Professores pararam dois dias

Por um estatuto digno

Os docentes voltaram à luta com a greve de dois dias, na terça-feira e ontem, por um Estatuto de Carreira Docente que os dignifique.

As es­colas pa­raram por culpa da ar­ro­gância do Go­verno

Dados recolhidos ao fim da tarde de terça-feira davam conta de um nível de adesão de cerca de 85 por cento, com tendência para aumentar no segundo dia, informou a Fenprof.
No Norte, a adesão situava-se também em cerca de 80 por cento, segundo o Sindicato dos Professores do Norte.
Os sindicatos deram conta do encerramento de muitas escolas e jardins de infância que habitualmente não aderem.
Na região Centro, a adesão rondou os 90 por cento, segundo a plataforma sindical que engloba todas 14 estruturas representativas dos professores, e foi ainda maior do que a verificada na greve de 18 de Novembro do ano passado.
Na Grande Lisboa, entre 80 e 85 por cento dos docentes fizeram greve.
Segundo o Sindicato dos Professores da Zona Sul, registava-se, no Algarve a maior adesão de sempre, acima dos 80 por cento, no primeiro dia, com particular incidência nas escolas do ensino básico.
No Alentejo, segundo o mesmo sindicato, a adesão rondou os 80 por cento e levou ao encerramento de escolas do 1.º Ciclo em Évora, Viana do Alentejo e Beja.
Na Madeira, o primeiro dia registou uma participação de cerca de 60 por cento e, nos Açores a adesão foi de 50 por cento.

Mi­nis­tério in­tran­si­gente

Após mais uma reunião com a tutela, no dia 12, os 14 sindicatos que integram a Plataforma Sindical de Professores entregaram a sua contra proposta negocial relativa ao Estatuto da Carreira Docente e viram confirmarem-se, ainda mais, os motivos para a luta contra a política educativa deste Governo.
Num comunicado divulgado naquele dia, as organizações sindicais revelaram que o Ministério da Educação (ME) apenas pediu esclarecimentos sobre alguns aspectos da contra proposta negocial entregue pelos sindicatos e manteve a «intransigência» quanto a aspectos que os docentes consideram fundamentais, nomeadamente o «exame» para ingresso na carreira; as categorias hierarquizadas; as quotas de avaliação; as vagas para acesso aos escalões superiores; a perda de tempo de serviço por motivo de doença, acidente ou acompanhamento de menores, entre outros motivos; a supressão do direito à negociação colectiva; a descategorização de milhares de docentes dos 8.º, 9.º e 10.º escalões e a eliminação de princípios gerais sobre concursos.
Aos sindicatos não foi dada qualquer resposta sobre as suas propostas e, segundo o comunicado, o ME evidenciou um «ainda maior nervosismo do que já deixara transparecer na reunião anterior».
Para hoje e amanhã está marcada uma nova ronda negocial.

CGTP-IN saúda os pro­fes­sores

Através de um comunicado, a Comissão Executiva da CGTP-IN saudou os docentes em greve e manifestou a sua inteira solidariedade com a luta dos professores e os seus objectivos, «em defesa dos seus direitos profissionais e por uma profissão digna, capaz de cumprir o importante papel social que lhe está atribuído e contra uma ofensiva que visa aniquilar direitos fundamentais inscritos no Estatuto de Carreira Docente.
A central exige, da parte do Governo, respeito pelo diálogo e a negociação com as organizações sindicais.


Mais artigos de: Trabalhadores

Garantir o AE

Perante a ameaça de verem eliminado o Acordo de Empresa (AE) que regula os seus direitos e deveres há 30 anos e tem sido periodicamente negociado, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa agendaram para 31 de Outubro, 7 e 9 de Novembro, greves de cinco horas, em cada um dos três dias.Segundo um comunicado da Federação...

ARS do Algarve desrespeita enfermeiros

A Administração Regional de Saúde do Algarve tinha-se comprometido, numa reunião, a 21 de Setembro, com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a integrar, a partir de 1 de Novembro, dois enfermeiros em vez de um – como acontece actualmente – no turno da noite dos Serviços de Atendimento Permanente de Loulé e de Vila...