Dezenas de milhar nas ruas
contra presidente «laranja»

Braço-de-ferro mantém-se na Ucrânia

O Presidente da Ucrânia, Victor Iuschenko, e o primeiro-ministro, Victor Ianukovitch, mantêm o braço-de-ferro sobre a realização de eleições antecipadas no país e a legitimidade do governo, situação desencadeada há cerca de duas semanas quando o chefe de Estado decidiu dissolver o parlamento e convocar novo sufrágio para o dia 27 de Maio.
Perante a resposta determinada dos apoiantes de Ianukovitch, o líder da «revolução laranja» mandou dizer, por intermédio do seu secretário, Victor Baloga, que afinal a ida às urnas tinha que ficar para «um pouquinho mais tarde».
No centro do conflito entre o presidente e o chefe do executivo está a expressão maioritária da coligação «Unidade Nacional» no parlamento de Kiev, formação que congrega o Partido das Regiões (186 deputados), o Partido Socialista (31 deputados) e o Partido Comunista (21 deputados).
O facto da coligação favorável a Ianukovitch estar a garantir a adesão de ex-partidários «laranjas» irritou solenemente o presidente. Iuschenko teme que com 300 deputados em 450, o anterior presidente, Ianukovitch, passe a vetar os decretos do actual titular e proceda até a alterações na constituição desfavoráveia à aproximação ao Ocidente.
Entretanto, o Tribunal Constitucional começou, ontem, a analisar o decreto de Iuschenko. À cautela, a coligação «Unidade Nacional» decidiu regressar à composição original por forma a contornar a medida presidencial.
Quem não parece sair à rua em apoio de Iuschenko são os alegados milhares de ucranianos que o levaram numa «onda revolucionária laranja» até ao mais alto cargo da nação proporcionando minutos infindáveis de directos nas principais cadeias de televisão da Europa.
Sem câmaras, objectivas ou supostas ONG’s a financiarem os protestos, dezenas de milhares de ucranianos voltaram a encher a praça junto ao parlamento, em Kiev, pelo quinto dia consecutivo, mas desta feita para exigirem a demissão de Iuschenko, repudiarem a adesão do país à NATO e apoiarem o primeiro-ministro Ianukovitch.
Os populares juntaram-se a um acampamento de milhares de pessoas que, desde quinta-feira passada, se instalou junto do hemiciclo como forma de evitar qualquer tentativa de golpe contra o governo.


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