Eleições presidenciais em Timor Leste

Participação ganha nas urnas

O processo eleitoral em Timor decorreu sem incidentes. Os resultados provisórios só serão divulgados amanhã, mas o primeiro grande vencedor já é conhecido: a participação popular.

«Con­tagem apu­rada pela Fre­tilin dá 40 por cento a Lu Olo»

«Sem incidentes em matéria de segurança», é a opinião unânime dos diversos observadores internacionais sobre o processo eleitoral do passado domingo em Timor Leste.
Os temores de uma vaga de violência no dia do primeiro sufrágio organizado pelas autoridades no país acabaram por não se confirmar. Pelo contrário, as principais notas de destaque vão para o civismo e tranquilidade nas assembleias de voto e, sobretudo, para a elevada participação popular no acto eleitoral. Mesmo a falta de boletins registada a meio da votação foi prontamente resolvida, permitindo a continuidade das eleições aparentemente sem prejuízo de qualquer dos candidatos. Curioso, ou talvez não, a carência de boletins ocorreu em zonas tradicionalmente favoráveis à Fretilin.
Os primeiros resultados só serão divulgados amanhã e os números definitivos no próximo dia 20, disse fonte da Comissão Nacional de Eleições. Apesar disso, na manhã de anteontem, informações oficiais garantiam que, contados 26 por cento dos votos na capital, Díli, José Ramos-Horta seguia à frente no escrutínio, seguido do candidato apoiado pelo Partido Democrático (PD), Fernando "Lasama" de Araújo.

Fre­tilin se­rena e con­fi­ante

Reagindo em conferência de imprensa à divulgação por parte da CNE dos incipientes resultados em Díli, José Manuel Fernandes, representante oficial da candidatura de Lu Olo, disse que o candidato da Fretilin deverá recolher cerca de 40 por cento dos votos expressos.
O vice-secretário-geral e membro do comité central do partido baseou-se nos dados de uma contagem paralela efectuada pela estrutura da Fretilin para afirmar que «o nosso candidato está numa posição vencedora».
Fernandes garantiu ainda que a principal força política timorense não se «incomoda com os resultados que tendencialmente têm estado a ser anunciados» e assegurou que «vamos continuar a trabalhar para que o processo de votação seja transparente».

Cam­panha suja

No encontro com a comunicação social, Filomeno Aleixo, porta-voz da Fretilin, fez ainda saber que o partido não deixará de apresentar junto da CNE queixas respeitantes a algumas irregularidades cometidas durante as eleições, nomeadamente a afixação e distribuição de um panfleto em tétum onde se pode ler «Vota contra Alkatiri».
«Em vários centros de votação notámos campanhas políticas feitas à boca das urnas e notámos a mão de estranhos ao processo sem que alguém de direito se dignasse a pôr cobro a estas irregularidades. Temos também alguns panfletos que, violando as mais elementares regras de ética e civismo, foram espalhados por todo o país», acrescentou Aleixo, citado pela Lusa.


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