Reforça poder dissuasor
A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) efectuou um teste nuclear esta segunda-feira. Para Pyongyang trata-se de reforçar o seu poder dissuasor.
«A RDPC nunca utilizará armas nucleares em primeiro lugar»
O ensaio nuclear subterrâneo foi levado a cabo com êxito, com todas as condições de segurança e com conhecimentos e tecnologias próprios, informou a agência oficial de notícias KCNA.
De acordo com a agência, as autoridades norte-coreanas consideraram a experiência «um acontecimento histórico» que garante ao país uma «poderosa capacidade defensiva», o que contribuirá para «defender a paz e a estabilidade na Península da Coreia e nas suas áreas limítrofes».
Um comunicado divulgado a 3 de Outubro pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da RDPC já havia esclarecido que a medida se destinava a «reforçar a capacidade de dissuasão» face à permanente «ameaça de uma guerra nuclear» promovida pelos EUA.
Considerando que a RDPC não podia «permanecer como espectadora» das manobras da administração Bush – que tem vindo a intensificar as suas manobras militares na península, enquanto tenta internacionalizar as sanções e o bloqueio contra Pyongyang – o documento afirma que o país se viu obrigado a «abandonar o TNP» (Tratado de Não Proliferação) quando a actual administração dos EUA fez tábua rasa do acordo existente entre os dois países (DPRK-US Agreed Framework) e «ameaçou seriamente a soberania da RDPC e o seu direito à existência».
Nesse contexto, lembra o Ministério, a Coreia do Norte «anunciou oficialmente que fabricou armas nucleares», o que «pressupõe o teste nuclear».
O documento sublinha ainda que a RDPC «nunca utilizará armas nucleares em primeiro lugar», não fará «qualquer ameaça» com tais armas, nem permitirá «transferência nuclear».
«Um povo sem um dissuasor confiável da guerra está obrigado a esperar uma morte trágica e a soberania do seus país está destinada a ser desenfreadamente desrespeitada. Isto é uma amarga lição ensinada pelos banhos de sangue resultantes da lei da selva em diferentes partes do mundo» – afirma o documento.
Esta realidade forçou a RDPC à opção nuclear, embora as autoridades de Pyongyang se afirmem empenhadas em implementar o seu «compromisso internacional no campo da não proliferação nuclear como um Estado com armas nucleares responsável».
A Coreia do Norte afirma-se ainda empenhada na desnuclearização da península, mas sublinha que o seu objectivo não é uma desnuclearização «a ser seguida pelo seu desarmamento unilateral, mas sim um (desarmamento) destinado a ajustar as relações hostis entre a RDPC e os EUA, e a remoção da própria fonte de todas as ameaças nucleares da Península coreana e da sua vizinhança».
Reacções
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia) e o Japão preparam-se para aprovar sanções à Coreia do Norte, com base em propostas norte-americanas.
Segundo declarou à imprensa o embaixador norte-americano na ONU, John Bolton, os EUA pretendem que o Conselho reaja «o mais rápido possível» e de forma «muito firme» ao que consideram ser «uma provocação» por parte da Coreia do Norte.
O projecto de resolução apresentado por Washington, de acordo com a agência Lusa, prevê a imposição de sanções económicas e comerciais a Pyongyang, nos termos da capítulo VII da Carta da ONU. As resoluções aprovadas neste âmbito dão ao Conselho larga margem de manobra, incluindo acções militares, para fazer face a «ameaças à paz ou os actos de agressão».
Para o secretário de Estado adjunto norte-americano, Christopher Hill, negociador do dossier nuclear norte-coreano, as sanções terão de ser «realmente a doer».
Também a União Europeia condenou o teste nuclear da Coreia do Norte. Enquanto isso, o Irão, incluído pelos EUA, tal como a RDPC, no «eixo do mal», fez saber que é «hostil
à produção e utilização de armas nucleares e de destruição», sublinhando que «a melhor solução para lutar contra as armas nucleares é que as grandes potências comecem elas mesmo a destruí-las».
«Se as grandes potências tiverem uma vontade séria, a República Islâmica utilizará todos os meios para garantir a sua ajuda», disse o porta-voz do governo iraniano, Gholamhossein Elham.
