana a opinião pública com intermináveis manobras pseudo legais e recusa julgá-lo pelos seus verdadeiros crimes.
«Luis Posada Carriles foi acusado e julgado na Venezuela pelo atentado em 1976 contra um avião civil que provocou a morte de 73 pessoas. Após escapar das prisões venezuelanas, em 1982, trabalhou ao serviço da CIA para a operação conhecida como Irão-Contras e na implementação do genocida Plano Condor. Preparou depois, em 1997, uma série de actos terroristas contra hotéis de Havana – num dos quais perdeu a vida o jovem turista italiano Fabio Di Celmo – e, em 2000, o projecto de atentado contra o presidente Fidel Castro na Universidade do Panamá.
«Em Março de 2005, Posada Carriles entrou ilegalmente nos Estados Unidos. Só após reiteradas denúncias públicas a dar conta da presença deste criminoso no seu território é que o governo de George W. Bush procedeu à sua detenção e encarceramento por delitos de imigração e de falso testemunho, sem a menor alusão a terrorismo.
«Com o tratamento dado a Posada Carriles, as autoridades norte-americanas, pressionadas pelos grupos extremistas cubanos do Sul da Florida, puseram em total evidência a dupla moral da sua guerra contra o terrorismo em nome da qual torturam, sequestram e bombardeiam. Ao mesmo tempo, como denunciaram numerosos fóruns internacionais e agências das Nações Unidas, cinco activistas antiterroristas cubanos permanecem injustamente encarcerados nos Estados Unidos, submetidos juntamente com os seus familiares a um tratamento cruel e discriminatório.
«Todas as pessoas honestas que no mundo levantam a sua voz contra a guerra e contra o terrorismo têm perante si uma prova irrefutável da falta de ética em que se baseia a actuação da actual administração de Washington. Os abaixo-assinados exigem que o governo dos Estados Unidos, no cumprimento das suas obrigações internacionais, prendam Posada Carriles por todos os seus crimes ou atendam o pedido de extradição feito pela Venezuela e que até ao momento não obteve qualquer resposta.»
(*) Este apelo pode ser subscrito através da Internet nos seguintes endereços:
www.porlajusticia.cu, www.porlajusticia.net, www.porlajusticia.org, www.porlajusticia.com, www.porlajusticia.info
Segundo Fidel, não bastava aos EUA «ter ultrajado o nome de Cuba instalando no território ilegalmente ocupado de Guantanamo um horrível centro de tortura», tal como não lhe bastaram todos os ataques levados a cabo ao longo de quase meio século contra uma pequena ilha que apenas deseja ser independente.
Para a Casa Branca é ainda necessário deixar em liberdade um terrorista confesso, enquanto mantém na prisão cinco patriotas cubanos [Gerardo Hernández, Fernando González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e René González] que, por «fornecerem informações sobre as actividades terroristas, foram condenados de forma fraudulenta a penas que alcançam até duas prisões perpétuas, e suportam estoicamente, cada um deles em cárceres diferentes, cruéis maus tratos».
Lembrando que o povo cubano desafiou várias vezes, sem vacilar, perigos de morte, e já demonstrou que «com inteligência, usando tácticas e estratégias adequadas, especialmente estreitando a unidade em torno da sua vanguarda política e social, não haverá força no mundo capaz de o vencer», Fidel desafiou os seus conterrâneos a exprimir, no próximo 1.º de Maio – com um mínimo de gastos de combustível e meios de transporte – os seus «sentimentos aos trabalhadores e aos pobres do mundo».
Nesta solidariedade, o dirigente cubano inclui o povo americano, também ele vítima de Bush, que classifica como «o mais genuíno representante do sistema de terror imposto ao mundo através da superioridade tecnológica, económica e política da mais poderosa potência que o nosso planeta conheceu».
Personalidades exigem julgamento de Carriles
A possível libertação de Carriles suscitou igualmente a indignação de personalidades de todo o mundo, que esta segunda-feira, 16, lançaram um abaixo-assinado exigindo que os EUA «prenda o terrorista internacional» ou «atenda o pedido de extradição apresentado pela Venezuela».
O documento, que se reproduz em separado, foi já subscrito por mais de 150 personalidades, entre as quais se contam o Prémio Nobel Adolfo Pérez Esquivel; o intelectual norte-americano Noam Chomsky; o arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer; a presidente da Associação das Mães da Praça de Maio; os escritores Eduardo Galeano (Uruguai) e Alfonso Sastre (Espanha); e a pacifista norte-americana Cindy Shehan.
