Acções em todos os distritos
e nas regiões autónomas

Protesto nacional por outra política

Para dar seguimento à manifestação de 12 de Outubro, em Lisboa, a CGTP-IN decidiu descentralizar o protesto dos trabalhadores, que se fez ouvir no passado sábado nas ruas de 21 cidades.
Trabalhadores da Administração Pública e de empresas privadas dos diversos sectores, reformados, mulheres, jovens... A firme rejeição das políticas económicas, laborais e sociais do Governo do PS e de José Sócrates, a par da reclamação de mudanças que, finalmente, venham corresponder aos interesses do País e de quem vive do trabalho, foram expressas por muitas dezenas de milhares de pessoas, na «manifestação nacional e geral de protesto pela mudança de políticas», em concentrações e desfiles que decorreram, às 15 horas, no Porto, em Aveiro (mais de mil), Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Marinha Grande (distrito de Leiria), Portalegre, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu. De manhã, tiveram lugar concentrações no Funchal, em Ponta Delgada, em Angra do Heroísmo e na Horta.

Temporal

Em Aveiro, a manifestação na Avenida Lourenço Peixinho contou com mais de um milhar de manifestantes, de vários pontos do distrito e de diversos sectores de actividade, de acordo com a estrutura distrital da CGTP-IN. A União dos Sindicatos de Aveiro, em nota do seu departamento de informação, refere que o temporal que fustigou o País e o distrito «prejudicou bastante o trabalho de mobilização e a participação dos trabalhadores».

Como Maio

Em Coimbra «sentia-se um ambiente de Maio, de luta e de determinação», relatou ao Avante! um camarada que acompanhou a manifestação, desde o edifício da Segurança Social, até ao Largo da Portagem. Apesar da chuva que caiu até ao início do protesto, este contou com mais de dois mil participantes.

Outra face

No Porto, em conferência de imprensa, dia 23, sobre a situação social no distrito e a necessidade de participar na manifestação de sábado, da Praça da Batalha até à Praça da Liberdade, a USP/CGTP-IN apontou «a outra face» das políticas que prejudicam gravemente a grande maioria dos portugueses: os crescentes e escandalosos lucros da banca e das grandes empresas, bem como o facto de as dez famílias mais ricas terem fortunas pessoais equivalentes ao rendimento anual de dois milhões de reformados e ao rendimento anual declarado dos dois milhões e 237 mil habitantes do Minho, Trás-os-Montes e Beira Interior.

Mulheres

«Nefastas para todos», as políticas sociais do Governo «atingem particularmente as mulheres», que na Administração Pública representam mais de 60 por cento dos trabalhadores e, entre os docentes, são mais de 90 por cento. Ao apelar à participação nas manifestações de 25 de Novembro, a Comissão da CGTP-IN para a Igualdade entre Mulheres e Homens lembrou ainda que, «actualmente, as pensões das mulheres têm um valor aproximado de 57 por cento das pensões dos homens, tendo como principal causa os salários mais baixos que elas auferem».


Mais artigos de: Em Foco

O povo saiu à rua

Apesar do temporal que assolou o País, dezenas de milhar de trabalhadores deram mostras de uma enorme combatividade ao fazerem da manifestação da CGTP-IN, de sábado, em Lisboa e mais 20 cidades, uma forte jornada «Pela mudança de políticas».

«Fazemos com um tostão <br>o que muitos não fazem <br>com um milhão»

A Assembleia da República já aprovou, com os votos favoráveis do PS, a nova Lei das Finanças Locais. Este novo acto legislativo contraria frontalmente os princípios constitucionais que regulam a autonomia do Poder Local democrático e o sistema de distribuição de recursos públicos, debilita a capacidade financeira dos municípios, aprofunda as desigualdades verificadas no desenvolvimento territorial, reforça a injustiça na repartição dos recursos públicos pelas autarquias, favorecendo as mais ricas e castigando as mais pobres, já que introduz critérios como o do financiamento através de uma parcela do IRS cobrada no respectivo território. Também as freguesias vão ser afectadas com esta nova lei.