A ambição da Nato

A Nato quer ter capacidade para levar a cabo, «em qualquer altura», operações militares de envergadura envolvendo 300 000 homens.
O objectivo consta de um documento intitulado «Linhas directrizes ministeriais», aprovado a 8 de Junho em Bruxelas no quadro da Comissão dos Planos de Defesa da Nato, afirmou à imprensa o porta-voz da organização, James Appathurai.
Segundo o porta-voz, a Nato deve preparar-se para «realizar simultaneamente até duas operações de envergadura, do tamanho de um corpo do exército, ou seja, com 60 000 homens, e seis mais pequenas, do tamanho de uma divisão, ou seja, de 20 a 30 mil homens».
Na sua configuração máxima, o «nível de ambição da Nato» seria de 300 000 homens, o que fontes diplomáticas citadas pela Lusa classificam de «um limiar teórico e optimista».
Esta opinião é refutada por James Appathurai, que ao ser questionado se seria realista pensar que a Nato poderia estacionar simultaneamente tão elevado número de forças, recordou que, no seu conjunto (com excepção da França, que abandonou a estrutura militar da Aliança Atlântica nos anos 60 do século passado), os países da Aliança contam com cerca de 1,4 milhões de militares.
«Já não temos necessidade de nos preparar para uma única grande guerra. Temos que nos preparar para realizar uma diversidade de operações ao mesmo tempo», afirmou no entanto Appathurai, sublinhando que o documento tem em conta novas ameaças à segurança no mundo, relacionadas com o terrorismo.
O documento aprovado em Bruxelas fixa ainda objectivos orçamentais fora do comum, prevendo que os países da Nato disponibilizem dois por cento do seu Produto Interno Bruto (PIB) à defesa. Actualmente, apenas sete dos 26 países membros o fazem.
As linhas orientadoras agora aprovadas inscrevem-se na determinação de prosseguir a expansão da Nato a todas as zonas do globo, como é exemplo a missão no Afeganistão.
«Ninguém deve ter dúvidas quanto ao compromisso da Nato nesta missão, nem quanto à nossa capacidade de a cumprir com êxito», disse o secretário-geral da Aliança, Jaap Scheffer, citado pela Lusa.


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