Também o director da revista Punto Final, o jornalista chileno Manuel Cabieses, considera que as autoridades norte-americanas estão a «apadrinhar um monstro» com a protecção dada a Carriles, que classifica como «um testemunho vivo da loucura que é a justiça» nos EUA.
Sublinhando que «nenhum cidadão civilizado pode compreender» a posição de Washington, Cabieses lembra ainda a participação de Posada Carriles no assassinato de Orlando Letelier, ministro do presidente Salvador Allende.
Também a Associação França-Cuba manifestou a sua indignação face à eventual libertação de Carriles, um «criminoso confesso reclamado em vários países pelos seus atentados», como afirmou Gloria González, professora francesa activista daquela organização. Ao mesmo tempo que ignora o clamor internacional para a libertação dos patriotas cubanos ilegalmente presos nos EUA, «Washington fecha os olhos para permitir a saída de Posada Carriles da prisão», acusa.
Uma pessoa que assassina, participa em crimes para desestabilizar governos legítimos, planeia atentados contra seres humanos inocentes, não é outra coisa a não ser um terrorista, e esse é o caso de Luis Posada Carriles, afirmou a dirigente francesa à Prensa Latina.
No mesmo sentido se pronunciou o poeta peruano Hildebrando Pérez, director da Escola de Literatura da Universidade Mayor de San Marcos, que desafia o sistema judicial norte-americano a julgar Posada Carriles pelos seus crimes contra a humanidade.
Apelo
Luis Posada Carriles deve ser julgado pelos seus crimes (*)
«Enquanto em nome da luta contra o terrorismo foram mortas centenas de milhares de pessoas no Iraque e no Afeganistão, e outras – presas arbitrariamente – são torturadas em Abu Ghraib e Guantanamo, o governo dos Estados Unidos protege o mais notório terrorista do hemisfério ocidental, engana a opinião pública com intermináveis manobras pseudo legais e recusa julgá-lo pelos seus verdadeiros crimes.
«Luis Posada Carriles foi acusado e julgado na Venezuela pelo atentado em 1976 contra um avião civil que provocou a morte de 73 pessoas. Após escapar das prisões venezuelanas, em 1982, trabalhou ao serviço da CIA para a operação conhecida como Irão-Contras e na implementação do genocida Plano Condor. Preparou depois, em 1997, uma série de actos terroristas contra hotéis de Havana – num dos quais perdeu a vida o jovem turista italiano Fabio Di Celmo – e, em 2000, o projecto de atentado contra o presidente Fidel Castro na Universidade do Panamá.
«Em Março de 2005, Posada Carriles entrou ilegalmente nos Estados Unidos. Só após reiteradas denúncias públicas a dar conta da presença deste criminoso no seu território é que o governo de George W. Bush procedeu à sua detenção e encarceramento por delitos de imigração e de falso testemunho, sem a menor alusão a terrorismo.
«Com o tratamento dado a Posada Carriles, as autoridades norte-americanas, pressionadas pelos grupos extremistas cubanos do Sul da Florida, puseram em total evidência a dupla moral da sua guerra contra o terrorismo em nome da qual torturam, sequestram e bombardeiam. Ao mesmo tempo, como denunciaram numerosos fóruns internacionais e agências das Nações Unidas, cinco activistas antiterroristas cubanos permanecem injustamente encarcerados nos Estados Unidos, submetidos juntamente com os seus familiares a um tratamento cruel e discriminatório.
«Todas as pessoas honestas que no mundo levantam a sua voz contra a guerra e contra o terrorismo têm perante si uma prova irrefutável da falta de ética em que se baseia a actuação da actual administração de Washington. Os abaixo-assinados exigem que o governo dos Estados Unidos, no cumprimento das suas obrigações internacionais, prendam Posada Carriles por todos os seus crimes ou atendam o pedido de extradição feito pela Venezuela e que até ao momento não obteve qualquer resposta.»
(*) Este apelo pode ser subscrito através da Internet nos seguintes endereços:
www.porlajusticia.cu, www.porlajusticia.net, www.porlajusticia.org, www.porlajusticia.com, www.porlajusticia.info