Recorda-se que recentemente dois outros estados efectuaram testes nucleares – Índia e Paquistão –, mas as reacções internacionais não foram além de declarações de princípio contra a proliferação deste tipo de armamento.
De acordo com a agência, as autoridades norte-coreanas consideraram a experiência «um acontecimento histórico» que garante ao país uma «poderosa capacidade defensiva», o que contribuirá para «defender a paz e a estabilidade na Península da Coreia e nas suas áreas limítrofes».
Um comunicado divulgado a 3 de Outubro pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da RDPC já havia esclarecido que a medida se destinava a «reforçar a capacidade de dissuasão» face à permanente «ameaça de uma guerra nuclear» promovida pelos EUA.
Considerando que a RDPC não podia «permanecer como espectadora» das manobras da administração Bush – que tem vindo a intensificar as suas manobras militares na península, enquanto tenta internacionalizar as sanções e o bloqueio contra Pyongyang – o documento afirma que o país se viu obrigado a «abandonar o TNP» (Tratado de Não Proliferação) quando a actual administração dos EUA fez tábua rasa do acordo existente entre os dois países (DPRK-US Agreed Framework) e «ameaçou seriamente a soberania da RDPC e o seu direito à existência».
Nesse contexto, lembra o Ministério, a Coreia do Norte «anunciou oficialmente que fabricou armas nucleares», o que «pressupõe o teste nuclear».
O documento sublinha ainda que a RDPC «nunca utilizará armas nucleares em primeiro lugar», não fará «qualquer ameaça» com tais armas, nem permitirá «transferência nuclear».
«Um povo sem um dissuasor confiável da guerra está obrigado a esperar uma morte trágica e a soberania do seus país está destinada a ser desenfreadamente desrespeitada. Isto é uma amarga lição ensinada pelos banhos de sangue resultantes da lei da selva em diferentes partes do mundo» – afirma o documento.
Esta realidade forçou a RDPC à opção nuclear, embora as autoridades de Pyongyang se afirmem empenhadas em implementar o seu «compromisso internacional no campo da não proliferação nuclear como um Estado com armas nucleares responsável».
A Coreia do Norte afirma-se ainda empenhada na desnuclearização da península, mas sublinha que o seu objectivo não é uma desnuclearização «a ser seguida pelo seu desarmamento unilateral, mas sim um (desarmamento) destinado a ajustar as relações hostis entre a RDPC e os EUA, e a remoção da própria fonte de todas as ameaças nucleares da Península coreana e da sua vizinhança».
Reacções
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia) e o Japão preparam-se para aprovar sanções à Coreia do Norte, com base em propostas norte-americanas.
Segundo declarou à imprensa o embaixador norte-americano na ONU, John Bolton, os EUA pretendem que o Conselho reaja «o mais rápido possível» e de forma «muito firme» ao que consideram ser «uma provocação» por parte da Coreia do Norte.
O projecto de resolução apresentado por Washington, de acordo com a agência Lusa, prevê a imposição de sanções económicas e comerciais a Pyongyang, nos termos da capítulo VII da Carta da ONU. As resoluções aprovadas neste âmbito dão ao Conselho larga margem de manobra, incluindo acções militares, para fazer face a «ameaças à paz ou os actos de agressão».
Para o secretário de Estado adjunto norte-americano, Christopher Hill, negociador do dossier nuclear norte-coreano, as sanções terão de ser «realmente a doer».
Também a União Europeia condenou o teste nuclear da Coreia do Norte. Enquanto isso, o Irão, incluído pelos EUA, tal como a RDPC, no «eixo do mal», fez saber que é «hostil
à produção e utilização de armas nucleares e de destruição», sublinhando que «a melhor solução para lutar contra as armas nucleares é que as grandes potências comecem elas mesmo a destruí-las».
«Se as grandes potências tiverem uma vontade séria, a República Islâmica utilizará todos os meios para garantir a sua ajuda», disse o porta-voz do governo iraniano, Gholamhossein Elham.
Recorda-se que recentemente dois outros estados efectuaram testes nucleares – Índia e Paquistão –, mas as reacções internacionais não foram além de declarações de princípio contra a proliferação deste tipo de armamento.